Complot

Este blogue nada tem de original. Fala de assuntos diversos como a política nacional ou internacional. Levanta questões sobre a sociedade moderna. No entanto, pelo seu título - Complot -, algo está submerso, mensagens codificadas que se encontram no meio de inocentes textos. Eis o desafio do século: descobri-las...

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domingo, dezembro 30, 2007

2008: que futuro para os portugueses?


Depois de uma entrada em festa no novo ano, os portugueses voltam à normalidade, isto é, ao trabalho ou aos estudos ainda com resquícios daquele espírito natalício que toda a gente reclama faltar na sociedade, mas que ninguém segue por se encontrar demasiado ocupado nas compras. Aliás, todos os anos, tornou-se tradição dizer-se que o Natal já não é como antigamente, que as pessoas são menos solidárias e mais dadas ao consumo material. Como nunca vivi outra época que senão a das trocas de prendas, do pinheiro de Natal, do Pai Natal vermelho, gordo e com barba branca, das músicas típicas desta altura e dos centros comerciais repletos de luzes, sons e gentes; se alguma vez alterarem este “espírito natalício” serei o primeiro a protestar junto da Câmara do Comércio, exigindo um pedido de desculpas por parte do Presidente do Governo Regional, e a boicotar a Coca-Cola.



Em 2008, os portugueses voltarão angustiados ao seu dia-a-dia. Todos desejam que o ano seja, no mínimo, igual ou melhor do que o anterior. Porém, a maior parte das previsões indica que 2008 será um ano muito difícil para os portugueses. Desde as incertezas dos créditos à habitação, da diminuição do poder de compra, da precariedade laboral e, por conseguinte, do aumento do desemprego, e até das reformas para os pensionistas, não há classe social que se encontre imune à crise económica por que Portugal atravessa há largos anos e não vê forma de sair. Mentira; há uma: os ricos. Uma das grandes vitórias do governo PS foi a de multiplicar os milhões dos milionários lusos. O fosso entre ricos e pobres é cada vez maior e o país afunda-se nas desigualdades sociais mais aberrantes que o século XXI não deveria proporcionar. Não se trata aqui de alimentar o ódio aos ricos. Trata-se simplesmente de constatar factos e verificar que o governo Sócrates não sabe redistribuir a riqueza, armando-se em Robin dos Bosques mas “roubando” o dinheiro às pessoas erradas, isto é, à classe média.



Sempre odiei a hierarquia social do Brasil. Por um lado, as execráveis favelas para os pobres onde a lei não impera, a não ser a dos gangues da droga; e, por outro, as mansões dos ricos isoladas em ilhas ou protegidas por seguranças militarizados, cujos donos andam de helicóptero para não serem raptados ou assaltados em plena via pública. Como se vê, é uma estrutura social que preconiza os oito e oitenta. Afinal, parece que o Brasil tem razão. Disfarçadamente, Portugal segue o mesmo caminho.



Houve uma altura em que a crise não chegava aos Açores. Com grande júbilo, tínhamos o Presidente do Governo Regional, Carlos César, a comentar esse facto. Contudo, já não é bem assim. Os Açores não deixaram de ser um paraíso paisagístico, ambiental e, aos poucos, turístico, mas têm, na verdade, uma população cada vez mais pobre que, em breve, terá as melhores estradas do país. Não há dúvidas de que, como diz o Secretário que tutela as Obras Públicas, José Contente, a política do betão é para servir as pessoas seja a andar de carro, camião ou de burro.



Os políticos sempre tiveram uma astúcia confrangedora em interpretar dados e estatísticas. Para defender o seu bom modelo de governação, Carlos César alega que os Açores têm a taxa de desemprego mais baixa do país. No entanto, se segundo as estatísticas esse dado é verdadeiro, o arquipélago não deixa de ser uma das regiões mais pobres do país e, por isso, com maior número de pessoas abrangidas pelo Rendimento Social de Inserção. Não haverá aqui uma grande incongruência?

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