O momento oportuno
Tendo em conta as consequências da ajuda externa sobre a Grécia e a Irlanda, considero que tivemos sorte no momento escolhido para recorrer a essa mesma ajuda.
Não interessa que elementos da Troika tenham dito que se Portugal tivesse pedido o apoio mais cedo, sofreria menos. Acho essa opinião errada. As três instituições envolvidas no resgate a Portugal tiveram uma abordagem muito diferente do que aquela efectuada nos outros dois países, justamente porque aprenderam com os erros cometidos.
E o erro deveu-se à forma punitiva, sancionatória como elaboraram os planos para esses dois países. Um ano depois, a Grécia está completemente sufocada e já não sabe como sair do impasse. Não há retoma da economia e os juros da compra da dívida continuam a subir vertiginosamente. Assim, é impossível ao país dar a volta à situação.
Assim sendo, o momento em que se solicitou a ajuda externa foi oportuno, e diria eu providencial, pois ninguém no país anteviu a possibilidade do acordo poder de facto tornar-se uma oportunidade para reerguer o país. Relembro toda a demonização inventada acerca do FMI e que se revelou errada.
Foi uma questão de sorte.
Não concordo com aqueles que se regozijam por terem avisado que a ajuda devia ter sido pedida mais cedo e que a Troika lhes deu razão, como também tenho a certeza de que o Governo, nomeadamente José Sócrates, não previu essa possibilidade.
Há que aproveitar, pois na verdade a Troika, por pressão da União Europeia, concluiram que a manter a postura sancionatória teriam daqui uns meses a Espanha na mesma situação que Portugal.
A Espanha pode aprender com o plano delineado para Portugal e adaptá-lo para o seu país.
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