Complot

Este blogue nada tem de original. Fala de assuntos diversos como a política nacional ou internacional. Levanta questões sobre a sociedade moderna. No entanto, pelo seu título - Complot -, algo está submerso, mensagens codificadas que se encontram no meio de inocentes textos. Eis o desafio do século: descobri-las...

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segunda-feira, maio 30, 2005

Quanto custa Portugal?

Um magnata do petróleo, talvez um dos homens mais ricos do mundo, solicitou uma audiência ao Presidente de um pequeno país da Europa, Portugal. O Presidente da República de Portugal recebeu-o com toda a pompa e circunstância, pois seria uma oportunidade para lhe mostrar as qualidades do país e da sua gente, convencendo-o assim a investir no país. Portugal passava um mau momento a todos os níveis: económico, social, cultural, político; enfim, um estado depressivo em que toda a população só via de uma cor: o cinzento. Começou então a reunião. Depois de cumprido os protocolos, o magnata do petróleo não esteve com meias palavras e foi directamente ao assunto:
- Senhor Presidente, preciso de espaço para viver e cuidar dos meus negócios. As empresas que tenho por todo o mundo já se tornaram demasiado pequenas e os bancos não sabem onde guardar o meu dinheiro. Os meus analistas pesquisaram por todo o mundo, observaram os governos de todos os países e concluíram que Portugal seria o país ideal para eu trazer para cá todos os meus bens.
- Senhor magnata do petróleo! É com agradável surpresa que ouço esta proposta! - respondeu o Presidente da República de Portugal. – Como deve saber, o país atravessa um momento difícil e o que queremos é gente que invista cá.
- Eu sabia que a minha proposta lhe iria agradar. Mas para que ela se concretize, temos de negociar. Quanto custa Portugal? Qual é o preço pelo território, pelas pessoas, pelos bens, pela história; tudo o que está presentemente em território luso?
O Presidente da República ficou boquiaberto. Nunca lhe tinha passado pela mente que a resolução do país, afinal, seria tão fácil. Havia um problema. Ninguém poderia saber desta conversa.
- Senhor magnata do petróleo. Como deverá perceber, o preço é incomensuravelmente caro. Penso que ainda ninguém se lembrou de fazer estas contas. Terei de me juntar com os meus assistentes para proceder ao cálculo. Voltaremos a encontrar-nos...
- Não, não, Senhor Presidente! Já fizemos as contas aquando da prospecção para a viabilidade do negócio e tenho aqui os resultados. Veja! Acrescentei um pouco mais, porque sei que é uma decisão difícil.
O Presidente olhou para os documentos com imensos cálculos. De facto a quantia era astronómica. Havia um prémio especial para o Presidente caso aceitasse o negócio, uma espécie de comissão.
Uma semana depois, o negócio foi fechado e o Presidente da República organizou uma grande festa em honra do magnata do petróleo com todos os empresários ricos do país e o Governo de Portugal. Durante a cerimónia, anunciou que o magnata iria fazer grandes investimentos sem, no entanto, referir todos os pontos do negócio. O país respirava finalmente de alívio.
Meses mais tarde, quando o magnata se instalara em definitivo em território português, o Presidente da República já era outro e nada sabia sobre o negócio que fora feito com o anterior presidente. O país recuperara das dificuldades por que passara. Mas algo tinha mudado. Todas as empresas pertenciam ao novo “dono” do país e os trabalhadores já não recebiam ordenado. Consoante o agregado familiar, recebiam uma certa quantia de alimentos e vestuários. Não havia renda para pagar e os empréstimos para casas deixaram de existir. Todos os bens eram do magnata. Para os portugueses, era um alívio. A única obrigação era a de trabalhar. Todas as necessidades eram supridas e ninguém passava fome. Para passar férias, o magnata criara colónias de férias por todo o país. Ninguém ia para o estrangeiro, pois “viajar fora cá dentro” tornara-se algo de mais atractivo: tudo era grátis.
A nível político, o parlamento deixara de existir e o governo também. As medidas legislativas eram tomadas em reuniões entre o Presidente da República e o magnata. Esse homem era tão bom que fora decretado que em cada praça de cada cidade seria erigida uma estátua em sua honra. A criminalidade acabara porque a polícia do magnata era tão competente que nenhum criminoso escapava dela. Para tornar os processos mais céleres, deixara de existir tribunais. O magnata é que decidia qual a pena a aplicar. Contudo, a pena de morte fora instaurada. Talvez fosse por isso que as pessoas pensavam duas vezes antes de cometer qualquer crime.
Nem tudo era positivo. Os chamados “intelectuais” e alguns artistas deixaram o país dizendo que não queriam viver oprimidos e que a liberdade já não existia. Porém, o resto da população não era da mesma opinião. Chamavam preguiçosos a estes foras-da-lei e aclamavam o magnata cada vez que aparecia em público lá do alto do seu lindo palácio.
Portugal vivia feliz e sem dívidas. Todos nós sabemos que são precisos sacrifícios para tornar um país melhor. Quem não está disposto, que saia do país!

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