Complot

Este blogue nada tem de original. Fala de assuntos diversos como a política nacional ou internacional. Levanta questões sobre a sociedade moderna. No entanto, pelo seu título - Complot -, algo está submerso, mensagens codificadas que se encontram no meio de inocentes textos. Eis o desafio do século: descobri-las...

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domingo, julho 10, 2011

Os deputados açorianos são deficientes?




Já na crónica passada eu achara que os governantes da Região andavam malucos. Na mesma semana, no parlamento açoriano, o vice-presidente do Governo, Sérgio Ávila, chamou de deficiente a um deputado do PSD. Será isto um sinal de que os políticos precisam urgentemente de férias ou simplesmente a confirmação do baixo nível da nossa classe política?




Obviamente, não vou entrar na onda da contestação e repúdio dos nossos políticos. Prefiro deter-me na análise política e nas consequências do impropério de Sérgio Ávila. Tiro desde já uma conclusão: a sua atitude incorrecta mostra que não serve para ser presidente do PS, muito menos candidato a presidente do Governo Regional.




Para mim, como para a maior parte das pessoas interessadas no desporto do comentário político, o número dois do Governo açoriano, apesar do alto cargo que desempenha no executivo açoriano, nunca foi presidenciável. Admito ter um preconceito em relação à pessoa no aspecto político - pois nem eu nem ele nos conhecemos –, mas é evidente que o bairrismo insular predomina e por isso só um micaelense será empossado como candidato pelo Partido Socialista. É triste mas é o fado destas ilhas.




É compreensível que os meios de comunicação social especulem sobre os putativos candidatos à sucessão de Carlos César e, por isso, incluam Sérgio Ávila no leque dos elegíveis. Contudo, a natureza das coisas é muito mais simples e redutora. O único peso é o demográfico. O candidato a presidente do Governo Regional que tenha mesmo a possibilidade de vencer tem de ser micaelense e mais nada.




A experiência do passado comprova-o. Nas últimas eleições legislativas regionais, para as quais se apresentou o candidato terceirense pelo PSD, Carlos Costa Neves, esse “handicap” nunca foi abordado por imposição do politicamente correcto, apesar de nos corredores da campanha eleitoral ter sido um argumento muito esgrimido entre laranjas e rosas. Quando o segui na campanha, senti ingenuamente que não era um factor que pudesse prejudicá-lo, devido ao seu currículo político que ainda não foi igualado ou superado por nenhum outro açoriano. Contudo, à medida que o dia das eleições se aproximava, mesmo a nível interno, crescia a sensação de que a origem do candidato teria um peso determinante.




Sérgio Ávila é um autêntico desconhecido no continente. Apesar da sua grande qualidade técnica e astúcia política, há coisas que são imperdoáveis. Ao perder a sua compostura na casa da Democracia Açoriana deitou por terra qualquer possibilidade de concretizar a mais alta ambição de qualquer político açoriano. Às tantas, nem ele o deseja, mas ao menos estas especulações servem para encher esta crónica e talvez interessar alguns curiosos.




Dito isto, e a faltar mais de um ano até às eleições, considero que o mais certo é Carlos César apresentar-se novamente à presidência. Penso até que, para dar a volta às imposições legais, o mais certo é o PS provocar eleições antecipadas, fingindo um desacerto insuperável com o Governo da República por causa das medidas de austeridade. Será que o PS tem medo de enfrentar Berta Cabral?




Não deveriam. Mas existe, de facto, uma grande dúvida quanto à sucessão de Carlos César - alimentada até pelo próprio - porque faria todo o sentido abrir o jogo nesta altura, apresentando o futuro candidato do PS para lhe dar tempo de se dar a conhecer junto dos açorianos. Deste modo, concluo que Carlos César não quer deixar o poder. Depois de quinze anos como presidente, tenho cada vez mais a certeza de que o líder do PS tem aquilo que chamam de Síndrome da Soberba.

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