Um olhar sobre a televisão 2
Todos os anos, os canais de televisão quer em sinal aberto, quer por cabo, propõem novidades no que concerne a programação. Muitos dos programas de entretenimento, nomeadamente de ficção, são comprados no mercado americano. Portugal não foge à regra, apesar de os canais privados como a TVI ou a SIC terem reforçado a emissão de conteúdos ficcionais de origem nacional. Aliás, desde o ano 2000 que a TVI, sob a liderança de José Eduardo Moniz, vai apostando em telenovelas “made in Portugal”.
Não será mentira afirmar que a qualidade desses programas é fraca comparada com as televisões americana e brasileira. Estas últimas duas beneficiam de uma experiência maior, bem como de orçamentos superiores. Com os anos, verifica-se que o canal português aperfeiçoou a qualidade dos programas de ficção, em diversos aspectos. Apesar de não acompanhar nenhum desses programas por não me identificar com nenhum deles, aprecio e reconheço que esta aposta nacional permite o desenvolvimento de todo uma indústria televisiva nacional e, num futuro próximo, de uma indústria cinematográfica com grande potencial.
A SIC está definitivamente a passar um mau bocado. A contratação de Francisco Penim como Director de Programas revela ser um fracasso. Teria sido melhor ficar na programação da SIC por cabo, nomeadamente a SIC Radical – mas compreende-se o desejo de vencer no mundo implacável da televisão. A Teresa Guilherme e a sua produtora tentam dar um novo fôlego com séries portuguesas. Porém, o formato está gasto. Basta ver a RTP Memória para compreender o porquê desta afirmação.
Um pequeno lamento em relação à queda de popularidade do programa Herman SIC. A culpa é do apresentador que tornou um óptimo programa num autêntico desfile de “freaks”. Penso que chegou a altura de os outros canais apostarem num formato parecido. A RTP dispõe de dois grandes apresentadores como Jorge Gabriel ou Carlos Malato (com preferência para o segundo). Jay Leno continua a ser a grande referência e fonte de inspiração para este tipo de “talk show”.
A verdadeira aposta conseguida nas produções portuguesas vai para os programas de carácter informativo. Todos os canais, inclusive os do CABO, têm programas de informação com qualidade. Nos canais em sinal aberto, destaco “prós e contras” da RTP e algumas entrevistas no “Grande Entrevista”, apresentado por Judite de Sousa. Os momentos “Marcelo Rebelo de Sousa” não têm o mesmo fulgor do passado, mas continuam interessantes. De forma geral, os telejornais não correspondem àquilo que considero importante num jornal noticioso. Muito tempo de telejornal, mas pouco tempo para verdadeiras notícias. A inclusão de reportagens não é negativa, se não for mais justifica os dinheiros gastos na realização das mesmas.
A verdadeira informação encontra-se na SIC Notícias e na RTP N. Desde a revista de imprensa, na manhã, aos programas de debate como a “Quadratura do Círculo”, a informação em contínuo não aborrece o telespectador. É de louvar o “Estado da Arte”, com o comentador Paulo Portas. Uma nota: mais do que um comentário político, existe um objectivo subliminar em converter os telespectadores para os ideais de Direita, pelo menos os seus.
A ficção americana é de longe o melhor que se pode ver para se sentir transportado para um outro mundo. Para além do cinema, que é uma óbvia receita para o sucesso, as séries televisivas deste ano foram de uma surpresa muito agradável. Falo em surpresa porque o conceito das séries de acção – em que se fundamentam principalmente os argumentos – estava ultrapassado. Séries como 24, Lost, Dr. House mostram uma nova forma de realização e de abordagens de temas recorrentes. De todos, o meu preferido vai para o Lost. Há muito que não via algo de tão cativante e empolgante. A ligação entre os episódios, o recurso estratégico aos “flashbacks” na caracterização das personagens, a própria especulação que cria com os momentos de discussão entre os meus amigos são pequenos exemplos entre muitos que mostram a novidade que esta série trouxe no panorama televisivo americano e, claro, mundial.
Com maior ou menor intensidade, pelas boas ou más razões, a televisão faz parte da vida de todos nós. Gostos não se discutem, como tal, a expressão “tele-lixo” não tem razão de existir. Não concordo com aquilo que acabei de escrever, mas, nesse ponto, a minha opinião de nada vale.
1 Comentários:
Para a próxima avise que existe! :-) Obrigado pelo link, já retribui.
Sliver
http://observatoriodajihad.blogspot.com/
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