Complot

Este blogue nada tem de original. Fala de assuntos diversos como a política nacional ou internacional. Levanta questões sobre a sociedade moderna. No entanto, pelo seu título - Complot -, algo está submerso, mensagens codificadas que se encontram no meio de inocentes textos. Eis o desafio do século: descobri-las...

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quarta-feira, setembro 06, 2006

Tenho, logo existo


Setembro poderia ser o mês da deprimência. As férias acabaram; é preciso voltar ao trabalho ou à escola. Mas não. Na verdade, o melhor das férias é quando não estamos de férias. Durante o ano, no local de trabalho, lêem-se os folhetos promocionais das agências de viagens com ar sonhador; nas escolas comenta-se a viagem do amigo para um destino exótico ou para um festival de música, dando largas à imaginação sobre as primeiras experiências de todo o género. Em resumo, sonhar é, por vezes, melhor do que viver o real. Depois dos excessos estivais, a rotina regressa com o mês de Setembro. Bendita rotina! Levantar cedo, cedo erguer; comer a boas horas; ouvir o “maldito patrão” a queixar-se da crise, mas que recorda saudosamente as suas férias caríssimas; rever as caras conhecidas da televisão prontas para um novo ano mediático; e esperar pelas novidades musicais, literárias, cinematográficas e electrodomésticas, pois o Natal está à porta. Setembro é isto e muito mais. Setembro é o melhor mês do ano!

Mas a alegria do final de verão ganha novos contornos quando se tem filhos. Pois é: significa o início de um novo ano lectivo. Transitou? Não transitou? Pouco importa; o que interessa é que a criança ou o adolescente possua toda a indumentária e utensílios de trabalho para um ano repleto de sucesso (se for escolar melhor). Felizmente, os hipermercados, as papelarias, as livrarias, as lojas de roupa, de telemóveis, de computadores, de piercings e tatuagens, isto é, os centros comerciais, existem para nos abastecerem e nos recomendarem os melhores produtos a adquirir. Alguma dúvida em identificar o melhor produto? Existe um protocolo não oficial e inconsciente entre o seu filho e os lojistas acerca dos melhores produtos. E então, quais são? São os que estão “na moda”. São aqueles que nos põem todos iguais, mas nos dão um ar único. São aqueles que se vêem na TV, se lêem nas revistas. São aqueles que pertencem aos famosos, mas que milagrosamente estão ao alcance da carteira de qualquer mortal. Subscrevendo os radicais islamistas fanáticos e fascistas – acho que é tudo –: “Viva a Globalização!”

Quem me lê, poderá ficar chocado com este texto neo-riquista supérfluo e vazio de conteúdos morais e apelativos aos bons costumes. Por favor, não fique. Os bancos abrem uma linha de crédito especial “regresso à escola” para apoiar os pais que ainda se encontrem a pagar o empréstimo solicitado para férias. Os bancos agradecem e o Partido Comunista revolta-se contra o capitalismo selvagem e contra os bancários sem escrúpulos. Mas afinal, o Muro de Berlim não caiu há muito?

Perante este regresso saudável à normalidade típica do mês 9, posso sugerir uma nova moda. Recomendo que os pais ofereçam maços de tabaco aos filhos para que estes os fumam pacificamente nas escolas, visto que se tornou proibido de o fazer no local de trabalho. Ainda há quem se indigne da sua condição de professor?

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