Complot

Este blogue nada tem de original. Fala de assuntos diversos como a política nacional ou internacional. Levanta questões sobre a sociedade moderna. No entanto, pelo seu título - Complot -, algo está submerso, mensagens codificadas que se encontram no meio de inocentes textos. Eis o desafio do século: descobri-las...

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domingo, março 25, 2012

Até que a vida nos separe


Para mim, o divórcio é daqueles temas que me faz lembrar certas doenças: ninguém está imune a que um dia passe por isso. Não quero falar sobre as causas, mas quero abordar mais as implicações que a decisão de um casal em se separar acarreta para toda a família.

Quando se fala em famílias desestruturadas, há a tendência em associar um dos familiares a problemas com o álcool, droga ou até a violência doméstica. Mas a causa mais frequente consiste na separação de um casal por causa de desentendimentos irreversíveis. E esta também implica a desestruturação e até a eliminação da família então criada.

Quando há crianças pelo meio, mesmo com tenra idade, as repercussões são enormes e prolongam-se por toda a sua vida. Nas famílias reconstituídas, os sentimentos de pertença e de identidade devem ser bastante problemáticos naquelas crianças. Na verdade, o problema do divórcio reside no casamento. Mesmo que caro, tornou-se demasiado fácil organizar uma cerimónia de casamento em prol dos convidados, das fotografias e vídeos típicos de cinema. Perdeu-se a mensagem que este “contrato para a vida” implica e a desistência passou a palavra de ordem quando as dificuldades apertam.

Como se pode ver, não tenho uma visão progressista sobre o divórcio e admito o meu conservadorismo. E, minhas caras leitoras, não estou a dar lições a ninguém, porque sei que bater com a porta parece ser, muitas vezes, o mais fácil. Também não se trata aqui de fazer a apologia do silêncio quando alguém sente que já não é amado ou que então perdeu o amor pelo outro; nem tampouco exigir que se resigna em nome da suposta estabilidade emocional dos filhos. Contudo, reitero: ninguém disse que no amor só haveria alegria e felicidade. E a dificuldade reside precisamente no enfrentar dos problemas e na vontade sincera de os resolver.

Ultimamente, o conceito de família tradicional tem sido menosprezado, e diria até desprezado, em nome de uma matriz de sociedade mais individualista. Mas não cabe ao Estado intrometer-se na vida conjugal dos cidadãos.

Presentemente, o divórcio é cada vez mais comum e o casamento uma raridade. É importante perceber que a paixão é talvez a pior inimiga de uma relação. Para além de ser uma autêntica droga que nos subjuga a outra pessoa, com o tempo, desvanece e perde a chama do início. Descobrir o amor da nossa vida - porque amor é bem diferente de paixão -, envolve não só questões emocionais como também racionais e, por isso, é provavelmente o maior desafio de todos.

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