Ménage à trois
Comment ça va? "A França já não é o que era", dizem alguns nostálgicos. Actual motor da Europa que se encontra em fase de arrefecimento, a França tem, nas próximas eleições presidenciais, esperança em encontrar um novo líder que a projecte para a notoriedade e estabilidade de antigamente, apesar de não se saber muito bem o que esse antigamente representa. No passado, fora sinónimo de progresso, de cultura, de elite e até de bom gosto. Actualmente, o país do galo é sinónimo de convulsões sociais, de intolerância e de estagnação económica. A não ser a sua capital, Paris, que ainda se mantém como destino turístico principal da Europa, a França perdeu uma identidade única que a distinguiu e elevou perante as outras nações. Neste caso, a política pode contribuir para a reposição do país num lugar cimeiro e determinante na cena mundial.
Dois candidatos pareciam monopolizar a disputa do lugar de presidente da república francesa. Nicolas Sarkozy da Direita e Ségolène Royal, da Esquerda. Para além de possuírem personalidade e determinação fortes, Ségolène teria a vantagem de ser uma mulher que simboliza a emancipação do sexo feminino e que atribui um traço de modernismo muito em voga neste início de século. São dois candidatos que partilham bastante da sua vida privada com o público o que permite angariar mais simpatia e, por isso, mais votos. No entanto, a campanha eleitoral tem mostrado que estes dois candidatos têm fraquezas que não são bem vistas por parte dos eleitores. Faltam-lhes substância ideológica, pontos de referência cujos franceses se possam apoiar para decidir em quem votar. Exemplo disso são as questões económicas e sociais. A companhia Airbus tem graves problemas em termos de dívidas por causa dos atrasos na construção dos A380 o que leva a administração a ponderar o despedimento de 10 mil trabalhadores. Todos os candidatos disseram que com eles não haveria despedimentos. Em termos de questões sociais, o casamento entre homossexuais e a possibilidade de adopção são os pontos considerados prementes em termos de campanha eleitoral. Bem vistas as coisas, a demagogia está na ordem do dia. O país parece, mais uma vez, adiado.
Dois candidatos pareciam monopolizar a disputa do lugar de presidente da república francesa. Nicolas Sarkozy da Direita e Ségolène Royal, da Esquerda. Para além de possuírem personalidade e determinação fortes, Ségolène teria a vantagem de ser uma mulher que simboliza a emancipação do sexo feminino e que atribui um traço de modernismo muito em voga neste início de século. São dois candidatos que partilham bastante da sua vida privada com o público o que permite angariar mais simpatia e, por isso, mais votos. No entanto, a campanha eleitoral tem mostrado que estes dois candidatos têm fraquezas que não são bem vistas por parte dos eleitores. Faltam-lhes substância ideológica, pontos de referência cujos franceses se possam apoiar para decidir em quem votar. Exemplo disso são as questões económicas e sociais. A companhia Airbus tem graves problemas em termos de dívidas por causa dos atrasos na construção dos A380 o que leva a administração a ponderar o despedimento de 10 mil trabalhadores. Todos os candidatos disseram que com eles não haveria despedimentos. Em termos de questões sociais, o casamento entre homossexuais e a possibilidade de adopção são os pontos considerados prementes em termos de campanha eleitoral. Bem vistas as coisas, a demagogia está na ordem do dia. O país parece, mais uma vez, adiado.
Entretanto, aparece um novo candidato, François Bayrou. Candidato pela UDF, um partido centrista, Bayrou fez surpresa nos resultados das sondagens que mostraram que bem pode derrotar qualquer um dos outros candidatos. O seu discurso e a sua postura não são nem melhor nem mais inovador do que os outros. Na verdade, não fossem os franceses filhos da revolução, ele não representa nenhum dos candidatos supostamente elegíveis daí ter obtido esse resultado surpreendente. Os franceses, como sempre foram do contra, vêem nele a possibilidade de castigar os políticos famosos que não passam, segundo eles, de oportunistas e demagogos. No meio destas confusões que deliciam quem se interessa pelos bastidores da política, a sombra de Le Pen, representante da extrema-direita, paira no ar.
Para a França voltar a ser o que era em termos políticos e económicos, os candidatos à presidência precisam de compreender que ela nunca será como foi em termos culturais ou civilizacionais. Com a quantidade de imigrantes que se naturalizaram franceses, ela deixou a sua identidade do passado, mas não encontrou uma nova para o presente. Os representantes da república regozijam-se por ser um bom país de acolhimento, mas em termos sociais criaram zonas de exclusão racial e, consequentemente, social que faz com que haja duas franças: a França das cidades e do campo e a França das banlieues.
Para alguns políticos de renome, ainda lhes faz confusão que a selecção francesa de futebol entre em campo com 9 jogadores pretos. Claro que este tipo de observação é politicamente inaceitável, mas demonstra o que a França profunda sente mesmo de forma escondida.
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