Viciado em sexo
A nossa sociedade ocidental tanto tem de agradável como de consternante. Há uns meses que as inúmeras infidelidades do melhor jogador de golfe da actualidade, Tiger Woods, têm interessado a opinião pública mundial. Depois de uma paragem na competição para resolver os problemas conjugais, o atleta resolveu tratar o “vício das mulheres” numa clínica especializada, tornando a sua situação uma autêntica chacota da qual não se livrará tão cedo. Há menos tempo, soube-se que o marido da actriz Sandra Bullock a terá traído, provocando uma crise no seu matrimónio (sabe-se agora que o divórcio está consumado).
A imprensa cor-de-rosa tem-se deliciado em dar a conhecer os detalhes dos romances extra-conjugais. Se a penitência do golfista em público resolve o seu problema, ela o diminui enquanto homem de carácter. O seu casamento nunca será como dantes. E se ele acha que a clínica o ajudou na sua “desintoxicação” bem se engana. Ao voltar à vida que tinha, será muito difícil não resistir às tentações femininas que andam por aí. Alguns dizem que o excesso de libido pode ser uma doença. No contexto social em que o golfista se insere parece-me que voltar ao adultério seja o único desfecho possível. O mundo de Tiger Woods, mas podia falar também nos actores de cinema, dos artistas famosos e das celebridades em geral, é um mundo muito diferente do nosso.
O mundo de glamour, de beleza, de fausto e de excentricidades no qual estas celebridades se movimentam tem a tentação como factor predominante. Alguns criaram mecanismos para se defender dos desejos proibidos; outros, grande parte, estratégias para nunca serem descobertos; outros, ainda, formas de coadunar a mentira oficial com a verdade envergonhadamente escondida. Mas pedir que eles sejam iguais ao comum dos cidadãos é algo de impossível. Já a actual Primeira-dama de França, Carla Bruni, dissera que a monogamia era algo de aborrecido. Casou com o presidente Nicolas Sarkozy, mas não faltam rumores sobre a vida do casal. É o preço a pagar pela fama.
As celebridades existem para nos fazerem sonhar. A novidade já não se prende com aquilo que o seu talento desperta em nós, mas sim com a sua vida pessoal. Para muitos é bom poder “concretizar” os nossos desejos mais secretos através das suas vidas agitadas e altamente promíscuas.
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