Complot

Este blogue nada tem de original. Fala de assuntos diversos como a política nacional ou internacional. Levanta questões sobre a sociedade moderna. No entanto, pelo seu título - Complot -, algo está submerso, mensagens codificadas que se encontram no meio de inocentes textos. Eis o desafio do século: descobri-las...

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segunda-feira, julho 31, 2006

En vacances!

Pois é! Por uns tempos, Complot não terá actualizações.
Boas férias para todos

sábado, julho 22, 2006

Qual foi o melhor momento do Mundial?


A contratação de Rui Costa para o Benfica.

Onde estão as crianças de Haifa?


O conflito entre Israel e o Líbano promete intensificar-se. Os israelitas usam todo o seu poderio militar contra a milícia do Hezbollah que surpreende pela capacidade de resposta. O número de baixas civis aumenta consideravelmente. A comunidade internacional manifesta-se pelas ruas em prol da paz. No entanto, muitos manifestantes já tomam partido e o exprimem publicamente. Acusam o estado Hebreu de usar uma força desproporcional à do Hezbollah. Acusam igualmente os Estados Unidos de apoiar “as bombas de Israel” e a União Europeia de não fazer nada. Ao mesmo tempo, vestem lenços árabes e expõem cartazes de solidariedade para com o povo Líbano.

O povo Líbano merece a solidariedade e o carinho do resto do mundo. Mas não é o único. O povo de Israel também o merece. Porém, pelas imagens que circulam pelas televisões do mundo, não é isso que acontece.

De um lado, temos militares, do outro, uma milícia armada. Esta guerra não é convencional. Não se pode afirmar que são duas nações a combaterem uma contra a outra. Quem governa o Líbano não é o Hezbollah – mesmo tendo um ministro no governo – O “verdadeiro” governo está calado, demasiado calado até. Nunca controlou o sul do país, o que seria a sua obrigação. Por isso, quando se fala em baixas civis, estarão os milicianos mortos em combate a serem considerados de civis?

Acusa-se Telavive de bombardear indiscriminadamente as populações libanesas. E os rockets que atingem a cidade de Haifa? A comunidade internacional, por intermédio das organizações de apoio humanitário, manda bens de todo o género para ajudar os refugiados libaneses. E os habitantes de Haifa, a terceira maior cidade de Israel? Fugiram, tal como os outros, para não serem mortos pelos rockets. Quem os ajuda para além dos próprios israelitas?

Mais uma vez, para além da guerra suja a que assistimos sentados confortavelmente no sofá, assistimos também a uma campanha informativa descaradamente anti-Israel e, porque não anti-semita. O governo do Líbano acaba por ter mais medo dos seus dos seus compatriotas radicais islâmicos do que das bombas de Israel.

segunda-feira, julho 17, 2006

Chá das cinco?


Campos de cultura de chá em São Miguel, Açores.

domingo, julho 16, 2006

Um outro mundo


... animado

Exames em férias


Para alguns jovens deste país, esta altura do ano não é ainda sinónima de sol, praia e festivais de verão, mas sim reclusão no quarto ou na escola, com vista a preparação para os Exames Nacionais. Nada de anormal, são os ossos do ofício para quem quer vencer na vida ou então, como diz alguém, para adiar o mal do desemprego que assombra a nova geração globalizada. Até aqui, nada a registar; todos os anos, repete-se a tradição da angústia do estudo tardio e irreflectido ou da preparação minuciosa e atempada. Porém, uma novidade para este ano lectivo: o Ministério da Educação propõe a repetição das provas de 12º ano, nas disciplinas de Química e Física. E porquê? Porque os resultados ficaram aquém do desejável (ou do aceitável de ponto de vista da União Europeia). À primeira, poder-se-ia acusar o ministério de facilitismo e irresponsabilidade. Mas não, até há quem exija que os alunos tenham a oportunidade de repetir todos os exames. Na verdade, de tão mau jeito em esticar a corda da exigência, a Ministra da Educação começa por pagar os erros que cometeu e para os quais alunos e professores lhe chamaram há muito a atenção.

Quando, no passado recente, alunos e docentes reclamaram pela obtenção de provas de treino com o objectivo de se prepararem para os exames, estes foram criticados por estudar ou por ensinar em função das provas e não para a aquisição de todo um conhecimento programático do ensino secundário. Agora, parece que afinal tinham razão. A tutela entende que os “resultados foram inesperados por se tratar de programas nunca dantes testados”. Esta conclusão demonstra o desfasamento entre aqueles que mandam na educação a partir dos seus gabinetes e aqueles que se sujeitam aos primeiros a partir das salas de aulas. A decisão de dar oportunidades aos alunos para repetirem só os exames de Física e Química parece discriminatória relativamente às outras disciplinas. Contudo, o tempo acaba por ser o maior inimigo, pois torna-se impossível coadunar o calendário dos exames com as candidaturas de acesso às universidades.

A oposição, nomeadamente o PSD, não perdeu tempo e já pediu esclarecimentos à ministra. Mais uma vez, os “laranjas” actuam de forma errada. Não é que não tenham razão, mas esta não é altura para pressionar ainda mais os responsáveis pelo ministério. Ninguém esquecerá que, no último governo de Direita, um erro nas colocações de professores provocou um atraso de um mês no início das aulas. Num momento tão difícil para milhares de famílias, ao PSD caber-lhe-ia a responsabilidade de condenar o erro, mas de sugerir uma alternativa para a resolução do problema e até propor ajudar a ministra. Por trás, poder-se-ia rir à vontade, porque de facto este erro é crasso.

Este erro é crasso porque os professores não tiveram as devidas informações e formações para coordenar e leccionar os programas novos. Como dizia atrás, para esticar a corda da exigência é preciso começar pelo princípio e não pelo fim. Os critérios de correcção aplicados nos exames nada têm a ver com os critérios exigidos nas aulas. Não se trata de estes últimos serem mais fáceis; são simplesmente diferentes. Todos os professores responsáveis pretendem um maior rigor na leccionação e não facilidades em prol de estatísticas europeias mais favoráveis. Contudo, a exigência tem de ser progressiva; tem de começar de baixo e, sobretudo, pela mudança de mentalidade que se instaurou ao longo das últimas décadas.

Há uns anos para cá, a terminologia gramatical na língua portuguesa alterou substancialmente. Os professores de português do secundário, depois das devidas formações, têm-na aplicado nas suas aulas. Ao mesmo tempo, exigem aos professores do Ensino Básico para se adaptar a esta nova realidade, pois os alunos vão para o 10º ano utilizando a terminologia antiga. Isto representa mais um exemplo de como a metodologia de trabalho está errada. Não seria mais fácil ter começado pelo 5º ou 7º ano? Mas não; espera-se até ao 10ºano para os informar que os complementos circunstanciais já não existem, pelo menos com esse nome.

Como se sabe, os resultados dos exames do 9º ano também não foram muito famosos. Mas uma pergunta aqui fica para os menos avisados: onde estão as estatísticas e as análises finais relativas às PASE, realizadas nos Açores?

quarta-feira, julho 12, 2006

Destaque da semana


Com os atentados em Bombai, talvez o Paquistão entre para a lista do Eixo do mal.

segunda-feira, julho 10, 2006

Verão

A Coreia do Norte orgulhosamente só


Na semana passada, a Coreia do Norte, em exercício militar, lançou sete mísseis de longo alcance que se despenharam no mar do Japão. Imediatamente, o Conselho das Nações Unidas reuniu-se de emergência para, a seguir, condenar em uníssono o governo de Kim Jong Il. Há meses que se tem ouvido falar da vontade do Irão em retomar o seu programa nuclear. A determinação cega do governo de Ahmadinejad tem levado o Irão a uma guerra de palavras com a comunidade internacional. Nas praças financeiras mundiais, desses dois acontecimentos, resultaram aumentos do preço do baril do petróleo e um sentimento de apreensão por parte dos investidores. Por mais que desviemos a cara para o lado, a vida de qualquer um de nós fica afectada com estas crises internacionais. Mas qual é a relação entre estes dois países e a próxima reunião do G8 que decorrerá em S. Petersburgo?

Ao fazer uma análise do que aconteceu em termos de política internacional após o 11 de Setembro de 2001, compreende-se a razão pela qual o Irão e a Coreia da Norte demonstram tanta vontade em afirmar-se no panorama internacional. No discurso que delineava a futura política dos Estados Unidos na luta contra o terrorismo, George W. Bush enunciou uma lista de três países que constituem o eixo do mal: Iraque, Irão e Coreia do Norte. Em 2003, Saddam Hussein foi destronado à força. Presentemente, o Iraque caminha para uma democracia, se bem que em contornos muito complexos e à custa de milhares de mortos. Ao ver as corridas ao armamento de Pyongyang e à energia nuclear para “fins pacíficos” de Teerão, conclui-se que os governantes desses países receiam serem riscados da lista do presidente americano. Porém, a América encontra-se num momento difícil na sua condição de única superpotência. As dificuldades das tropas no Iraque, a péssima imagem da administração americana aos olhos da opinião pública mundial, os erros da condução política de Bush servem os interesses do Irão e da Coreia do Norte para promover as suas loucuras belicistas. Entretanto, os outros países, nomeadamente os que integram a União Europeia, por omissão ou um silêncio cúmplice, vão aos poucos sofrendo as consequências económicas destas crises diplomáticas.

No próximo fim-de-semana, o G8 reunir-se-á na Rússia para discutir a segurança energética. Este tema vai ao encontro das preocupações dos países que são extremamente dependentes de energias como o gás ou o petróleo. À margem desta reunião, haverá manifestações anti-globalização, anti-Bush, anti-etc., como sempre. Interessante é verificar que durante a crise com o Irão e, agora, com a Coreia do Norte, os pseudo-pacifistas não se manifestaram contra esses governos que estão efectivamente a reavivar um medo que parecia ter desaparecido com o fim da guerra-fria. Mais ainda, certos responsáveis políticos europeus parecem coniventes com as políticas totalitárias dessas duas nações. Para alguns, é impensável Portugal ter energia nuclear para reduzir a sua dependência face ao petróleo, no entanto, já é legítimo o Irão, um país que provoca total desconfiança, ter energia nuclear. O mesmo acontece para a Coreia do Norte. Para esses alguns, é mais importante criticar e manifestar-se contra o suposto capitalismo selvagem do que condenar um louco que prefere investir em mísseis a dar de comer ao seu povo. Eis o mundo que queremos, eis o mundo que teremos.

Para o presidente iraniano, o nuclear é uma questão nacional que envolve toda a população. Qual preocupação ambiental, qual quê? Provavelmente, muitos dos iranianos desconhecem os riscos que decorrem das possíveis emissões radioactivas para o ar, pois a propaganda do governo fundamentalista não quer incomodá-los com estes pormenores. O presidente norte-coreano também reivindicou a legitimidade dos seus actos com base na soberania nacional. Talvez falte envolver a população para manifestar o seu apoio ao “querido” presidente, dando assim mais força aos seus argumentos.

Enquanto este imbróglio diplomático continua, os governos reconsideram o desarmamento para rearmar as suas forças, como o Japão. Quando, de facto, o mundo perceber que deve ter uma posição mais firme e pragmática relativamente a estes países já será tarde de mais. Então, ninguém se atreverá a calar nações que só sabem responder com o uso de armas nucleares.

quarta-feira, julho 05, 2006

A Humanidade no seu esplendor

Destaque da semana




No dia da independência dos Estados Unidos, a Coreia do Norte brinca com o fogo.
Brincadeira essa que lhe pode sair cara.

domingo, julho 02, 2006

Retirar do Iraque? Nem pensar!


O desalento do Bloco de Esquerda e do Partido Comunista relativamente à escolha do novo Ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, demonstra bem o espírito antiamericano radical desses partidos. Quando temos mensagens do Fórum islâmico e os partidos da extrema-esquerda que lamentam a saída de Freitas do Amaral do cargo tudo está dito. A diplomacia portuguesa encontrava-se numa encruzilhada de que tinha de sair antes que Portugal assumisse a presidência europeia em 2007. Concordar com as políticas centrais dos Estados Unidos não é seguidismo. Significa discernir de qual os males o pior. Não obstante haver razões fundamentadas para não concordar com determinadas acções dos americanos, a situação precária em que se encontra o Iraque e até o Afeganistão obriga a que haja uma nova concertação internacional para acabar com a insurreições de carácter terrorista e devolver a tal esperança às populações.

O que seria dos iraquianos se, de facto, as tropas internacionais se retirassem sem mais nem menos, como os comunistas e os bloquistas o exigem? Como se sabe, a Al Qaeda é a principal responsável pela maioria dos atentados perpetrados em solo iraquiano e pelo clima de medo que por lá se vive. Zawahiri, braço direito de Bin Laden e ideólogo principal da rede terrorista, enviou uma directiva ao falecido Zarqawi com o conceito estratégico a desenvolver na sequência da retirada das tropas internacionais. Nela, parte-se do princípio que a retirada permitirá à rede terrorista expandir-se no território. Assim, os objectivos subsequentes seriam os de atacar todas as instalações das empresas estrangeiras contratadas para a reconstrução e “infra-estruturas de apoio de vida e críticas para os trabalhos que efectuam, como centrais produtoras e distribuidoras de energia eléctrica, oleodutos, pontes, hospitais e instalações e equipamentos aéreos”. Em suma, pretendem tornar o Iraque num novo Afeganistão da era talibã.

Voltando aos argumentos a favor e contra a guerra do Iraque. Actualmente, sabe-se que não há armas de destruição em massa, nem supostas ligações entre Saddam Hussein e a Al Qaeda. Fundamentando o desastre da intervenção norte-americana, os cépticos de Esquerda recorrem à teoria da conspiração. Deste modo, a verdadeira e secreta vontade dos americanos seria a de ficar com o controlo dos poços de petróleo. Para acabar de vez com esta ideia tonta, é importante referir que, se fosse verdade, teria sido mais simples colocar um novo ditador no poder apoiante dos Estados Unidos do que fomentar a democracia. Mas tal não aconteceu, como acontecera no passado noutras regiões do mundo, porque, depois do 11 de Setembro, o Ocidente percebeu que o que se passa noutras regiões do globo pode interferir directamente “dentro de portas”. Se a democracia é o único caminho para pacificar os países do Médio Oriente, essa é outra questão. Para o bem, mas sobretudo para o mal, pacificar a região tornou-se um desígnio internacional no qual todos os países democráticos devem participar. Já não se trata de uma acção unilateral, pois os americanos acabaram por “engolir o sapo”; trata-se de uma acção multilateral que, se não for bem sucedida, afectará a vida de todos nós.

Se aqui se defende que a retirada das tropas no Iraque é impensável, a sua permanência também constitui parte do problema. Segundo os generais responsáveis pela conduta da guerra no Iraque, “a presença das tropas americanas alimenta a insurreição, provoca uma dependência indesejável da América, por parte da forças iraquianas em formação, e incentiva os terroristas no Médio Oriente.” Não deixando de concordar com esta afirmação, a retirada não deverá ser efectuada enquanto o actual governo iraquiano não possuir forças militares e policiais que possam tomar conta da segurança do país. Como salientou o presidente americano, a vitória só será atingida quando “houver condições para passar a responsabilidade da segurança para as tropas iraquianas”. Nenhum país, nenhum governante gosta de ver os seus compatriotas, mesmo que militares, morrerem em zonas de guerra. O desgaste que a administração Bush sofre com as perdas humanas nesse conflito tem-na abalado violentamente. Perante a pressão da opinião pública, seria politicamente mais fácil sucumbir à demagogia populista. Porém, não se pode pensar a curto-prazo. A permanência no Iraque será por mais alguns anos até as forças de segurança iraquianas se tornarem totalmente autónomas.

No belíssimo livro de Anthony Beevor, Paris – Após a libertação 1944 – 1949, vemos que a presença americana na capital francesa acabou por azedar as relações entre os dois países. O antiamericanismo ocidental nasce a partir desta altura. França, Iraque. Dois países, duas situações e épocas diferentes. No entanto, naquela altura, tentava-se reconstruir a França após a guerra com o plano Marshall. A presença americana foi determinante no sucesso deste empreendimento. No Iraque actual, o mesmo acontece. Serão precisos mais alguns anos até a situação estabilizar verdadeiramente. Apoiar os Estados Unidos no Iraque não significa impreterivelmente colocar tropas no país. A formação de magistrados iraquianos em Portugal é um dos exemplos daquilo que a comunidade internacional pode fazer para ajudar não os americanos, mas sim os iraquianos.

Um outro mundo


Um conto de Natal genuíno