Complot

Este blogue nada tem de original. Fala de assuntos diversos como a política nacional ou internacional. Levanta questões sobre a sociedade moderna. No entanto, pelo seu título - Complot -, algo está submerso, mensagens codificadas que se encontram no meio de inocentes textos. Eis o desafio do século: descobri-las...

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segunda-feira, maio 30, 2011

A derrota de Sócrates e o alívio do PS






No dia 5 de Junho, o PSD ganha as eleições para regozijo de alguns elementos do PS. Sim, do PS. E digo-o porque sei o quanto vai sofrer o próximo governo que sair vencedor das eleições. Daí o desejo escondido dos socialistas.




Já o dissera antes, o programa de Governo que vai verdadeiramente valer e ser respeitado é o da Troika. Compreendo que o programa do PSD seja mais ambicioso porque já se suspeita que o compromisso assinado com o estrangeiro não será suficiente para resolver o problema da dívida soberana e relançar e economia de Portugal.




Nós, portugueses, vamos sofrer ainda mais. Os sacrifícios exigidos vão afugentar-nos do país. Portugal vai ter um êxodo da sua juventude que irá prejudicar gravemente o seu futuro. Não, a esperança está muito longe. Dou dez anos para a Nação recuperar e isto se não houver até lá um acontecimento, nacional ou internacional, inesperado que adie ainda mais o possível período de recuperação. Eu sei; dez anos é muito tempo; é de mais. Não temos hipóteses, mas não seremos os únicos. A União Europeia também sofrerá, isso se ela ainda existir nos moldes como funciona actualmente.




Quando o PSD ganhar as eleições e formar governo com o apoio do CDS, o caderno de encargos imposto pela Troika exigirá um esforço descomunal e um ímpeto reformista a uma velocidade estonteante. Atrevo-me a dizer que para muitos isto será comparado a uma suspensão da Democracia, porque não haverá tempo para diálogo nem para a concertação social. Convém não esquecer que o dinheiro emprestado vem em tranches: mediante a implementação das medidas previamente estipuladas e subscritas pelos maiores partidos políticos portugueses, virá o dinheiro. Se não cumprirmos, não há dinheiro. Não havendo dinheiro, não se pagam salários e o país explode.




Portugal deixou de ser independente; tornou-se submisso ao estrangeiro e não há nada a fazer. Para renegociar a dívida é preciso que os credores aceitem. Não pagar significa pôr-se totalmente à margem do mundo. Mas, desta vez, o “orgulhosamente só” irá provocar ainda mais vítimas. Ou a União Europeia delineia outra estratégia para salvar a Grécia, Portugal e a Irlanda ou isto continuará como sabemos num beco cuja saída implica mais austeridade e mais empobrecimento das pessoas.




Por isso, aponto para um alívio do PS quando for para a oposição em resultado das eleições de Domingo. Não terá o pesado fardo de dirigir o país nestes tempos altamente conturbados que mal começaram. Este mandato provocará um desgaste enorme do governo e do PSD e CDS que fará com que daqui quatro anos o PS possa participar nas eleições revigorado e com alento para tomar conta do país. Contudo, nada estará ganho à partida, porque se a governação da Direita até for bem sucedida - dentro do mal menor - ela poderá manter-se para mais um mandato.




O PS não se dá com sacrifícios nem com falta de dinheiros públicos. Assim sendo, enquanto a crise não passar, os socialistas irão iniciar novamente a sua discussão programática e procurar um novo líder carismático. Como sabemos, eles são especialistas em debate de ideias.




Por agora, enquanto se discute a presença asfixiante do Estado, daqui uns anos discutir-se-á a ausência saudosa do Estado. Tudo isto, porque, com a pressa em reformar o país, o verdadeiro debate acerca das verdadeiras obrigações e competências do Estado foi simplesmente esquecido.




Talvez os “malditos liberais” tenham a luz para iluminar o fundo do túnel.

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