Complot

Este blogue nada tem de original. Fala de assuntos diversos como a política nacional ou internacional. Levanta questões sobre a sociedade moderna. No entanto, pelo seu título - Complot -, algo está submerso, mensagens codificadas que se encontram no meio de inocentes textos. Eis o desafio do século: descobri-las...

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segunda-feira, setembro 25, 2006

Compromisso Açores


Na passada quinta-feira, reuniu-se no Convento do Beato a nata do mundo empresarial português. Tal como acontecera há dois anos atrás, o objectivo do Compromisso Portugal é o de fazer participar a sociedade civil no progresso de Portugal. Com a presença de antigos políticos internacionais de renome, como um ex-primeiro-ministro irlandês, os oradores delinearam as reformas que consideram cruciais para o sucesso económico do país.

Os temas dos oradores centraram-se nas reformas económicas, sociais e até educativas. No final, em jeito de análise, algumas das propostas foram consideradas de absurdas por parte do governo e por outros partidos de Esquerda. A Comunicação Social, provavelmente influenciada pela fraca receptividade da conferência, deu pouco relevo ao encontro. De facto, as propostas são frouxas. Demasiado superficiais quando se trata de explicar como se concretizam determinadas reformas. Por exemplo, na questão do despedimento de 200 mil funcionários públicos para reduzir o peso do Estado. No entanto, é preciso reconhecer que este evento é salutar, pois não se pode, por um lado, reclamar que o Estado é demasiado interventivo na sociedade e, por outro, reprovar qualquer iniciativa privada que pretenda ajudar a melhorar o país.

A iniciativa Compromisso Portugal teria tido mais valências se incluísse na sua lista de participações cientistas, pensadores e até artistas. Não se consegue discutir o futuro do país só na vertente económica. As pessoas não são números. Há dois anos atrás, este evento tinha tido mais impacto por causa da novidade que trazia à sociedade portuguesa. Desta vez, não houve. Até perpassou uma imagem negativa e assustadora: segundo estes economistas e gestores, parece que o país só progride com despedimentos em massa e cortes sérios no actual regime de Estado-providência.

Todos nós temos uma opinião, mais ou menos fundamentada, sobre a cidade, a região ou o país em que vivemos. Inseridos numa sociedade democrática, ninguém é obrigado a concordar integralmente com as políticas do governo em função ou até com os programas dos partidos políticos na oposição.

Nos Açores, a sociedade civil não dá mostras de existir. Dependente dos subsídios europeus e das facilidades fiscais proporcionadas pelo governo regional, a iniciativa privada trata dos seus negócios com uma visão muito restrita. Os Conselhos de Ilha, demasiado partidarizados, fazem o que lhes é incumbido: olhar só para a ilha a que presidem, atribuindo ao Governo Regional o papel de moderador desesperado. O evento Compromisso Portugal, versão Açores, tem toda a pertinência em ser realizado. E pode dar à região o verdadeiro contributo que o Convento do Beato não deu ao país. O futuro de Portugal, e neste caso dos Açores, constrói-se por pessoas, com pessoas e para as pessoas. Com base numa máxima famosa dos anos 90, termino “são as pessoas, estúpido!”

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