Complot

Este blogue nada tem de original. Fala de assuntos diversos como a política nacional ou internacional. Levanta questões sobre a sociedade moderna. No entanto, pelo seu título - Complot -, algo está submerso, mensagens codificadas que se encontram no meio de inocentes textos. Eis o desafio do século: descobri-las...

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Localização: Praia da Vitória, Terceira, Portugal

sábado, março 28, 2009

Paraíso Perdido XI

Autoria: Paulo Melo
A luta de titãs

Angra do Heroísmo já conhece os três principais - e talvez os únicos - candidatos às eleições autárquicas.

Como a Democracia não é perfeita, um dos candidatos parte em vantagem em relação aos outros. A candidata pelo PS, Andreia Cardoso, é a actual presidente da Câmara e, por isso, não precisa de fazer muitas promessas políticas; basta aparecer frequentemente na imprensa em inaugurações (mesmo que sejam obras insignificantes) ou em anúncios de eventos de cariz cultural, como se o passado nunca tivesse acontecido. Os outros dois candidatos terão de seguir o modelo mais elementar, isto é, apresentar um programa eleitoral que dê um novo rumo para a cidade Património Mundial.

As eleições para Angra são as mais interessantes, porque criam muitas expectativas na região, pois o desfecho é, por enquanto, incerto. O facto de a edilidade socialista, que presidiu o concelho durante uma década, ser muito contestada não permite dizer que os socialistas têm as eleições perdidas. Antes pelo contrário, a operação de substituição de José Pedro Cardoso foi feita oportunamente. Andreia Cardoso tem tido uma postura serena e cautelosa, tentando distanciar-se do seu antecessor. Com essa estratégia, muitos munícipes esquecem que ambos pertencem ao mesmo partido, o que acaba por ser uma reconstrução da verdade. Se, por um lado, Andreia Cardoso vai em vantagem, por outro lado, é sempre importante relembrar que muitos eleitores julgarão o que foi feito até agora. Como disse atrás, são muitos os que demonstram grande insatisfação para com os socialistas de Angra. Ao contrário do que alguns afirmam, os angrenses não são uns vendidos ao PS, nem uns ignorantes. Não há nenhum munícipe que não reconheça que a cidade andou para trás nestes últimos anos. As eleições representarão o momento ideal para dar voz a esse descontentamento.

O candidato pelo CDS/PP, Artur Lima, encontra-se numa boa onda depois do sucesso nas eleições legislativas regionais. Não sendo um partido com um histórico de cargos executivos na região, tem vindo, no entanto, a ganhar a simpatia nas causas que defende e consequentemente na angariação de votos. Por muito que pareça estranho, ganhar é possível.

O candidato do PSD, António Ventura, é um candidato surpresa para muitos, inclusive dentro do próprio partido. Deputado pela Ilha Terceira e líder local do PSD, tem tido uma posição de força na luta pelos agricultores da região e contra o esvaziamento de poderes institucionais com que a Terceira tem sofrido nos últimos anos. É, no entanto, um candidato pouco conhecido na ilha, o que prejudica o impacto da sua candidatura. Mas o PSD não deixa de ser um partido de poder, com uma história e uma organização que conseguem galvanizar uma grande parte da população em prol do seu candidato. Ganhar é igualmente possível.

Angra tem sido conduzida com falta de ambição, falta de rumo e muito servilismo perante o poder socialista de São Miguel. O castigo nas urnas é uma possibilidade que deverá estar bem presente na mente da candidata socialista. Espera-se por parte dos candidatos elevação no discurso e no confronto político, com a apresentação de propostas ambiciosas, mas sobretudo exequíveis. E de facto, tendo em conta o marasmo em que tem estado o concelho de Angra, não é difícil ser-se inovador. No meio de tantas dúvidas, uma certeza: a luta política será renhida. Por isso, tal como se diz no desporto: que o melhor ganhe, por Angra e pelos angrenses.

PS: Por questões de interesse e envolvimento partidários, esta será a minha última intervenção escrita acerca de Angra.

domingo, março 22, 2009

Paraíso Perdido X

O clube dos Papas mortos

Muitas vozes manifestaram a sua revolta contra as palavras do Papa Bento XVI acerca do uso preservativo. Muitas vozes quase que pediram a sua demissão e reclamaram que a Igreja Católica se transformasse num partido político, isto é, que orientasse o seu discurso com base no politicamente correcto ou ao sabor dos votos. Mas não; nunca é de mais repetir: O Papa Bento XVI rege-se por uma doutrina secular e não por um discurso político. Assim sendo, só a segue quem quer.

Obviamente, essa doutrina comporta um grande desfasamento com a realidade, mas, no assunto em questão, a posição da Igreja é das mais coerentes, porque se baseia no princípio da abstinência sexual até ao casamento e no princípio supremo da fidelidade ad mortem entre um casal heterossexual. Como se sabe, em Africa, o problema da incidência da SIDA é cultural, aliado a uma educação para a prevenção contra a doença inexistente.

A elite política da Europa indigna-se com a suposta insensibilidade do Papa perante o flagelo da SIDA em terras africanas. Mas será que também se indigna contra altos responsáveis africanos que acusam o Ocidente de ter inventado a SIDA? Será que se indigna perante chefes de estado africanos que se aproveitam das riquezas naturais do seu país para o seu próprio proveito em vez de desenvolver políticas de saúde pública? Será que esses senhores da Europa se indignam com a mesma intensidade perante as barbaridades cometidas pelos fundamentalistas islâmicos sobre as mulheres? Enquanto que estes donos da verdade vociferam contra a imoralidade da Igreja quando lhes dá jeito, Bento XVI apela ao combate contra a corrupção e ao respeito pelos Direitos Humanos em África, olhando directamente para os olhos dos seus governantes e prováveis culpados.

Pedir ao Papa para que tenha um discurso progressista em relação ao preservativo é como esperar que um dia o Bloco de Esquerda tenha um líder que seja contra o aborto.


Paulo Casaca, o poliglota

Nas campanhas eleitorais, os candidatos dispõem sempre de tempo de antena para proferir disparates ou propostas irrealistas. O ainda eurodeputado e candidato empossado pelo PS à capital dos Açores afirmou que o Árabe ou o Mandarim deveriam ser ensinados às crianças de Ponta Delgada. Por mim, tudo bem. Provavelmente, com a sobrecarga horária que as crianças portuguesas têm, para que isso aconteça, será preciso transformar as escolas em internatos com a devolução das crianças aos pais quando estas fizerem 18 anos.

Numa miscelânea de ideias irrealistas e disparatadas, Paulo Casaca também salientou a necessidade de se ensinar Inglês no primeiro ciclo. Quando aterrou em Ponta Delgada, deve ter pensado que ainda estava no Médio Oriente, pois essa medida já está bem implementada nos Açores. Quanto às outras medidas de teor mais geral, propôs que se investisse mais na requalificação do centro histórico e menos em obras públicas, e que se desse mais relevância ao mar (onde é que eu já vi isto?).

Paulo Casaca lamentou o facto de o terem “assassinado” politicamente aquando da polémica com o semanário Expresso, mas ao aceitar ser candidato para a Câmara de Ponta Delgada só demonstra que não se trata de um assassinato mas sim de uma tentativa de suicídio com a complacência do PS Açores.


O queijo suiço

A União Europeia apresentou medidas para as necessárias reformas do sistema finaceiro mundial, preparando a próxima reunião do G20. Nessa reunião, houve um largo consenso em torno dos paraísos fiscais: deve-se acabar com eles!

Depois de saber dos crimes e abusos que foram cometidos por causa destes sistemas paralelos de fuga ao fisco, não posso deixar de concordar. Mas aqui fica a pergunta: e a Suiça nisto tudo? Nesta crise em que vivemos atolados, o que mais me faz confusão é a quantidade de pessoas que enriqueceram de forma ilícita ou imoral, mas cuja fortuna se evaporou misteriosamente. Enquanto não houver uma forma eficaz de controlar as provenências das grandes fortunas, o sistema estará sempe minado.

Basta ver que na lista das personalidades mais ricas do mundo – publicada todos os anos pela revista Forbes - consta o maior traficante de droga para perceber que as palavras moral e dinheiro não se podem juntar.

quarta-feira, março 18, 2009

Ele ainda diz que os outros é que lhe arruinaram a carreira

Correio dos Açores, 13 de Março de 2003
Tendo em conta que é eurodeputado, vou tentar exprimir a minha opinião sobre o assunto de forma séria.
Antes de mais, o chinês não é uma língua. O mandarim é que é.
Depois, o ensino primário já tem o inglês e, obviamente, levará alguns anos até se consolidar na aprendizagem dos miúdos.
O ensino do mandarim ou o árabe é bastante interessante. Contudo, a única hipótese viável para que seja isto exequível seria tornar as escolas uns internatos em que os miúdos só saem de lá quando fazem 18 anos.
As crianças já têm um horário que está sobrecarregado com as novas áreas curriculares que foram implementadas.
Para finalizar, nos Açores o currículo regional que ainda está numa fase inicial (ainda não se percebeu muito bem como vai ser operacionalizado) não contempla o ensino de línguas exóticas.
Na verdade, o problema está mesmo em Paulo Casaca. É um candidato que o PS escolheu para sacrificar. A suas outras propostas são óbvias e, mais uma vez, revelam que de boas intenções a política está cheia. E não me venham com contas estapafúrdias sobre o tempo que Berta Cabral deve dipensar na campanha para PDL. Ao contrário dos outros candidatos, ela vai ser julgada pelo que fez enquanto que os outros candidatos vivem de propostas e intenções mais ou menos irrealistas. (isto serve para qualquer candidato, a qualquer câmara).
Este é o problema da Democracia, por isso é que é imperfeita. E por isso é que considero a limitação de mandatos a maior reforma que o PS de Sócrates fez. É um pequeno passo contra a corrupção, mas um grande passo contra o caciquismo político em Portugal.

terça-feira, março 17, 2009

Missão impossível?


"Maior desafio das mulheres árabes é mudar mentalidade dos homens"

Rainha Rania da Jordânia

domingo, março 15, 2009

Paraíso Perdido IX

Mais valia nunca do que tarde

Foi preciso estarmos em crise – e por isso tardiamente - para os governos perceberem que os créditos directos eram um perigo para os cidadãos. Neste socialismo moderno e progressista que comanda o novo Titanic para as profundezas do oceano, professava-se a igualdade em tons utópicos, pois segundo esta teoria qualquer pobre podia ser rico sem nada fazer por isso, nem demonstrar um talento ou uma aptidão em especial.

Bastava telefonar e obtinha-se dinheiro para um carro, uma viagem de sonhos ou uma televisão de última geração. Bastava ligar e recebia-se dinheiro para pagar uma dívida que apertava o orçamento da família. Um só telefonema e qualquer um se tornava o Bill Gates da sua terra. Nunca ninguém ligara a sério às altas taxas de juro que eram praticadas nesses empréstimos. Ficava para pagar mais tarde. Infelizmente, este mais tarde chegou e foi preciso a crise dar cabo da economia mundial para os maiores especialistas do mundo na matéria reconhecerem que estes “sub-primes” e outros produtos chamados “tóxicos” são autênticos desastres da criação humana.

O povo sempre disse, e com razão: “quem não tem dinheiro, não tem vícios”. O mais difícil agora é saber quem vai pagar os excessos cometidos. As pessoas já perceberam que o tempo da ostentação fácil acabou e que é preciso voltar à dura realidade. E, para coroar o bolo, há já quem defenda a necessidade de se reduzirem os salários. Com este triste desfecho e perto do abismo sem ter para onde fugir, aposto que não falta quem esteja tentado em assaltar um banco ou uma bomba de gasolina. Depois de premer umas teclas, basta agora premir o gatilho e o dinheiro continuará a jorrar.

Todos os caminhos vão dar a Luanda

Na política, o cinismo é uma algo de sensacional. O Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, foi recebido com toda a pompa pela República portuguesa. Muitos se revoltaram com essa atitude subserviente das mais altas figuras do Estado português perante um homem que chefia um país pobre e corrupto. O Bloco de Esquerda foi o único partido político que se encheu de coragem para recusar apertar a mão ao presidente angolano. De facto, o Bloco de Esquerda é um partido cheio de virtudes que se orienta por uma postura assaz coerente.

Deixando-me de cinismos, é preciso reconhecer que interessa aos portugueses e aos angolanos os dois países manterem boas relações. Portugal, tal como a maior parte das nações europeias, tornou-se no que é à custa de muito sangue, sofrimento e sacrifícios. Por isso, não se pode exigir que Angola se transforme numa democracia consolidada em meia dúzia de anos. Infelizmente, o caminho para a democracia tem de ser trilhado enfrentando todos os obstáculos que a sua construção acarreta.

A economia de mercado ajudará a acelerar o processo de democratização, pois nenhum investidor apostará num país ditatorial e nenhum ditador ficará eternamente no poder, sem que o seu povo se revolte.

Eu é que sou o Presidente!

O PS Açores, pela mão do seu presidente Carlos César, ignorou as propostas de combate à crise da autoria do PSD. Escolhendo o pior caminho, ainda acusou o maior partido da oposição de ser irresponsável e de não saber fazer contas.

Esta atitude tem um nome: arrogância. A permanência prolongada no poder dá nisto: “só nós é que sabemos; só nós é que somos competentes e os outros nada percebem do assunto”. Seria previsível que o PS tomasse esta posição sobranceira e negativa; é reconhecida a pouco humildade que existe no partido e nos seus responsáveis. Ao PSD só lhe resta continuar o seu trabalho, apresentando as suas medidas na Casa da Democracia açoriana para que o PS continue com esta estratégia destrutiva e que só o prejudica.

Daqui quatro anos, quando o PS for posto fora do Palácio de Sant’Ana, já nenhum açoriano aguentará com este “eu quero, posso e mando” socialista.

quarta-feira, março 11, 2009

Era para escrever, mas já tinha escrito

Acerca do candidato do PS à capital dos Açores:


"[...] mesmo se as movimentações políticas apontam cada vez mais para a escolha de Paulo Casaca enquanto candidato do PS, considero que será mais um mártir escolhido erroneamente para o cargo. Aliás, para Ponta Delgada, só vejo um candidato à altura de Berta Cabral: Carlos César. Sendo uma probabilidade impossível, o resultado das eleições não terá muitas surpresas. No segundo caso, o PSD tem um problema complicado. Na gíria futebolística, diria que concorrer para a câmara de Angra pelo PSD é como chutar para um PS de baliza aberta. Os erros acumulados pela edilidade socialista são tantos que a vitória parece fácil. "
12 de Fevereiro
Tenho de corrigir: Chutar para uma baliza que parecia aberta. Se se confirmar que o candidato do PP é Artur Lima, então será uma batalha alucinante.

domingo, março 08, 2009

35T3 P3QU3N0 T3XTO 53RV3 4P3N45 P4R4 M05TR4R COMO NO554 C4B3Ç4 CONS3GU3 F4Z3R CO1545 1MPR3551ON4ANT35! R3P4R3 N155O! NO COM3ÇO 35T4V4 M310 COMPL1C4DO, M45 N3ST4 L1NH4 4 SU4 M3NT3 V41 D3C1FR4NDO O CÓD1GO QU453 4UTOM4T1C4M3NT3, S3M PR3C1S4R D3 P3N54R MU1TO, C3RTO? POD3 F1C4R B3M ORGULHO5O D155O! SU4 C4P4C1D4D3 M3R3C3!

sábado, março 07, 2009

Na minha biblioteca


Paraíso Perdido VIII


Os Velhos do Restelo de Angra

Imaginem que Angra é uma cidade com um dinamismo cultural que faz jus à sua história e ao seu património; imaginem que o centro da cidade não tem edifícios devolutos, que as ruas, ruelas e calçadas estão arranjadas e cuidadas; imaginem que centenas de jovens instalaram-se na cidade porque a Câmara conseguiu criar mecanismos que possibilitem rendas baixas para quem está no início da sua vida profissional; imaginem que é comum ver-se grupos de turistas acompanhados por um guia, descobrindo as riquezas da cidade património; imaginem que a poluição sonora é diminuta no centro histórico pelo facto de o trânsito ser quase inexistente; imaginem que no novo campus da Universidade dos Açores há todo um conjunto de programas para investigação, pós-graduações e doutoramentos, frutos de um protocolo firmado entre a Câmara de Angra, a Universidade dos Açores e o Governo Regional; imaginem que, no Inverno, a cidade tem os hotéis sempre com boa lotação por causa dos inúmeros congressos que se realizam, pois a parceria com as agências de viagens, a Câmara de Comércio e a Universidade é uma aposta acertada; imaginem, por fim, que sempre houve água em abundância no concelho porque, nos Açores este bem essencial e vital para um povo insular, é tratado como tal: um bem sagrado.

Os maldizentes, ao contrário do que alega a Presidente da Câmara, Andreia Cardoso, não dizem mal nem da Terceira nem de Angra; dizem mal de quem está no poder e que, ou por incompetência ou por incúria, não consegue fazer progredir esta terra. Os maldizentes, ao contrário do que a Presidente alega, amam a sua terra e, por lhe querer o melhor, não conseguem calar-se perante o que consideram de políticas erradas ou inexistentes.

Oportunidades: todos têm direito a, pelo menos, uma. Porém, o Partido Socialista teve até agora demasiadas oportunidades para dar a volta à situação, sem obter resultados francamente satisfatórios, considerando o potencial de Angra. Nenhum munícipe de Angra pode esquecer de quem foi a governação camarária nesta última década.

Na entrevista que Andreia Cardoso concedeu ao DI, as propostas que faz são positivas, sem no entanto demonstrar novidade, ainda para mais quando é a própria a presidir a edilidade. Porquê esperar pelas eleições para concretizar essas ideias? De boas intenções, está a política cheia.

Fazendo parte do rol dos supostos “Velhos de Restelo”, não consigo ficar passivo ou calado quando vejo que a terra que me deu e me dá tantas alegrias está a ficar para trás. Por isso, rompendo com ideologias e partidarismos, estou inteiramente disponível para dar todo o meu contributo a quem o desejar.


Cuidado com a oposição

Sem qualquer constrangimento, assumo-me como mais um que pertence ao rol dos admiradores da Presidente do PSD Açores, Berta Cabral. Como líder da oposição, tem quatro anos para mostrar que é possível fazer diferente e melhor do que o Partido Socialista.

Sabendo do desgaste político que este período prolongado acarreta até às próximas eleições legislativas regionais, Berta Cabral optou por ser construtiva, em vez de constantemente dizer mal de qualquer medida governativa. E, para coroar o bolo, tem apresentado medidas e sugestões, cabendo a Carlos César aceitá-las ou refutá-las. Este é um repto interessante para aqueles que sempre acusaram o PSD de não saber fazer mais nada senão dizer mal do governo, sem apresentar qualquer alternativa.

O plano de combate à crise apresentado pelo PSD regional é de particular importância para impedir que os açorianos sofram ainda mais com os efeitos tardios mas inevitáveis desta última. Será que o PS alinha?


As Portas do Mar

Inaugurado há nove meses atrás, para espanto de todos, o novo ex-líbris de Ponta Delgada já precisa de obras de reabilitação e, pior ainda, outros problemas, um tanto ou quanto esquisitos, obrigam os responsáveis pelo sítio a encontrar um novo mecanismo para a sua viabilidade comercial, pois mais de metade dos espaços destinados ao comércio não paga renda.

Compreendendo as reclamações de quem lá tem o seu negócio, solidarizo-me e considero que todos nós deveríamos pagar menos renda nas épocas baixas. Mas sei que não é possível, porque um contrato é para respeitar. Por isso, o meu instinto empreendedor diz-me para abrir uma sucursal do “Cobrador de Fraque”. Deste modo, justiça será feita.

domingo, março 01, 2009

Um outro mundo

A história da vida pessoal dos actores, bem como a forma como foi realizado - em condições bem adversas - coadunam-se com o enredo absolutamente sublime do filme.

Mereceu ser aclamado nos Óscares.

E podia até falar na grande bofetada que Bollywood levou, mas isso fica ao critério de cada um.

Na minha biblioteca

Paraíso Perdido VII

O trauma Magalhães

As crianças portuguesas andam angustiadas. A demora na chegada do computador Magalhães às escolas faz com que os nossos petizes andem ansiosos, provocando preocupação nos professores e revolta nos pais. Este triste episódio é um dos sinais dos tempos modernos que Portugal vive com grande intensidade. Nunca ninguém falou dos traumas que as crianças podem ter pelo facto de conviver com um dos colegas de turma que veste as melhores roupas e que tem os melhores brinquedos. Fala-se muito pouco das crianças que têm um amigo cujo pai é polícia ou bombeiro enquanto que o seu é um alcoólico que bate na mãe, mas que até é porreiro quando não bebe. O famigerado computador Magalhães é, afinal, o único responsável pelos traumas das nossas crianças e pelo consequente insucesso escolar. Maldito Magalhães, maldito Sócrates que causam tanto sofrimento à juventude portuguesa.

Na verdade, o melhor do Magalhães seria se as crianças o pudessem desmontar para aprender como funciona um computador. Mas isso é para os outros países que praticam a exploração infantil Por cá, daqui uns anos, a escola criará uma nova disciplina cujo objectivo é ensinar as crianças a folhear um livro e a circular pela biblioteca.

Os cordeirinhos do PS

No fim-de-semana dedicado ao Congresso do PS, algumas vozes internas do partido, outrora bem críticas, calaram-se. Se dantes, pareciam vozes incómodas, agora, pelo contrário, fazem um balanço altamente positivo da actuação do governo e do Secretário-geral, José Sócrates. Estranho? Não. No partido Socialista, o Natal começou este fim-de-semana e a distribuição de prendas varia conforme a adulação de cada militante socialista face ao seu dirigente. Os mais rebeldes sujeitam-se a ir para casa no Domingo de mãos a abanar. Os mais zelosos do partido sairão do congresso com a promessa de um lugar nas cobiçadas listas para as próximas eleições.

Verdade seja dita, esta tradição democrática não é um exclusivo dos socialistas. Qualquer partido que esteja no poder sujeita-se a este tipo de funcionalismo interno. Ao contrário das outras profissões, na política, a promoção do mérito acaba por adquirir um novo significado.

Um Paquistão cada vez mais perigoso

O Paquistão aceitou a imposição da lei islâmica (sharia), nalgumas zonas controladas pelos talibãs, no noroeste do país. Segundo fontes do governo paquistanês, esta terá sido a única solução encontrada para conseguir pacificar a zona depois de inúmeros confrontos entre as forças governamentais e os combatentes islâmicos, que já causaram um milhar de vítimas.

Com a nova lei islâmica em vigor, uma das primeiras medidas foi a de destruir todas as escolas com raparigas, pois a educação feminina é proibida, segundo as leis da Sharia. No meio desta notícia preocupante que prova que os talibãs estão a expandir o seu regime anti-civilizacional, é importante saber que, desde o Verão de 2008, George Bush autorizou que forças das operações especiais americanas actuassem clandestinamente no Paquistão contra a al-Qaeda, pois já não é possível confiar no governo paquistanês.
Barack Obama, que sempre deu particular atenção ao problema do Paquistão, tem continuado com essa política de ataques militares, mesmo contra o protesto de políticos e militares paquistaneses.

Dito isto, bem queríamos nós que o problema de todas as crianças do mundo fosse a falta do computador Magalhães.