Complot

Este blogue nada tem de original. Fala de assuntos diversos como a política nacional ou internacional. Levanta questões sobre a sociedade moderna. No entanto, pelo seu título - Complot -, algo está submerso, mensagens codificadas que se encontram no meio de inocentes textos. Eis o desafio do século: descobri-las...

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segunda-feira, maio 30, 2005

A ironia socrática

Os cidadãos sempre desconfiaram das promessas dos políticos aquando das campanhas eleitorais. Depois de ganho as eleições, fazem totalmente o oposto. Afinal, este voltar atrás não passa de bom humor à portuguesa: a ironia.
Vejamos as seguintes afirmações que foram produzidas pelo Secretário-Geral do PS antes e depois de vencer as eleições de Fevereiro de 2005.
“Não estou de acordo com a subida de impostos. A subida de impostos já foi feita no passado e não produziu bons resultados” Dito por José Sócrates no debate televisivo com Santana Lopes (10 de Fevereiro de 2005)
“ [Ao aumento dos impostos] vai ser evitável, porque estamos cá para garantir que vamos conter a despesa e combater a fraude e a evasão fiscal” Proferido pelo actual Primeiro-Ministro no debate do Programa de Governo (21 de Março de 2005)
[O défice público português] será muito acima dos 5% e próximo dos 6 %” José Sócrates, em entrevista a Judite de Sousa, na RTP (14 de Abril de 2005)
Nós não vamos aumentar os impostos, porque essa é a receita errada. Não vamos cometer os erros do passado. As prioridades são: aposta no crescimento económico, reduzir a despesa e combater a fraude e a evasão fiscal.” José Sócrates em entrevista a Judite de Sousa, na RTP (14 de Abril de 2005)
Comparemos agora com a proposta para combater o défice no discurso proferido pelo mesmo Primeiro-Ministro no debate mensal, na Assembleia da República (quarta-feira 25 de Maio de 2005)
· “Sócrates anuncia subida dos impostos em nome da defesa do Estado social” título do jornal Público de 26 de Maio de 2005.
· A situação das contas públicas é mais grave do que se pensava.” José Sócrates pronunciando-se sobre o relatório da Comissão “Constâncio”.
· “Se o défice previsto fosse de 5,1%, não seria necessário aumentar os impostos.”
Depois do discurso da “Tanga”, temos o discurso da surpresa. Pelos vistos, o governo anterior tinha feito tudo às escondidas e ninguém reparou do mal que iria advir. Nem o Governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, que, segundo a Lei Orgânica da Instituição a que preside, possui as seguintes competências: cabe ao Banco de Portugal ser a autoridade estatística em matéria económico-financeira, elaborando estudos, cálculos e observações (art.º13); ou então o número 2 do mesmo artigo que lhe garante a iniciativa, a inquirição, a réplica e a investigação, sempre que haja dúvidas sobre os dados fornecidos, ou disponíveis.
Ao criar uma Comissão, presidida por Vítor Constâncio, para apurar o verdadeiro défice, porque o Banco de Portugal não tinha meios ou dados para fiscalizar na devida altura é um acto que demonstra, mais uma vez, o sentido de humor que os políticos têm.
Com este tipo de humor tão apurado e irónico, os comediantes do Gato Fedorento têm uma forte concorrência…

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