Complot
Este blogue nada tem de original. Fala de assuntos diversos como a política nacional ou internacional. Levanta questões sobre a sociedade moderna. No entanto, pelo seu título - Complot -, algo está submerso, mensagens codificadas que se encontram no meio de inocentes textos. Eis o desafio do século: descobri-las...
Acerca de mim
- Nome: Paulo Noval
- Localização: Praia da Vitória, Terceira, Portugal
segunda-feira, agosto 27, 2012
O Secretário-geral do PS e mais uma das suas tiradas fantásticas: "Se a RTP dá prejuízo, que privado a quer?"
Neste prisma, que sejam então os contribuintes a pagar.
Mas mesmo assim, estou confuso. Durante o fim de semana, com o Expresso, andei com a ideia de que o canal de TV dava lucro e que era um negócio fácil de ter porque rendia automaticamente 20 milhões ao ano.
o Governo não desmentiu categoricamente a opção avançada por António Borges. Lá usou a técnica do soundbyte para ver o que dava.
Para mim, no setor da comunicação social, principalmente televisiva, ou é carne ou é peixe. A concessão é uma burla. Com que cara um governo é capaz de exigir uma taxa audiovisual para proveito de um privado sob a suposta condição da prestação de serviço público? A TVI ou a SIC não têm programas que o fazem também? Só se a receita da taxa for dividida pelos três canais.
Mas preferiria a privatização total de um dos canais e a manutenção de um canal exclusivamente do setor público.
domingo, agosto 26, 2012
A oposição vai fazer-vos bem
A grande porta pela qual Carlos
César se ia despedir da vida política açoriana - e aclamado por quase toda a
população - vai mingando de dia para dia, à medida que a verdade sobre as
famosas contas dos Açores vai saindo a público. Tal como no continente, depois
do regabofe socialista no esbanjamento de dinheiro, alguém vai ter de pagar a
fatura. Já se percebeu quem vai tomar conta da casa. Dia 14 de Outubro,
oficializa-se o ato de pagamento.
Lembram-se
da frase “Na região, manda os que cá estão”? Lembram-se de Sérgio Ávila e Vasco
Cordeiro a clamar como a República não tinha de se imiscuir na vida política
dos Açores? Lembram-se de como os socialistas insistiam no perigo que constituía
qualquer acordo com a República com vista ao saneamento das contas públicas da
Região? Entre a demagogia típica de pré-campanha e a realidade está um
memorando de entendimento; assinado pelo PS.
Os
Açores não são a Madeira, já conhecemos a cantiga, mas as agências de Rating já tinham colocado Portugal no
lixo, inclusive as ilhas adjacentes. Por isso, para financiar a economia da
Região e pagar as obrigações já acumuladas era preciso a ajuda de alguma
instituição. Como a torneira da banca estrangeira secou, pede-se ajuda à Republica;
aquela de quem os socialistas diziam tão mal há dias atrás.
O
PS bem pode renovar as listas e apresentar os independentes que quiser que a
margem de manobra para Vasco Cordeiro se está a esgotar. Ainda há pouco, o PS pretendia
que as eleições fossem o mais tarde possível para que se conhecesse a posição
de cada partido para o Orçamento de 2013. Mas para assinatura do Memorando
ninguém foi ouvido, nem o próprio candidato socialista. E é bom que se perceba
que o futuro Governo Regional estará refém da assinatura de Sérgio Ávila. Acredito
que o PS, com esta novidade, voltou a mudar de posição e que se fosse possível
antecipar as eleições já para o próximo Domingo aceitava logo de seguida. Quanto
mais tempo passar e mais se souber, pior serão os resultados eleitorais para o
PS.
Secretários assim nunca mais
Estes
são tempos de balanço governativo. A Secretária Regional da Solidariedade
Social, Ana Paula Marques, ficará na história como a governante mais altruísta
de sempre. Criou uma bolsa de estudo especialmente para o filho obter a licença
de pilotagem de aeronaves e, provavelmente, por causa da sua devoção religiosa
aceitou sempre esmolas do contribuinte nas ajudas de custo inerentes à sua
“santa” participação nas procissões. Espera-se que a senhora nunca mais volte a
pisar qualquer palco político.
A
Secretária Regional da Educação, Cláudia Cardoso, teve a coragem de acabar com
as PASE, colocando os alunos açorianos no mesmo patamar avaliativo dos
restantes alunos portugueses. Organizou com mérito o 2º Campeonato do Mundo de
Atletismo Síndrome de Down. Podia acabar em beleza, mas a sua veia política mexeu-lhe
no ego e lá foi “arranjando” mais vagas de professores (números, no entanto,
não muito diferentes dos anos anteriores). As pré-campanhas são mesmo assim,
mas não era preciso emitir um comunicado a dizer que se o PSD e o CDS ganhassem
as eleições seguiriam os passos do Ministério de Nuno Crato. Onde está o
sentido de Estado? A Secretaria da Educação é uma instituição que merece
respeito, não um palanque para a baixa política.
Sobre
Sérgio Ávila tudo já foi dito. De negação em negação até à derrota final.
O deputado do Corvo
Alguém
duvida da performance do deputado do PPM, Paulo Estevão, na defesa dos
interesses do Corvo? Alguns mentecaptos socialistas acham impossível que alguém
de fora possa dar um contributo cívico e político em prol da terra que, apesar
de não ser sua, adotou, respeita e ama. Berta Cabral fez bem em apoiar a
recandidatura do deputado monárquico porque fez o que o PS andou anos a negar
aos seus deputados: pôr a sua ilha à frente dos interesses do partido.
A
mania dos independentes
A ânsia de Vasco Cordeiro em agradar
é tão grande que se estranha o facto de não ter convidado o Pauleta ou a Nelly
Furtado para as listas a deputado. O apresentador de TV Pedro Moura foi a
personalidade mediática mais acarinhada pela população nos tempos conturbados
da RTP Açores. Artigos de imprensa laudatórios, páginas Facebook em defesa do programa Bom
Dia Açores. Como forma de agradecer esses gestos de simpatia, Pedro Moura
listou-se como deputado no PS em São Miguel. Já ninguém se indigna?
quarta-feira, agosto 22, 2012
Pedro Moura na lista do PS por São Miguel
Por uma questão de coerência, aqueles
indignados que andaram a criar páginas Facebook
para exigir a manutenção do Programa “Bom Dia Açores” na RTP Açores e depois a
mudança de horário para as manhãs devem estar furiosos com a decisão do
apresentador em querer ser deputado do PS.
Já diziam no filme Pátio das Cantigas: “Carneiro amigo,
andamos todos ao mesmo!”
A demagogia tem limites
Algumas das explicações da SREC sobre o aumento do número de vagas para professores contratados:
Se eu fosse o visado, não perdoaria tamanha afronta.
terça-feira, agosto 14, 2012
Desemprego Açores 2º trimestre
Reação de Carlos César à taxa de desemprego na região no 1º trimestre que era de 13,9 %
A taxa de desemprego está nos 15,6 %.
Então, o que se passou desta vez?
terça-feira, agosto 07, 2012
domingo, agosto 05, 2012
Lajes Field e o lado bipolar da Terceira
Com o tempo e com o acumular de
declarações disparatadas por parte de alguns notáveis da Ilha Terceira, sou
levado a pensar que a presença militar americana se transformou numa maldição
que vai minando a saúde mental dessas pessoas.
A comumente denominada base
americana desperta tanto ódio e paixão nos terceirenses que se torna difícil
compreender o que realmente pretendem dela. Se, numa semana, é destaque na
imprensa regional por contribuir para a terra com milhões de dólares em
pagamentos de salários, na aquisição de bens e serviços, na outra, é alvo de
denúncia por parte dos representantes dos trabalhadores portugueses que a acusam
de maltratar os seus associados; se a base é cobiçada por boa parte da
população que sonha em conseguir um lugar lá dentro, quem consegue entrar é
vítima de inveja pelos seus compatriotas; se num dia surge uma notícia a dar
conta da redução de efetivos e do consequente despedimento de trabalhadores
portugueses, no dia seguinte, (sempre com base em fontes do tipo WikiLeaks) coloca-se a possibilidade de
a base se transformar em campo de treinos para caças e outras brincadeiras aeronavais;
se um político ou académico dá uma entrevista onde defende a imprescindibilidade
dos Açores para a estratégia militar americana, aparece outro a defender a
incompetência do Estado Português em negociar as contrapartidas políticas e
financeiras; se um estudioso alega que a realidade geostratégica americana já
não se define no Atlântico, aparece um político a dizer que a sobrevivência dos
restaurantes da ilha depende do número de militares destacados; se os partidos
de Esquerda lutam pela paz no mundo, pelo fim de Israel e pela saída dos
americanos da BA4, logo a seguir exigem um numerus
clausus de postos de trabalhos para os portugueses; se algum diplomata ou
militar americano falar sobre os Açores é logo trucidado por cometer
ingerência, mas se um português falar sobre os americanos pode dizer o que bem
entende, pois tem sempre razão.
Essas variações acentuadas de humor
tornaram-se patológicas e o pior é que quem mais sofre com isto tudo são
justamente os mais calados: os portugueses que lá trabalham.
Aliás, a esse respeito, um dia
alguém há de me explicar como é que se escolhe um comunista para os representar
na mesa das negociações.
Passado mais de sessenta anos após a
sua criação, esta base, que foi palco de momentos marcantes da História Moderna,
que tanto contribuiu para o desenvolvimento da Terceira e dos Açores, que tanto
ajudou famílias a sair da miséria, que tanto apoiou a reconstrução de Angra e o
desenvolvimento da Praia, requalificou equipamentos, igrejas e outras
infraestruturas por toda a ilha, que contribuiu para a modernização da agricultura
regional, que enriqueceu a cultura terceirense, cinge-se agora a um único
princípio: se os americanos continuarem a dar milhões e jobs muito bem; senão que zarpem daqui para fora.
Não defendo nem subserviência, nem
rutura. Na minha visão romântica, preferia que houvesse mais discrição e
pacatez nas negociações; menos ruído, menos che
guevaras a urdir na imprensa, e sobretudo mais realismo. A base americana
não é o RSI da Terceira.
Quando os nossos amigos americanos
se forem embora o que restará da sua presença? Inúmeros estudos académicos,
indemnizações aos trabalhadores, arquivos fotojornalísticos, mas nem um museu
permanente e em exclusividade para homenagear este relacionamento bilateral,
perpetuando a memória para as gerações futuras, nem um protocolo com o US Departement of Veterans Affairs. E eu a
pensar que os americanos eram os únicos obcecados com os dólares.
Sempre defendi e defenderei o debate
livre de ideias e o abanar de consciências, mas não me revejo nem aceito o discurso
populista à custa do sofrimento de outrem.