Complot

Este blogue nada tem de original. Fala de assuntos diversos como a política nacional ou internacional. Levanta questões sobre a sociedade moderna. No entanto, pelo seu título - Complot -, algo está submerso, mensagens codificadas que se encontram no meio de inocentes textos. Eis o desafio do século: descobri-las...

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sábado, maio 01, 2010

Paraíso Perdido T2C26




O namoro tecnológico

O ser humano é de um tal comodismo que até incomoda. Todo o progresso tecnológico empreendido pelo Homem foi feito com base num só objectivo: tornar as coisas mais fáceis. Desde a máquina de lavar roupa até ao comando da televisão, toda esta parafernália de gadgets permitiu-lhe dispor de mais tempo para não se apoquentar com aquilo que considera futilidades da vida. Porém, neste comodismo que roça o patológico, o ser humano conseguiu a proeza de criar uma nova valência: a do namoro virtual.

No geral, o progresso tecnológico é benéfico. Para o Homem, claro! Já se sabe que o meio ambiente tem sofrido imenso e, por isso, o mundo reequaciona a forma como Homem se deve harmonizar com a natureza. Aliás, talvez seja melhor dizer o contrário, isto é, que a natureza deve encontrar uma forma de se harmonizar com o Homem, porque este não voltará ao passado da Idade Média.


Nestas duas últimas décadas, o computador, aliado à Internet, inovou de tal forma que conseguiu criar um novo paradigma de vida. No aspecto material, a Internet criou milhares de emprego e dezenas de novas profissões; enriqueceu pessoas de forma instantânea, catapultando muitas delas para a fama. A nível espiritual, aproxima pessoas de diferentes continentes; alimenta a felicidade e a esperança; preenche a solidão dos socialmente abandonados ou auto-excluídos e ensina quem a sabe usar com discernimento. A Net é isso tudo e o que há-de vir que ainda desconhecemos. Tal como um ser vivo, ela evolui - e, por um lado até tem a sua razão de ser, pois é encarada cada vez mais como um prolongamento da mente humana. Estamos a passar da fase do Homo Sapiens para o Homo Cyberneticus.




Este novo Homem cibernético acomoda-se e reinventa a sua relação com os seus demais, nomeadamente nas relações amorosas e sexuais. Todos nós sabemos ou ouvimos falar das proezas que a Internet proporciona nas relações humanas. O que ninguém sabe é até onde isto vai dar. Mas não quero vir aqui com um discurso moralista nem com pessimismos exagerados. Aliás, ao contrário do que se anda a apregoar, vale a pena elencar as virtudes da coisa.


Graças à Net, é possível reduzir drasticamente as gravidezes indesejadas ou possíveis contágios da SIDA e outras doenças sexualmente transmissíveis. Desde que não haja contacto físico, claro. Se o utilizador for esperto, tem hipóteses de viajar pelo mundo, logo que se inscreva em sites de “cyberdating” existentes nos cinco continentes, conhecendo pessoas diferentes e interessantes. Se o utilizador for uma pessoa exigente, pode escolher o tipo de parceiro(a) que pretende: loiro, moreno, mais velho, mais novo, gordo, magro, com determinados gostos culturais ou apetências físicas, e até aptidões profissionais. Se à medida que vai conhecendo uma pessoa, pressente que não corresponde às suas expectativas, basta um “block” para que esta desapareça de vez. De facto, com o advento da Net e estes serviços dedicados à satisfação da libido, somos transportados novamente para os anos 60 do século passado, quando se deu aquele período de libertação sexual. Entrámos numa nova fase da exteriorização dos nossos mais profundos sentimentos e fantasias de cariz sexual. Se é bom ou se é mau nem sem responder; somente relato o que a maior parte das pessoas constatou.


A Net ainda se encontra nos primórdios. Ainda é tudo um jogo e, por enquanto, somos como crianças perante um brinquedo novo. Com o tempo, certas modas passam. Esta, provavelmente, também passará. Agora, para muitos, uma coisa é certa: nunca o sonho de encontrar o seu príncipe ou a sua princesa foi tão real como agora.

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