Reformar as reformas
Em Portugal, o povo nunca sabe quanto e como irá receber a sua reforma. Quase todos aos anos, alteram-se as leis das pensões em nome da sustentabilidade da segurança social e com o argumento de que a esperança de vida aumentou substancialmente, o que permite às pessoas trabalharem por mais tempo.
Quando se discute que nem todas as profissões têm o mesmo desgaste, daí não se dever aplicar o mesmo princípio de longevidade no trabalho, eis que surge uma notícia que dá conta das reformas que auferem os ex-deputados açorianos:
"Nos Açores são, actualmente, cerca de 64 os deputados que recebem subvenções vitalícias. São mais os antigos deputados a receber reformas vitalícias do que os parlamentares no activo na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores."
É esquisito para uma democracia que tem pouco mais de 30 anos de vida, mas a notíca torna-se perturbadora:
Nos Açores, basta ter sido deputado 12 anos para auferir aum rendimento vitalício que, como se adivinha, é bastante chorudo. (Há alguns anos atrás, bastava ter-se trabalhado 8 anos para receber a pensão)
Aqui, não se trata de invejar o que ganham. Ao invés, manifesto a minha indignação por perceber que o princípio da moralização não se ajusta aos políticos, pois em tempo tão socialmente conturbados, em que se exige dos cidadãos sacrifícios, não se pode aceitar que, durante a reformas das pensões, não se tenha dado um sinal claro de que os políticos também fazem parte do lote dos sacrificados.
Vêem-se discussões ridículas do género "Não me importo que me reduzam o salário" (mas ninguém o faz).
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