Complot

Este blogue nada tem de original. Fala de assuntos diversos como a política nacional ou internacional. Levanta questões sobre a sociedade moderna. No entanto, pelo seu título - Complot -, algo está submerso, mensagens codificadas que se encontram no meio de inocentes textos. Eis o desafio do século: descobri-las...

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domingo, maio 01, 2011

Se pudesse votava na Troika






Afinal, quem tem culpa pela crise? Para que serve saber de quem é a culpa? Será que isso interessa para decidir o resultado das eleições?




Num momento tão dramático para a Nação, os portugueses já perceberam que os políticos não estão à altura. Não há remédio, a campanha eleitoral não tem o nível que se exige numa situação dessas. O debate político limita-se a um rol de acusações inconsequentes e a insultos desonrosos. Porém, a única esperança parece vir do estrangeiro. Tudo indica que a Troika irá salvar este país ingovernável.




Por aquilo que a imprensa tem veiculado, a Troika está em vias de apresentar reformas profundas ao país. Sabemos que as medidas de austeridade semelhantes à da Grécia e à da Irlanda serão aplicadas, no entanto, pelas inúmeras reuniões que têm tido com várias instituições nacionais, com os diversos relatórios a que têm tido acesso, os responsáveis pelo FMI e pela União Europeia perceberam que devem actuar de forma diferente porque o atraso estrutural de Portugal permite encetar reformas de maneira a relançar a economia do país.




É incrível reconhecer que só com a ajuda externa, o país poderá sair do marasmo em que se encontra há mais de uma década. Ao longo dos vários períodos eleitorais, os nossos políticos prometeram aquilo que não souberam ou não conseguiram cumprir uma vez no poder. Hoje, as coisas parecem simples de resolver: de três em três meses, a ajuda externa virá a Portugal verificar o andamento das reformas e mediante os progressos é que darão o financiamento.




Os políticos que gostam muito de falar em empreendedorismo têm aqui um belíssimo exemplo a seguir: desta vez irão trabalhar por objectivos seguindo um caderno de encargos bem definido. Assim sendo, é fácil concluir que os programas eleitorais não são relevantes, constituindo um mero pró-forma do sistema democrático.




Por isso, digo que se pudesse votava na Troika para que formassem governo. Basta olhar para as listas de deputados dos principais partidos para concluir que é impossível fazer mudanças, pois os actores são os mesmos de sempre. Se nunca conseguiram reformar o país, por que razão haveriam de o conseguir agora?




A partir de Junho, ninguém será poupado ao esforço descomunal exigido para reconstruir as instituições do país de cima a baixo. De nada vale, os responsáveis açorianos e madeirenses declarar que nada têm a ver com o problema do país. Até agora foi deveras fácil ser-se governante, pois o dinheiro abundava. A partir de agora, estamos todos por igual, numa batalha igual. A batalha pelo nosso país, pelo nosso orgulho nacional.




Lamento profundamente que os movimentos cívicos, como o Geração à Rasca, não tenham tido tempo de se organizar para criar um partido que concorresse a estas eleições. Aliás, o triste episódio da indignação por causa de uma pergunta dos Censos é revelador da falta de visão desta juventude. Perante o drama social que aguarda Portugal, a precariedade laboral não passa de um problema menor.




Para muitos políticos é relevante saber onde estava o ministro Teixeira dos Santos no 25 de Abril ou criticar Fernando Nobre por concorrer como deputado pelo PSD. Porém, enquanto “os cães ladram, a caravana da Troika vai passando”; e eu quero apanhar a boleia.

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