Complot

Este blogue nada tem de original. Fala de assuntos diversos como a política nacional ou internacional. Levanta questões sobre a sociedade moderna. No entanto, pelo seu título - Complot -, algo está submerso, mensagens codificadas que se encontram no meio de inocentes textos. Eis o desafio do século: descobri-las...

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domingo, setembro 13, 2009

Paraíso Perdido T2C03

A minha democracia é melhor que a tua

Há meses atrás, perante a alta taxa de abstenção nas eleições europeias, Carlos César denunciava, segundo palavras dele, a estupidez dos que não tinha votado e apelava à mudança do sistema eleitoral propondo a instituição da obrigatoriedade de voto. Na semana passada, no Faial, a boca do Presidente fugiu-lhe para a verdade e acabou por dizer que os açorianos tinham obrigação de votar no PS.

Ao contrário de muitos políticos que caem na armadilha da demagogia em tempos eleitorais, Carlos César junta-lhe uma pintada de autoritarismo, dizendo em quem os eleitores devem votar. Por mais que tente distanciar-se da boçalidade de Alberto João Jardim, Carlos César assemelha-se cada vez mais ele na forma como encara as suas funções presidenciais. Na sua perspectiva, pouco importa que se desloque nos comícios nas vestes de Presidente do Governo Regional dos Açores e faça discursos enquanto líder do PS Açores: os outros é que abusam do poder; ele é que tem razão.

Porém, é importante salientar que o Presidente do Governo Regional tem optado por um tom de voz bastante áspero e autoritário nestes últimos anos, provavelmente resultante da permanência prolongada do poder. Ao declarar que as relações entre as autarquias do PS e o Governo são melhores do que com as do PSD, ele acaba por dar razão a quem o acusa de condicionar a vida política açoriana. E o próprio partido que dirige, totalmente subserviente para com o seu líder, reforça a ideia da falta de oxigénio democrático. Mas este ponto não é novo. A novidade prende-se num maior descaramento com que esta forma de abuso de poder é utilizada. Todos os elementos do governo regional têm feito prova de falta de humildade, e mostram-se até amplamente convencidos de que tudo o que fazem é correcto. Neste sentido, acabam por desprezar as intervenções da oposição, caracterizando-a de ignorante ou acusando-a de ser contra a autonomia. E isto é grave porque se tornou sintomático de uma forma de estar na política açoriana.

Falar em ditadura é, no entanto, exagerado, mas quando se vê governantes com o mesmo espírito do rei francês Luís XIV “ a autonomia sou eu”, estamos a caminhar para uma perigosa autocracia disfarçada.



Envelhecer no poder

Elogiar um partido que esteve 20 anos no poder local, como Carlos César fez à edilidade da Horta, é sempre complicado. Concedo que foi com o PS no governo que se limitaram os mandatos presidenciais nas autarquias e nos governos regionais, mas é igualmente o PS que deturpa esta importante reforma eleitoral ao substituir os seus autarcas quando estes se tornam incomodativos ou demonstram incompetência para o cargo.


É fácil recorrer ao argumento de que o povo é que decide e, se escolhe sempre o mesmo, é porque concorda com o trabalho que tem sido feito. No entanto, a perversão do sistema democrático reside nesse ponto e isso tanto vale para a Horta ou para Angra como vale para a Madeira. Estar no poder adultera a forma como se encara a realidade e cria vícios e compadrios que dificilmente são ultrapassáveis.

Com a limitação de mandatos, pretendia-se cortar este potencial mal pela raiz. Porém, com a substituição de governantes ainda em mandato por elementos do mesmo partido alegando razões ambíguas, existe agora a possibilidade de subverter este sistema recentemente implantado. Se o PS criou, e bem, uma forma digna de lutar contra o caciquismo, também conseguiu rapidamente encontrar maneira de a desvirtuar.






Regresso às aulas com Obama

O discurso de Barack Obama dirigido aos estudantes americanos serve para qualquer estudante no mundo. Mesmo que o texto seja simples e óbvio na mensagem de encorajamento, o presidente americano consegue galvanizar e incentivar os alunos ao gosto pelo estudo e ao desejo de vencer na vida profissional.

No momento em que também se iniciam as aulas em Portugal, fica aqui um pequeno excerto de um discurso que ficará para a história: “Todos vocês são bons em alguma coisa. Não há nenhum que não tenha alguma coisa a dar. E é a vocês que cabe descobrir do que se trata. É essa oportunidade que a educação vos proporciona.”

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