Paraíso Perdido T2C19
Será que os livros vão desaparecer?
Tenho andado com dúvidas existenciais. Nada de preocupante, mas o suficiente para apoquentar os meus primeiros dias deste novo ano. Ao inventar a tipografia, o alemão Gutenberg, revolucionou o mundo porque tornou a reprodução e a divulgação do conhecimento acessível a todos. Presentemente, os livros são editados aos milhares todos os dias, em centenas de línguas e dialectos. No final de 2009, ocorreu um acontecimento que poderá ditar o fim dos livros tal e qual os conhecemos.
O site amazon.com aproveitou as festividades natalícias para lançar um novo produto: o livro electrónico chamado Kindle. Esta novidade é um sucesso de vendas. O conceito e-book reader já existia mas nunca vingou no mercado livreiro. No entanto, a amazon conseguiu criar um dispositivo electrónico com um design mais atractivo e, sobretudo, com funcionalidades que facilitam a aquisição de livros e jornais. A revolução reside precisamente na possibilidade de adquirir conteúdos literários e jornalísticos a partir do próprio equipamento que tem ligação wireless e o download dura menos de um minuto. Obviamente, por não ter custo de impressão, os preços dos livros são mais baratos, e a sua capacidade de memória permite-lhe armazenar centenas de publicações.
Percebendo o potencial deste novo produto, outras marcas como a SONY ou a ASUS atiraram-se a esse mercado, ainda emergente, e a empresa americana Barnes&Nobles, concorrente da Amazon, lançou o seu nook que foi considerado o melhor gadget de 2009 e que por causa disso se encontra esgotado no momento em que escrevo este texto.
Pode parecer estranho, mas não estou mandatado para publicitar esses produtos e essas marcas. O ponto é que com este ainda pequeno acontecimento tecnológico, dei por mim a questionar-me se o conceito secular de livro irá continuar no futuro. De facto, tenho sérias dúvidas disso. As implicações que este novo gadget pode ter na vida das pessoas são impressionantemente promissoras. Basta imaginar os alunos a usar este aparelho nas aulas, substituindo os tradicionais manuais, podendo assim estudar com esta nova ferramenta electrónica. Se eu fosse o Primeiro-ministro, ponderaria seriamente sobre o assunto. Se eu fosse presidente de uma grande editora livreira, iria aos Estados Unidos sondar as referidas empresas para ser o representante na Europa. Mas enfim, estou a divagar.
Em Portugal, a moda em termos de prendas de Natal incidiu sobre as máquinas de cafés, depois dos passepartouts digitais e dos iphone. Algum palpite em relação à próxima tendência para Natal de 2010? Eu tenho.
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