Complot

Este blogue nada tem de original. Fala de assuntos diversos como a política nacional ou internacional. Levanta questões sobre a sociedade moderna. No entanto, pelo seu título - Complot -, algo está submerso, mensagens codificadas que se encontram no meio de inocentes textos. Eis o desafio do século: descobri-las...

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domingo, abril 15, 2007

onde pára Bin Laden?


Os anos vão passando, a memória esvai-se mas as perguntas continuam ainda por responder: onde pára Bin Laden? Estará ele vivo? Qual a importância que ainda tem na al-Qaeda? Desde os atentados de 11 de Setembro que os Estados Unidos se encontram numa guerra sem precedentes contra o terrorismo de carácter islâmico.



À primeira vista, esta guerra corre mal. O Iraque encontra-se num impasse que parece impossível de resolver. Quando a administração americana pensava e fez pensar ao resto do mundo que Saddam Hussein mantinha conexões com a rede terrorista, verifica-se agora que foi um erro tremendo. Com a insurreição de muitas facções políticas e religiosas dentro do país, a al-Qaeda encontrou um novo terreno para recrutar voluntários ou simpatizantes e uma legitimidade mais forte no seio daqueles que sempre duvidaram do propósito dos americanos. Sair de lá não é só imoral como perigoso, mas ao mesmo tempo ficar por lá aumenta o número de baixas americanas, diminuindo o seu poder bélico de persuasão. A presença ou ausência das tropas em solo iraquiano não parece fazer diferença: a guerra civil começou e o sofrimento das pessoas não tem fim à vista. A paciência dos cidadãos americanos e do resto do mundo esgotou-se. Entretanto, o grupo terrorista cresceu e desde 2001 já perpetrou diversos atentados um pouco por todos os continentes.




Na altura, a organização tinha uma hierarquia definida. A prioridade era o de capturar Bin Laden e seus séquitos. O Afeganistão tinha sido uma aposta da ONU com vista ao fim do domínio dos talibãs e à sua democratização. Todos acreditavam que assim o problema estaria resolvido. De facto, a era dos talibãs acabou. Porém, a era da anarquia disfarçada começou. O actual governo afegão nada consegue fazer, mesmo com o apoio das tropas internacionais. As principais figuras da rede terrorista desapareceram nas montanhas. Muitos dos antigos chefes talibãs, acusados por crimes de guerra, foram eleitos democraticamente, chefiam regiões e, segundo consta, alguns deles estão directamente ligados à nova vaga de produção e venda de ópio. Por causa do Iraque, o Afeganistão deixou de ser a prioridade para uma batalha justa contra aqueles que recusam o nosso mundo. A legitimidade internacional foi-se perdendo.



Não podendo aguentar com o comando de duas guerras, os Estados Unidos perderam a legitimidade moral de que gozavam depois do fim do comunismo russo e o apoio político de muitos aliados. Também provaram que a ignorância é a pior inimiga da Humanidade. Ao invadir o Iraque não pensando no pós-guerra e na reestruturação do país, ajudaram a construir este atoleiro. Sair dele parece impossível e impensável.



Na preparação para as próximas eleições presidenciais americanas, os democratas parecem, até agora, ser os próximos vencedores. Os republicanos estão apáticos, mas podem também guardar a última cartada para mais tarde. Relativamente à política externa, os democratas têm uma óptica diferente da do actual governo, uma mais conciliadora. Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes e democrata, fez um périplo pelo Médio Oriente, que culminou com a visita ao presidente sírio, Bachar al-Assad. Claro que esta deslocação foi muito mal encarada pelo presidente George W Bush. Contudo, esta iniciativa é um claro sinal ao mundo de que os democratas querem ter uma acção política oposta àquela que foi seguida até agora pela administração republicana. O regresso ao soft power será o mote que poderá dar novas esperanças a um mundo que ficou bem mais perigoso.



Contudo, nada de confusões. Ainda não se chegou à fase da negociação com terroristas. Existem pontos que devem voltar a fazer parte das prioridades do governo norte-americano. É essencial o bom entendimento com países limítrofes do Iraque. O Irão representa uma nova ameaça que ganhou mais fôlego com o desaparecimento de Saddam Hussein. E a grande prioridade tem, declaradamente, de ser a captura, ou o anúncio oficial com provas, da morte de Bin Laden. Os anos vão passando e nada se sabe. Alguns esperam pela sua mensagem por intermédio dos canais televisivos árabes. Aos poucos, a sua figura se torna mítica. Uma espécie de Che Guevara do século XXI que congrega a simpatia e admiração de milhões de pessoas. Se for capturado, não será um mártir; será julgado tal um criminoso. Se for morto, bastará exibir umas imagens dele à comunidade internacional para mostrar que a justiça em qualquer das hipóteses se fez.



Agora, deixar que as pessoas se interroguem eternamente sobre seu paradeiro é o pior sinal que se pode dar ao mundo. Os maiores ídolos são aqueles cujo seu desaparecimento está envolto em mistério.

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