Complot

Este blogue nada tem de original. Fala de assuntos diversos como a política nacional ou internacional. Levanta questões sobre a sociedade moderna. No entanto, pelo seu título - Complot -, algo está submerso, mensagens codificadas que se encontram no meio de inocentes textos. Eis o desafio do século: descobri-las...

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domingo, março 22, 2009

Paraíso Perdido X

O clube dos Papas mortos

Muitas vozes manifestaram a sua revolta contra as palavras do Papa Bento XVI acerca do uso preservativo. Muitas vozes quase que pediram a sua demissão e reclamaram que a Igreja Católica se transformasse num partido político, isto é, que orientasse o seu discurso com base no politicamente correcto ou ao sabor dos votos. Mas não; nunca é de mais repetir: O Papa Bento XVI rege-se por uma doutrina secular e não por um discurso político. Assim sendo, só a segue quem quer.

Obviamente, essa doutrina comporta um grande desfasamento com a realidade, mas, no assunto em questão, a posição da Igreja é das mais coerentes, porque se baseia no princípio da abstinência sexual até ao casamento e no princípio supremo da fidelidade ad mortem entre um casal heterossexual. Como se sabe, em Africa, o problema da incidência da SIDA é cultural, aliado a uma educação para a prevenção contra a doença inexistente.

A elite política da Europa indigna-se com a suposta insensibilidade do Papa perante o flagelo da SIDA em terras africanas. Mas será que também se indigna contra altos responsáveis africanos que acusam o Ocidente de ter inventado a SIDA? Será que se indigna perante chefes de estado africanos que se aproveitam das riquezas naturais do seu país para o seu próprio proveito em vez de desenvolver políticas de saúde pública? Será que esses senhores da Europa se indignam com a mesma intensidade perante as barbaridades cometidas pelos fundamentalistas islâmicos sobre as mulheres? Enquanto que estes donos da verdade vociferam contra a imoralidade da Igreja quando lhes dá jeito, Bento XVI apela ao combate contra a corrupção e ao respeito pelos Direitos Humanos em África, olhando directamente para os olhos dos seus governantes e prováveis culpados.

Pedir ao Papa para que tenha um discurso progressista em relação ao preservativo é como esperar que um dia o Bloco de Esquerda tenha um líder que seja contra o aborto.


Paulo Casaca, o poliglota

Nas campanhas eleitorais, os candidatos dispõem sempre de tempo de antena para proferir disparates ou propostas irrealistas. O ainda eurodeputado e candidato empossado pelo PS à capital dos Açores afirmou que o Árabe ou o Mandarim deveriam ser ensinados às crianças de Ponta Delgada. Por mim, tudo bem. Provavelmente, com a sobrecarga horária que as crianças portuguesas têm, para que isso aconteça, será preciso transformar as escolas em internatos com a devolução das crianças aos pais quando estas fizerem 18 anos.

Numa miscelânea de ideias irrealistas e disparatadas, Paulo Casaca também salientou a necessidade de se ensinar Inglês no primeiro ciclo. Quando aterrou em Ponta Delgada, deve ter pensado que ainda estava no Médio Oriente, pois essa medida já está bem implementada nos Açores. Quanto às outras medidas de teor mais geral, propôs que se investisse mais na requalificação do centro histórico e menos em obras públicas, e que se desse mais relevância ao mar (onde é que eu já vi isto?).

Paulo Casaca lamentou o facto de o terem “assassinado” politicamente aquando da polémica com o semanário Expresso, mas ao aceitar ser candidato para a Câmara de Ponta Delgada só demonstra que não se trata de um assassinato mas sim de uma tentativa de suicídio com a complacência do PS Açores.


O queijo suiço

A União Europeia apresentou medidas para as necessárias reformas do sistema finaceiro mundial, preparando a próxima reunião do G20. Nessa reunião, houve um largo consenso em torno dos paraísos fiscais: deve-se acabar com eles!

Depois de saber dos crimes e abusos que foram cometidos por causa destes sistemas paralelos de fuga ao fisco, não posso deixar de concordar. Mas aqui fica a pergunta: e a Suiça nisto tudo? Nesta crise em que vivemos atolados, o que mais me faz confusão é a quantidade de pessoas que enriqueceram de forma ilícita ou imoral, mas cuja fortuna se evaporou misteriosamente. Enquanto não houver uma forma eficaz de controlar as provenências das grandes fortunas, o sistema estará sempe minado.

Basta ver que na lista das personalidades mais ricas do mundo – publicada todos os anos pela revista Forbes - consta o maior traficante de droga para perceber que as palavras moral e dinheiro não se podem juntar.

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