Complot

Este blogue nada tem de original. Fala de assuntos diversos como a política nacional ou internacional. Levanta questões sobre a sociedade moderna. No entanto, pelo seu título - Complot -, algo está submerso, mensagens codificadas que se encontram no meio de inocentes textos. Eis o desafio do século: descobri-las...

A minha foto
Nome:
Localização: Praia da Vitória, Terceira, Portugal

segunda-feira, outubro 16, 2006

A luta pode continuar


Os discursos do Presidente da República, no dia 5 de Outubro, bem como do novo Procurador-Geral da República, na sua tomada de posse, centraram-se num tema: o combate à corrupção. A sociedade portuguesa habituou-se aos favorecimentos injustificados ou, por outras palavras, às “cunhas”. Toda a gente fala nisso, mas na hora da verdade, poucas são as pessoas que sabem denunciar quem verdadeiramente lucra com tais arranjos. Desconfia-se das instituições públicas, dos seus agentes e, no topo da pirâmide da corrupção, dos políticos.

A tentação – seja ela de que género for – é um mal que sempre acompanhou o Homem desde que existe o conceito de comunidade. Os políticos com funções públicas de responsabilidade podem sucumbir ao desejo de se autosatisfazer ou de satisfazer com regalias de todo o género pessoas próximas do seu círculo familiar e político. A legislação em vigor tem tentado monitorizar e controlar todas as decisões tomadas pelos agentes políticos por forma a impedir que tal acto ilícito ocorra. Contudo, como se tem visto, é impossível banir totalmente a corrupção.

O processo eleitoral, que para além de dar oportunidades a um grupo de pessoas para apresentar aos cidadãos um programa que possa contribuir para o progresso da sociedade, existe para impedir que aqueles que se encontrem no poder não permaneçam eternamente no lugar. Em democracias estáveis e maturas não existe cargos vitalícios. Por isso, a limitação de mandatos é uma das melhores medidas políticas que se tomou nos últimos tempos em Portugal. A partir do momento em que se encontram indícios de incompetência, desleixo e até de corrupção num governo, numa autarquia ou numa junta de freguesia, o “voto popular” é a arma que serve de castigo para retirar do poder os supostos incumpridores, substituindo-os por gente “fresca” e credível.

A acusação do PSD Açores relativa a favores ilícitos concedidos pela secretaria que tutela os assuntos sociais é grave e tem de ser encarada com toda a seriedade. O assunto será certamente esclarecido pela via judicial. Porém, poderá levar muito tempo, tempo esse que fará com que a maior parte das pessoas se tenha esquecido do que aconteceu. Seja verdade ou não, para uns, é preciso eliminar o sentimento de desconfiança que se pode instalar nas pessoas; para outros, é preciso estimulá-lo ainda mais. Deste modo, o PSD Açores ganha fôlego, argumentos e coragem para pôr mãos à obra, com vista às próximas eleições regionais. Mas convém esclarecer uma coisa: é com o actual líder que o partido concorre para a presidência do governo ou é com outro? A preparação de um programa eleitoral para ser submetido a um futuro escrutínio leva tempo e obriga a um consenso ideológico, que se baseará em estudos efectuados e na delineação de um rumo que se queira que os Açores sigam no caminho para o progresso global e equitativo. A dita procura pelo líder ideal leva já dez anos, com a população a assistir enfadada a querelas internas e intrigas de bastidores. Neste últimos dois mandatos, quase que se pode dizer que, até agora, o PSD Açores mudou mais vezes de líder do que o actual Presidente do Governo Regional mudou de secretários. Ninguém gosta de instabilidade. Como se pode querer chefiar um arquipélago quando ainda se tem a casa por arrumar?

A notícia vinda a público de possíveis favorecimentos a simpatizantes do PS serve de aviso sério para o actual governo. As próximas eleições não terão um desfecho tão certo como as anteriores. Haverá com certeza uma luta ferrenha e, até lá, surgirão outras notícias perturbantes que poderão assombrar o Partido Socialista. Para o PSD Açores, é crucial que aproveite todas as oportunidades para descredibilizar o governo regional, enquanto constrói a equipa que se apresentará às próximas eleições. Para Carlos César, só é cego quem não quer ver. Ou toma a sério os últimos acontecimentos e põe o partido a trabalhar para renovar uma imagem positiva do governo, ou daqui dois anos estará sozinho no seu pedestal.

0 Comentários:

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial