Complot

Este blogue nada tem de original. Fala de assuntos diversos como a política nacional ou internacional. Levanta questões sobre a sociedade moderna. No entanto, pelo seu título - Complot -, algo está submerso, mensagens codificadas que se encontram no meio de inocentes textos. Eis o desafio do século: descobri-las...

A minha foto
Nome:
Localização: Praia da Vitória, Terceira, Portugal

terça-feira, setembro 12, 2006

Onde estava no 11 de Setembro?


Cinco anos após o atentado que iniciou o século XXI, cinco anos após a declarada guerra contra o terrorismo, o mundo continua a sentir-se inseguro e as liberdades individuais tão defendidas e proclamadas nos países ocidentais estão seriamente abaladas. O radicalismo islâmico alastra como uma praga e toma conta, aos poucos, dos nossos aeroportos, das nossas estações de comboio, das principais ruas das principais capitais do mundo. Esta dita guerra não está perdida mas ninguém se atreve a afirmar que estamos a ganhá-la. Escrevo “estamos” porque desde o primeiro minuto em que soube que as explosões no World Trade Center eram de origem terrorista, apoiei, apoio e apoiarei o governo americano na sua luta. Cinco anos depois de 9/11, a verdade é que muitos ocidentais se viraram contra os americanos e até compreendem a luta terrorista da Al Qaeda.

Quem já não ouviu dizer “os americanos estavam a pedi-las!”, a propósito dos atentados? O revisionismo histórico – uma moda que pegou e que até serve para situações mais recentes – relativamente aos atentados já mostrou a imaginação fértil de algumas mentes que curiosamente se situam mais à esquerda no espectro político nacional e internacional. Se alguns questionam pertinentemente a forma como os Estados Unidos lideram a luta contra o terrorismo, outros questionam a veracidade dos atentados, subentendendo uma espécie de conspiração de americanos contra americanos. Deixando de parte este devaneio, convém meditar sobre os resultados obtidos desde o início da guerra.

O facto de Bin Laden e Al Zawahiri continuarem à solta não só constitui uma fragilidade que só incita a uma maior adesão dos fanáticos à rede terrorista árabe, como põe em causa a eficiência dos serviços secretos americanos. No entanto, nunca mais houve (até agora) atentados em solo americano. O que se verificou é que a rede terrorista alastrou o seu poder pelo mundo fora, nomadamente na Europa. Nenhum país que partilhe os mesmos ideais democráticos pode ficar passivo e calado, daí a responsabilidade de tomar um partido.

O Iraque foi um erro. É fácil dizê-lo agora que se vêem as consequências. Na altura, os argumentos apresentados para destronar Saddam Hussein da liderança do país pareciam credíveis. Agora, não passam de mentiras e desinformação. Doravante, para qualquer eleição que decorra nos Estados Unidos e na Inglaterra, a questão do Iraque fará parte da agenda política nacional. O pior é que os americanos, que ainda eram vistos nalguns países árabes como um país que defendia valores louváveis, acabaram por perder toda a legitimidade moral por causa da base de Guantánamo e da prisão de Abu Grahib.

É essa legitimidade moral que é preciso recuperar para dizimar de vez os radicais islâmicos. Para que tal suceda, é preciso mudar toda a estratégia até agora seguida. Primeira pergunta: por que é que jovens de Europa são seduzidos pela rede terrorista e até alinham em servir de bombistas suicidas? É preciso, pelo contrário, seduzi-los para valores pacíficos e de respeito para com outras religiões e culturas. Se eles nos consideram de infiéis é porque algo vai muito mal no processo de integração desses imigrantes árabes. Com isto não desculpabilizo aqueles que aderiram a este fanatismo, pois nada há a fazer. Falo daqueles que não conseguem arranjar empregos nas cidades europeias, que são descaradamente discriminados só por se chamarem Mohamed. Para estes, antes que seja tarde, ainda se pode fazer algo. Eis uma grande diferença entre a Europa e os Estados Unidos. Os terroristas envolvidos nos atentados de 11 de Setembro eram todos estrangeiros, enquanto que na Inglaterra, por exemplo, eles eram ingleses de origem árabe. Na obra American Vertigo, Bernard Henri-Lévy relata bem esta diferença: os muçulmanos que nasceram nos Estados Unidos sentem-se primeiro americanos e só depois muçulmanos.

Todavia, enquanto houver nos países ocidentais divergências sobre esta questão, mais os terroristas se sentirão confiantes e continuarão com as suas acções. Como escreve João Marques de Almeida, “a convergência dos democratas é a melhor resposta à convergência dos radicalismos”.

0 Comentários:

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial