Complot

Este blogue nada tem de original. Fala de assuntos diversos como a política nacional ou internacional. Levanta questões sobre a sociedade moderna. No entanto, pelo seu título - Complot -, algo está submerso, mensagens codificadas que se encontram no meio de inocentes textos. Eis o desafio do século: descobri-las...

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Localização: Praia da Vitória, Terceira, Portugal

sábado, junho 27, 2009

Paraíso Perdido XXII


Um novo modelo para as Sanjoaninas

Até agora, a cultura popular da Terceira tem seduzido açorianos de outras ilhas, nomeadamente em São Miguel, o que leva à exportação - sem franchising - de manifestações culturais como as marchas de São João em Vila Franca do Campo e as touradas à corda na Ribeira Grande. O mais estranho nisto tudo é que a Terceira tem sofrido com um certo desgaste pelo facto de as festas das Sanjoaninas terem esgotado o seu modelo quer em termos de programa, quer em termos de inovação.

No momento em que ainda decorrem as festas, algumas vozes respeitáveis têm lançado reptos e avisos sobre o assunto, apelando aos responsáveis da Câmara de Angra para que se crie um grupo de trabalho que reformule o actual modelo das Sanjoaninas. Convém, antes de mais, perceber o que já não resulta no actual modelo e assumir que o sucesso crescente das Festas da Praia da Vitória facilitou o desgaste das maiores festas de Angra por servir de comparação para a população.

Dito isto, a concorrência é sempre um elemento salutar, pois obriga a uma constante actualização e inovação sob pena de desvalorizar o produto promovido. Como melhorar o produto Sanjoaninas? Por mim, há dois elementos fundamentais que precisam de ser mudados: os espaços e o programa. Este último tem de apostar em dois vectores: qualidade em detrimento da quantidade e valorização da cultura popular local.

As marchas, as touradas à corda e de praça são os eventos culturais intocáveis que podem melhorar nos pormenores, tais como a organização, a pontualidade e a logística. Mas há outro detalhe que pode fazer a diferença: a noite das marchas deve ser a mais longa das festas por isso, as outras noites não podem ser tão compridas. Aqui é uma questão de princípio e de simbolismo, discutível eu sei. As Sanjoaninas podem também transformar-se numa amostra da riqueza do que é a cultura popular da ilha. Deste modo, permitir que os bailinhos de Carnaval voltem a actuar durante as festas com o devido destaque, em local apropriado e digno parece-me muito positivo e inovador. Promover e premiar a cultura local constitui uma aposta genuína com potencial turístico, porque se torna diferente das inúmeras festas de Verão que existem no arquipélago e no país.

O Bailão é um local que já deu o que tinha a dar. Se no passado foi uma infra-estrutura nova e eficiente, com o aumento de habitações à sua volta, este local para espectáculos transformou-se num autêntico pesadelo para quem vive lá. A um autarca, é moralmente insustentável organizar as festas da cidade sabendo que vão prejudicar a vida de um número considerável de munícipes. O futuro do Bailão tem de ser revisto. O palco tem, no entanto, de deixar de existir. Então qual alternativa?

Existe o parque de estacionamento ao pé da Praça de Toiros ou a própria Praça de Toiros para a realização de concertos. Pode-se falar também do Estádio João Paulo II. Menos concertos, melhores artistas e sobretudo entrada paga para quem quer ver. A minha perspectiva é polémica mas defendo que tudo o que vem de fora com custos elevados tem um preço que deve ser custeado pelos próprios habitantes. Os artistas locais têm de ser convidados a participar para promover os seus trabalhos, enriquecendo assim a vivacidade criativa desta ilha.

Este é um pequeno contributo que possa ser aproveitado por quem de direito, faltando propositadamente outros pontos por falta de espaço. Falar das Sanjoaninas não é só falar de Angra: é falar de todo um povo e de toda uma cultura.


A Vitória da Praia

Quando se tem dúvidas sobre a seriedade dos políticos, convém por vezes observar o concelho em que se vive para ver o que de pior se faz em política, mas também o que de melhor se pode fazer em prol dos cidadãos e da sua terra.

A Praia da Vitória encontrou um rumo, um desígnio que se, para alguns, era perfeitamente natural, levou demasiados anos a ser descoberto. O elogio que faço à actual presidência da câmara é perfeitamente sentido. A cidade está mais bonita, mais acolhedora e mais atractiva. Não sei quanta a dívidas, não sei quanto a outros caminhos que possam ser trilhados com vista ao progresso deste concelho. O que está feito é, para mim, estrategicamente correcto e adivinho que os praienses achem o mesmo.

Contudo, o poder é embriagante e ofusca os políticos da realidade. Se quem manda tem vantagem em mostrar obra feita, quem está na oposição tem oportunidade para fiscalizar e escrutinar quem manda. Uma democracia saudável baseia-se e perpetua-se com base nestes dois contra-pesos.

A Praia está ao rubro. E ainda bem; não só ganham os praienses como toda a Terceira.

sexta-feira, junho 26, 2009

"Anulado concurso de 1995 para saneamento de Angra"
Diário Insular
Vamos ver os desenvolvimentos e como o PSD Terceira reage à situação. 15 anos depois não só prova a morosidade inaceitável da justiça portuguesa como até provoca desconfianças relativamente ao timing do Supremo Tribunal.

domingo, junho 21, 2009

Paraíso Perdido XXI





De bolha em bolha

Para sair da Grande Depressão de 1929-33, o governo americano optou por um programa de grandes obras públicas que serviu de motor económico para o progresso daquela nação. No fim dos anos 90, o modelo de desenvolvimento assentou nas novas tecnologias com aposta na Internet. Contudo, no limiar do novo século, deu-se o colapso das “dot.com”, com o rebentar da bolha tecnológica. A expectativa, e respectiva especulação bolseira, levaram a uma crise profunda do meio financeiro. A saída desta crise assentou na expansão do mercado imobiliário e financeiro que, passados poucos anos, fez rebentar uma nova bolha: a bolha imobiliária. Como sair agora desta crise?

Cada vez que irrompe uma crise, os governos encontram um novo sector de desenvolvimento para relançar as respectivas economias. Para a actual crise em que nos encontramos, a teoria keynesiana dos investimentos em obras públicas voltou à linha acompanhada da aposta na economia da energia. Se a primeira não é consensual por causa da acumulação de dívida, na segunda, infelizmente, pairam algumas dúvidas.

Há cada vez mais empresas ligadas ao sector das energias renováveis, no entanto, os resultados imediatos têm sido parcos e os dividendos cingem-se às empresas não havendo ainda um retorno mais amplo que possa relançar no curto prazo as economias nacionais e a oferta de emprego. E não é líquido que o mercado bolsista volte brevemente ao vigor de outrora.

Fazendo um balanço das medidas anti-crise desencadeadas ao longo dos séculos XX e início do XXI, é interessante verificar que todas elas foram tomadas para melhorar a vida das pessoas de forma directa e imediata. Se até agora o objectivo foi nobre, a expectativa criada foi desmesurada o que acabou por lançar sementes para uma nova crise.




Se um amansa, o outro exalta-se

Quando iniciou o seu mandato, José Sócrates era um homem determinado cujo tom mais autoritário até nem era mal visto, considerando a tibieza das governações anteriores. Com o tempo, essa determinação passou a arrogância e o seu autoritarismo é adjectivado de perigoso porque Sócrates recorre a meios de pressão que o seu cargo lhe confere cada vez que se sente contrariado. Estes são traços de uma personalidade forte mas que leva a que mais pessoas, nomeadamente no Partido Socialista, se distanciem dele.

A derrota nas eleições europeias obrigou-o a uma transformação fingida de personalidade que está a resultar num desastre em termos de propaganda. Logo à primeira, a comunicação social tratou de desmitificar um homem que se quer fazer passar por manso, quando esta atitude é exactamente oposta àquilo que ele é por natureza. Aliás, se Sócrates acha que ganha alguma coisa com isso, o primeiro ensaio tratou de mostrar que está bem enganado.

Pelo contrário, provavelmente por estar há demasiado tempo no poder, Carlos César transforma-se num animal político feroz que, quando contrariado, não tem pejo na língua. Insatisfeito com a alta abstenção, não só quer que a votação em eleições seja obrigatória como até chama de estúpidos àqueles que, consciente ou inconscientemente, não votaram. De facto, com políticos assim, bem apetece ficar em casa em vez de pôr uma cruz num papel que irá dar emprego a pessoas que deixaram de merecer confiança por parte dos eleitores.



Açores sobrevalorizados

Numa terra que só tem 250 mil habitantes, que conta com um governo, secretários, directores regionais e respectivos assessores, uma assembleia com um presidente, dezenas de deputados e respectivos secretários, e com um peso enorme em termos de funcionários públicos, a colocação de dois deputados açorianos para a Europa, quando os conterrâneos se marimbaram para este eleições, pôs uma verdade inconveniente a nu.

Os Açores estão politicamente sobrevalorizados para aquilo que de facto representam. De quem é a culpa? Dos estúpidos que não votam ou daqueles que, com o poder que os votos lhe dão para mandar, adulteram o sistema político em proveito próprio?

Nunca vi ninguém a pôr em causa o facto de o filho de Carlos César, Francisco César, ser deputado pelo PS na Assembleia Regional, nem nunca ouvi ninguém questionar o facto de João Melo, o filho de Rui Melo, presidente da Câmara de Vila Franca do Campo, ser director do Pavilhão Multiusos dessa mesma vila. Nestes dois cargos, não há concurso público: é-se recrutado segundo os critérios de confiança política. Tal como os Sopranos, não há maior confiança do que aquela que se deposita num familiar.

quinta-feira, junho 18, 2009

Só não acerto no euromilhões, carago

Escrevi este texto em Novembro de 2006. O título da crónica: "Angra, capital da calamidade?"

quarta-feira, junho 17, 2009

O descaramento tem dessas coisas



Como se a humildade fosse algo que se adquirisse assim, de um dia para o outro.
Anseio por vê-lo na entrevista desta noite na SIC.
É pena mas há pessoas que caem nessa armadilha.

segunda-feira, junho 15, 2009

Se eu não fosse presidente, até tinha razão

Andreia Cardoso
O que a candidata do PS à Câmara de Angra não tem é legitimidade política para insinuar sobre as propostas dos outros adversários quando o seu partido só maltratou a cidade.
Andreia Cardoso
Concordo. Até agora, a actual presidência nada fez para que isso acontecesse (oups; são os mesmos).
Tal pena não ter pressionado publicamente o governo na devida altura; por exemplo quando estiveram juntos na inauguração da estrada para São Carlos.
Ainda bem que Carlos César lhe deu permissão para dizer isso.
Lamento, mas a partir de agora será assim.

2 eleições num dia

Antes que o Presidente se pronuncie sobre o assunto.
Defendo que as eleições legislativas e autárquicas decorram no mesmo dia. Por um lado, em tempo de crise, ficará bem aos políticos - e para os bolsos dos contribuintes - não se excederem em gastos para a propaganda eleitoral. Por outro, como as eleições locais têm sempre mais participação, seria uma forma de diminuir a abstenção.
A questão da possibilidade de os portugueses se confundirem com duas eleições ao mesmo tempo não pega. Está mais provado que quem manda é o povo e ele sabe o que faz.

domingo, junho 14, 2009

Paraíso Perdido XX


Aviões e Donuts

Há poucas semanas, Hillary Clinton fez escala na Base das Lajes quando ia a caminho do Cairo. Esta semana soube-se que as negociações bilaterais entre Portugal e os Estados Unidos sobre o apoio ao treino dos F-22 nos Açores tinham sido bem sucedidas. A Base das Lajes volta outra vez à ribalta mas com as preocupações de sempre: o que ganham os açorianos, e em particular os terceirenses, com isso?

Este tipo de relação diplomática é altamente delicado e é sempre mais fácil e tentador reclamar contrapartidas comuns como mais e melhor emprego para a população local. Nos Açores, a questão tem sido debatida neste prisma, o que limita gravemente o potencial da presença americana na região. Os Estados Unidos têm muito para dar mas é preciso engenho e criatividade em obter tal proveito. E outro aspecto: se o governo regional tem presença permanente na comissão bilateral, não quer isso dizer que as autoridades políticas e económicas da Terceira fiquem de braços cruzados à espera do resultado dessas reuniões.

Provavelmente, não voltará a haver emprego para os terceirenses como houve no passado. Isso não significa que os benefícios da presença americana fiquem diminuídos. Pelo contrário, é preciso tirar proveito dos milhares de americanos (militares, famílias e civis), atraindo-os para o território português, com todo o tipo de iniciativas culturais, económicas e até no âmbito do ensino. Não seria interessante criar protocolos de estudo e de intercâmbio entre a Universidade dos Açores e o Comando Americano da Base das Lajes? Não seria interessante a Câmara de Angra organizar visitas guiadas à sua cidade, passeios pedestres e mostras gastronómicas? Não seria interessante criar um protocolo com a Câmara de Comércio por forma a incentivar a frequência dos americanos nas nossas lojas? Há muitas maneiras para aproveitar a presença americana na Terceira e não é preciso o aval do governo regional, nem das comissões bilaterais: se houver vontade e mestria dos políticos locais, tudo é possível. Esperar pelos outros é que já não dá.

Aliás, nessa famosa visita do governo regional às Américas, que muitos defendem ter sido um investimento, não o vi reunido com responsáveis americanos ou emigrantes a discutir o tema da Base. A visita a uma fábrica de Donuts será recordada como um dos grandes momentos dessa viagem.





A culpa é do Vital

Nos discursos de derrota na noite das eleições europeias, os socialistas da região foram bem mais cruéis e hipócritas: Vital Moreira é o culpado do desaire eleitoral por ser inimigo das autonomias (quando dias antes não era bem assim). Continentais e açorianos teriam votado com o intuito de penalizar fatal escolha para cabeça de lista do PS.

De facto, ao ler e ouvir comentários políticos do género sobre o resultado das eleições e sobre a abstenção, Portugal teria grandes assimetrias. Por um lado, quem vota denota uma clarividência e uma inteligência excepcionais; quem se abstém é parasita da democracia e culturalmente ignorante.

O PS tem de perceber qual o sinal que foi dado pelos portugueses. A população pede com urgência uma mudança de políticas e de discurso político. Faltam três meses para operar essa mudança para quem governa o país. Sou, porém, daqueles que acredita que mesmo assim será impossível contornar o que se espera.

Há um caminho na Democracia que é o da alternância. Os portugueses, que são muitos cépticos e cínicos relativamente aos políticos, já interiorizaram que a permanência prolongada no poder só traz malefícios.

Sem dúvidas que as próximas eleições, pela sua natureza, motivarão mais discussão entre as pessoas e terão, em consequência, maior participação.

quinta-feira, junho 11, 2009

Erro Infesto

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Diário Insular, de 9 de Junho de 2009

segunda-feira, junho 08, 2009

Mea Culpa

Nunca pensei no desfecho que as eleições europeias tiveram.
Penso que os dois grandes partidos também não. Toda esta surpresa deve-se à forma como a comunicação social e os seus "opinion makers" geriram a campanha eleitoral: colocando sempre o PSD em 2ª lugar e tentando descredibilizar Manuela Ferreira Leite.
Manuela Ferreira Leite provou que o seu método não é assim tão desadequado quanto o que se pensava ou insinuava. Muitos deram leis, mas esqueceram-se de que de facto a população andava (e anda) atravessada com os socialistas.
Faço o Mea Culpa porque escrevi no passado que o PSD, ao parecer tão inseguro e instável internamente, não conseguiria vencer eleições. Errei e ainda bem. Provavelmente, tal como muitos, esqueci-me de que, no momento da verdade, nas urnas, cada voto conta e a comunicção social "não tem voto na matéria".
Se o cartão amarelo (ou laranja) foi atribuído ao PS, o PSD tem um cartão verde (de confiança) dado pelo voto popular. Agora, os eleitores precisam de sentir que podem confiar novamente no PSD. Cabe ao partido mostrar que merce essa confiança.
Uma das lições do dia consiste em mostrar que, mesmo frágil, a democracia é um meio poderoso e útil de que os cidadãos dispõem para dar um rumo ao país.

domingo, junho 07, 2009

Paraíso Perdido 19


O Senhor do mar

Sempre mantive uma relação ambígua com o mar. Se o mar me fascina, ao mesmo tempo temo-o por causa da sua imensidão, da sua profundidade e do seu mistério. A única forma que encontrei para compatibilizar esta ambiguidade foi ir viver para os Açores, onde a partir da terra segura posso serenamente admirá-lo.

Genuíno Madruga é um Senhor do mar que, talvez, sinta o contrário. O seu meio natural é o mar. Do mar, ele contempla a terra, essa sim insegura. Esta foi a sua segunda volta ao mundo e regressou são e salvo e em paz com o mundo. Não sei quanto mais tempo ele aguentará em terra, apesar do orgulho e das suas saudades de sua terra. Citando Sebastião Antunes: “Quem anda ao mar/Não tem vida, não tem hora/nunca sabe quando chega/Nem quando se vai embora".

Todos temos sonhos extravagantes, perigosos ou inalcançáveis. Vivemos uma vida inteira a perguntarmo-nos como seria se os tivéssemos concretizado. Alguns não perdem muito tempo com essas dúvidas. Ainda bem que existe o Genuíno e outros românticos “loucos” para, de certa forma, nos sentirmos realizados através deles.


Notas sobre as Europeias 2009

É tão fácil fazer análise política depois de saber dos resultados eleitorais. O PS está numa situação difícil. O problema é grave: afinal, para surpresa de José Sócrates, as pessoas andam descontentes com a sua governação. O PSD acaba por ganhar com esse descontentamento. Ainda não é por mérito próprio…

A ascensão da Extrema-esquerda somada à abstenção é um péssimo sinal para a democracia mas pode ser também um desafio. Basta recordar o que se passou em França quando Le Pen esteve quase para se tornar presidente. Perante o perigo, a população votou em massa. Às tantas, seria motivador se acontecesse o mesmo em Portugal…

Carlos César continua a bater na mesma tecla do voto obrigatório. No continente, ninguém liga às suas palavras com clara evidência. Os responsáveis políticos têm de perceber que para que uma democracia se mantenha viva e saudável, é preciso cultivá-la.

Por isso, quero também bater na mesma tecla: em vez de educação sexual nas escolas, uma disciplina de educação cívica que ensine rigorosamente o que é uma democracia e as suas instituições - não esquecendo nunca a União Europeia. Mas será que os políticos achariam isso porreiro?




Governo socialite

Quando vejo o noticiário da RTP Açores, faz-me sempre confusão o tempo que é concedido em reportagens sobre os membros do governo regional. Mais de metade das notícias baseia-se em acções do governo um pouco por todas as ilhas. Não sei se há algum mal nisso; pelo menos, não há notícias de crimes ou de escândalos: fala-se de inaugurações, de conferências de imprensa, de anúncios e de algum despique político. A RTP Açores não se limita, no entanto, ao telejornal. Tem também vários programas que retrata a sociedade açoriana e os eventos culturais e sociais que ocorrem pelo arquipélago. Mas, mais uma vez, os membros do governo lá aparecem, desta vez com um copo na mão em vez de propostas para a região.

Será que há vida nos Açores para além da do governo? Esta omnipresença do governo incomoda-me. Não há cocktail, galeria de artes ou evento social de que tipo for em que um membro do governo não esteja. O problema não está no governo; está em quem quer cair nas boas graças dos governantes e pretenda fazer valer-se das suas influências ou reforçar a sua auto-estima. É verdade que os membros do governo têm o direito de se divertir; é verdade que esta terra é pequena, mas ao ver os outros canais nacionais o mesmo não acontece. Aliás, o político mais visto em ambiente socialite foi Pedro Santana Lopes e pagou um preço bem caro por isso. E outro pormenor: ele não dava entrevistas de copo na mão.

segunda-feira, junho 01, 2009




Erro Infesto, no Diário Insular de 31 de Maio de 2009.