Quando é que Obama põe ordem na Terceira?
Roberto
Monteiro, o Presidente da Praia da Vitória, anda muito zangado. Anda zangado
com a oposição, com os jornalistas, com a Força Aérea Portuguesa, com os
americanos… A solução que encontrou é pôr essa gente toda em tribunal. Se acha
que com essa atitude ajuda a resolver os problemas do concelho, bem se engana.
Desde
o anúncio da redução de efetivos militares americanos na Base das Lajes que os terceirenses
têm tido uma postura bipolar. Por um lado, temos o Governo Regional encetando
todos os esforços para reduzir os prejuízos causados pela decisão
norte-americana, mantendo uma postura diplomática sagaz. Por outro, temos um
grupo de cidadãos, alguns com enorme influência na sociedade, a manifestar revanchismo
pelo sucedido, praticamente exigindo a saída definitiva dos americanos.
A
vida seria muito mais cómoda se, de cada vez que as coisas corressem mal, fosse
por culpa de outrem. A presença militar quer portuguesa quer americana sempre
foi uma mais-valia para o concelho da Praia da Vitória. O que seria desta
cidade sem essas duas instituições? É justo fazer-se tábua-rasa desta
cooperação que tem mais de 60 anos? Será sério induzir nas pessoas a ideia de
que os americanos sempre exploraram a ilha e a sua gente? Com isto, não defendo
a subserviência dos terceirenses, mas não posso concordar com uma postura
agressiva para com os americanos, ainda para mais, quando se sabe que os
portugueses também têm os seus telhados de vidro.
Mesmo
com um acordo bilateral entre as duas nações e a existência de sindicatos, é
sabido de muitas empresas portuguesas envolvidas em ações pouco claras na
obtenção de contratos com os americanos e no desrespeito para com os
trabalhadores. Mesmo em relação à Força Aérea, será que as autorizações do
Comando Português para construção na freguesia das Lajes são sempre claras? O
fator cunha para a obtenção de licenças nunca existiu?
É
por isso que prefiro a postura diplomática de Vasco Cordeiro que elogiou a
nomeação de Berta Cabral para a Secretaria de Estado da Defesa. É por isso que
prefiro a atitude dos congressistas luso-americanos que têm usado as suas
competências para defender a Terceira. É por isso que prefiro políticos que se
reúnem com quem de direito e tratem dos problemas no recato dos gabinetes, e
não em sessões solenes recorrendo a palavras pouco dignas e ameaças de todo o
género.
Se
Barack Obama visitasse a Terceira, ao ver o que se passa, em vez de reduzir
para metade o contingente americano, fechava a base de vez.
PS: Eliminei
parte do texto que fazia referências a um novo contrato entre uma empresa
portuguesa e o comando americano, por falta de consistência e provas na minha
análise. Uma coisa é fazer textos opiniões, outra é fazer jornalismo. As minhas
sinceras desculpas às pessoas e entidades visadas.
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