Complot

Este blogue nada tem de original. Fala de assuntos diversos como a política nacional ou internacional. Levanta questões sobre a sociedade moderna. No entanto, pelo seu título - Complot -, algo está submerso, mensagens codificadas que se encontram no meio de inocentes textos. Eis o desafio do século: descobri-las...

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domingo, julho 16, 2006

Exames em férias


Para alguns jovens deste país, esta altura do ano não é ainda sinónima de sol, praia e festivais de verão, mas sim reclusão no quarto ou na escola, com vista a preparação para os Exames Nacionais. Nada de anormal, são os ossos do ofício para quem quer vencer na vida ou então, como diz alguém, para adiar o mal do desemprego que assombra a nova geração globalizada. Até aqui, nada a registar; todos os anos, repete-se a tradição da angústia do estudo tardio e irreflectido ou da preparação minuciosa e atempada. Porém, uma novidade para este ano lectivo: o Ministério da Educação propõe a repetição das provas de 12º ano, nas disciplinas de Química e Física. E porquê? Porque os resultados ficaram aquém do desejável (ou do aceitável de ponto de vista da União Europeia). À primeira, poder-se-ia acusar o ministério de facilitismo e irresponsabilidade. Mas não, até há quem exija que os alunos tenham a oportunidade de repetir todos os exames. Na verdade, de tão mau jeito em esticar a corda da exigência, a Ministra da Educação começa por pagar os erros que cometeu e para os quais alunos e professores lhe chamaram há muito a atenção.

Quando, no passado recente, alunos e docentes reclamaram pela obtenção de provas de treino com o objectivo de se prepararem para os exames, estes foram criticados por estudar ou por ensinar em função das provas e não para a aquisição de todo um conhecimento programático do ensino secundário. Agora, parece que afinal tinham razão. A tutela entende que os “resultados foram inesperados por se tratar de programas nunca dantes testados”. Esta conclusão demonstra o desfasamento entre aqueles que mandam na educação a partir dos seus gabinetes e aqueles que se sujeitam aos primeiros a partir das salas de aulas. A decisão de dar oportunidades aos alunos para repetirem só os exames de Física e Química parece discriminatória relativamente às outras disciplinas. Contudo, o tempo acaba por ser o maior inimigo, pois torna-se impossível coadunar o calendário dos exames com as candidaturas de acesso às universidades.

A oposição, nomeadamente o PSD, não perdeu tempo e já pediu esclarecimentos à ministra. Mais uma vez, os “laranjas” actuam de forma errada. Não é que não tenham razão, mas esta não é altura para pressionar ainda mais os responsáveis pelo ministério. Ninguém esquecerá que, no último governo de Direita, um erro nas colocações de professores provocou um atraso de um mês no início das aulas. Num momento tão difícil para milhares de famílias, ao PSD caber-lhe-ia a responsabilidade de condenar o erro, mas de sugerir uma alternativa para a resolução do problema e até propor ajudar a ministra. Por trás, poder-se-ia rir à vontade, porque de facto este erro é crasso.

Este erro é crasso porque os professores não tiveram as devidas informações e formações para coordenar e leccionar os programas novos. Como dizia atrás, para esticar a corda da exigência é preciso começar pelo princípio e não pelo fim. Os critérios de correcção aplicados nos exames nada têm a ver com os critérios exigidos nas aulas. Não se trata de estes últimos serem mais fáceis; são simplesmente diferentes. Todos os professores responsáveis pretendem um maior rigor na leccionação e não facilidades em prol de estatísticas europeias mais favoráveis. Contudo, a exigência tem de ser progressiva; tem de começar de baixo e, sobretudo, pela mudança de mentalidade que se instaurou ao longo das últimas décadas.

Há uns anos para cá, a terminologia gramatical na língua portuguesa alterou substancialmente. Os professores de português do secundário, depois das devidas formações, têm-na aplicado nas suas aulas. Ao mesmo tempo, exigem aos professores do Ensino Básico para se adaptar a esta nova realidade, pois os alunos vão para o 10º ano utilizando a terminologia antiga. Isto representa mais um exemplo de como a metodologia de trabalho está errada. Não seria mais fácil ter começado pelo 5º ou 7º ano? Mas não; espera-se até ao 10ºano para os informar que os complementos circunstanciais já não existem, pelo menos com esse nome.

Como se sabe, os resultados dos exames do 9º ano também não foram muito famosos. Mas uma pergunta aqui fica para os menos avisados: onde estão as estatísticas e as análises finais relativas às PASE, realizadas nos Açores?

1 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

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7:45 da tarde  

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