Complot

Este blogue nada tem de original. Fala de assuntos diversos como a política nacional ou internacional. Levanta questões sobre a sociedade moderna. No entanto, pelo seu título - Complot -, algo está submerso, mensagens codificadas que se encontram no meio de inocentes textos. Eis o desafio do século: descobri-las...

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domingo, junho 11, 2006

Sobre escravas, barcos e professores


As escravas do século XXI

O espectáculo desportivo mais mediático do mundo começou. O mundial de futebol que decorre na Alemanha reaviva os nacionalismos mas de forma positiva e divertida. Cânticos guerreiros, pinturas nas caras e bandeiras no ar animam os cidadãos do mundo inteiro, sobretudo os das nações envolvidas nas competições. A Alemanha fornece toda uma amálgama de divertimentos como ecrãs nas praças principais das suas cidades; os negócios de restauração a comida e muita bebida para os eufóricos do futebol. Sendo um desporto de carácter machista, neste mundial a novidade vai para os negócios do sexo.

Com a benevolência do governo, abriram dezenas de casas de prostituição no país. Nada de mal, cada um sabe de si. No entanto, não se poderá dizer o mesmo das mulheres que prestam os seus serviços. Não existe um número oficial, mas muitas mulheres oriundas dos países do leste europeu ou do sul da América são autênticas vítimas de exploração sexual. No século XXI, este é um dos negócios mais obscuro, perigoso e nojento a que podemos assistir, pois estas mulheres estão por todo o lado, até em regiões mais recônditas de Portugal.

Países como a Moldávia, a Albânia ou a Ucrânia deviam ter vergonha. O processo de emigração das suas cidadãs é dos mais violentos que só relembra o período de escravatura em África. As mulheres são completamente enganadas e levadas à força em carros até à fronteira e depois de barco até Itália, com a complacência das autoridades policiais. A corrupção está de tal modo enraizada que ninguém é inocente, nem mesmo o governo. A União Europeia deve pressionar esses países para que controlem melhor as suas fronteiras e investiguem os anúncios dos jornais que propõem casamentos com cidadãos da U.E. e trabalhos “honestos” e bem pagos. Mas também dentro da União Europeia é preciso controlar as casas de alterne ou de prostituição. Mais uma vez, o debate sobre a legalização da prostituição vem à baila. Como diz alguma Esquerda, as pessoas são livres de fazerem o que querem com o seu corpo. Acrescento: logo que não sejam obrigadas.

A tradição volta à linha

Como todos os anos, temos a polémica sobre o transporte marítimo de passageiros nos Açores durante o verão. Como diz a voz popular, é sempre a mesma treta, para não dizer algo mais vulgar. Será que vamos ter saudades do Golfinho Azul da Açorline? A Transmaçor não podia ter começado pior. Aliás, pior seria um acidente, umas vítimas mortais, com os Açores a abrirem os telejornais nacionais e estrangeiros. É que, com a pressão que é feita pelo governo regional e pelas cláusulas do contrato, é de recear que a empresa não cumpra todas as medidas de segurança obrigatórias para o transporte de passageiros.

O Secretário Regional da Economia reconheceu o óbvio: este negócio não atrai os empresários privados. Nalguns empreendimentos, como este, justifica-se o investimento público. Não se percebe então a razão da insistência do governo em realizar um concurso para que investidores privados assumam esta responsabilidade. Seria uma grande oportunidade para criar uma nova empresa pública que estabelecesse uma ligação marítima para as pessoas entre as ilhas do arquipélago. A União Europeia, no âmbito do Quadro Comunitário de Apoio, pode perfeitamente apoiar esta iniciativa.

Sabendo que é um investimento muito avultado, não é concebível entregar este negócio a empresas privadas açorianas, daí a razão de o governo regional participar exclusiva e unilateralmente. A SATA é a menina de ouro do governo e bem podia alargar o seu sector de actividade a transportes marítimos de passageiros; fique aqui a sugestão.

A greve dos malditos

A proposta de greve por alguns sindicatos de professores marcada para o dia 14 de Junho, e em véspera de feriado, só serve para denegrir ainda mais a classe docente portuguesa. Após as acusações polémicas da Ministra da Educação, os sindicatos e professores estiveram, pelo menos, duas semanas no topo da agenda mediática nacional. Foi positivo porque se debateu as questões da educação em Portugal. A Ministra acabou por voltar atrás nas suas declarações, mesmo que não o tenha assumido. A proposta do novo estatuto de carreira dos docentes encontra-se ainda em fase de discussão pública. Não há razões sustentadas para a greve. Aos sindicatos cabe-lhes a missão de negociar exaustivamente cada uma das alíneas da proposta pelo ministério e não de protestar cada vez que se quer mudar o sistema educativo. Até agora, a opinião pública esteve ao lado dos professores, de tão inaceitáveis que são algumas das intenções do ministério. Todavia, com a greve, os docentes serão acusados outra vez de oportunistas preguiçosos. Mas, que seja claro, desprestigiar os professores só contribui para assassinar o ensino em Portugal e, consequentemente, condenar o futuro das próximas gerações.

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