A Descredibilização da América
Barack Obama apresenta-se no
G8 bastante fragilizado depois do escândalo sobre o programa de “ciberespionagem”.
Quando todos pensavam que a paranoia antiterrorista dos tempos de Bush tinha
desaparecido, eis que os acontecimentos recentes mostram que está mais viva do
que nunca.
É oficial: vivemos numa sociedade orwelliana.
A devassa da vida privada, sob o pretexto da segurança nacional, tornou-se
realidade. Apesar da polémica, não é nada que surpreenda, pois com a
proliferação de videovigilâncias, de escutas telefónicas e de ataques
cibernéticos por hackers, era de
esperar que governos, como o americano, caíssem na tentação de montar uma vasta
operação de espionagem através dos novos meios de comunicação. O facto de ter
sido um cidadão americano, ex-agente da CIA, a revelar este segredo é que torna
a situação grave e embaraçosa por três razões: a primeira tem que ver com um
certo amadorismo e desleixo, porque, pelos vistos, qualquer operacional dos
Serviços Secretos tinha conhecimento da operação e respetivo acesso; segundo,
apesar de empresas como Facebook ou Google jurarem que os dados dos seus
clientes estão protegidos, fica a suspeita que estão coniventes com a
Administração americana; por fim, o facto de ter sido um cidadão americano a
fazer as denúncias comprova que há limites para o patriotismo.
Durante o G8, Barack Obama vai apresentar
provas em como o regime sírio está a usar armas químicas contra os rebeldes.
Contudo, desde aquela farsa de Colin Powell nas Nações Unidas, a credibilidade
da América ficou gravemente abalada. Perante o apoio da Rússia ao presidente
sírio, Bashar al-Assad, será muito difícil convencer os outros países a
intervir militarmente na Síria.
Não deixa de ser preocupante sentir
que existe uma certa complacência com a situação, provavelmente, pelo facto de
o Presidente dos Estados Unidos ser o democrata Barack Obama.
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