Paraíso Perdido T2C01
Conspiração SATA
O Verão é muito propício à leitura de romances policiais ou de aventuras. Mas em vez de dissertar sobre um dos que vão para o top de melhor vendas, prefiro criar o meu próprio enredo. Em vez de falar em ilhas, baleias, marinheiros e outras tretas do género que compõem a literatura denominada açoriana, prefiro recorrer aos “ingredientes” típicos para uma leitura fácil e agradável: amor, acção e muita conspiração.
A cena passa-se nos Açores, mais precisamente na sua capital. Muitos açorianos queixam-se de que a companhia aérea regional pratica preços exagerados para as viagens inter-ilhas e para fora do arquipélago. Nada disto é novo, mas o que interessa é partir de uma situação real e tentar encontrar ou criar o que se esconde por detrás dela. A nossa personagem principal - se fosse um filme podia ser interpretado por Diana Chaves - uma bonita (gostosa na edição brasileira) hospedeira da dita companhia descobre uns documentos altamente secretos e comprometedores.
A nossa heroína descobre que a SATA teria um acordo secreto com o governo regional para que os preços das viagens nunca fossem demasiados baixos de maneira a que parte da população açoriana (os tais 60% da população activa que ganham menos de 600 euros por mês) nunca se possa deslocar até ao continente português. Se isso acontecesse, seria o fim do arquipélago, pois as pessoas veriam como se pode viver bem e barato fora dos Açores e perceberiam que a cena do IVA mais baixo não passa de um embuste.
Deste modo, a protagonista desvendaria todo o mistério ao longo do romance, recorrendo à ajuda de um jornalista infiltrado no GACS, pelo qual se apaixonaria no final. Eis o mote para uma nova literatura açoriana de sucesso.
Deputados em queda livre
Se algum dia um partido regional se atrevesse a candidatar para a Assembleia Regional um micaelense para o círculo da Terceira ou um Picoense para o círculo de São Jorge não só cairia o Carmo e a Trindade como também a torre do Sol Mar.
No continente, só fica bem um deputado concorrer pela sua terra quando as hipóteses de vencer são altamente favoráveis. De resto, recorre-se ao triste argumento do interesse nacional que supera os interesses locais ou regionais para colocar deputados “pára-quedistas”. E eu pergunto-me por que razão uma pessoa tão inteligente, com um currículo pessoal e político tão notáveis, como Costa Neves, se sujeita a candidatar-se por uma região do país que não lhe diz rigorosamente nada, só porque a liderança do partido assim o desejou. No seu discurso de derrota em Outubro, o político terceirense fazia alusão ao distanciamento da família como um dos principais motivos para a sua demissão enquanto líder do PSD Açores. Com esta nova candidatura, não se percebe como meses depois as coisas mudam tão radicalmente. Mas uma coisa é certa: acabou-se a carreira política nos Açores. Não acredito que a memória dos açorianos seja assim tão curta.
Só espero que, por uma questão de respeito para com os eleitores de Castelo Branco, Costa Neves não se lembre de dar entrevistas a jornais açorianos dizendo que irá defender os interesses do arquipélago no Parlamento.
Tradição marítima
Todos os anos, por altura do Verão, a tradição volta à linha com os transportes marítimos. Problemas com a vinda dos barcos, atrasos, cancelamento, avarias, ilhas mais pequenas prejudicadas, governantes assobiando para o ar, explicando que o governo nada tem a ver o assunto e que a oposição só sabe dizer mal.
Entretanto, o Presidente do Governo Regional, Carlos César, defende que este ano foi o melhor de sempre em termos de serviço de transporte marítimo. De facto até concordo com essa perspectiva. Basta adaptar ao contrário a máxima de W. Churchill acerca da Democracia: os transportes marítimos nos Açores são os melhores do mundo, isso se exceptuarmos todos os incidentes ocorridos.
1 Comentários:
"A cena passa-se nos Açores, mais precisamente na sua capital."
E isso é onde, Paulo?
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