Complot

Este blogue nada tem de original. Fala de assuntos diversos como a política nacional ou internacional. Levanta questões sobre a sociedade moderna. No entanto, pelo seu título - Complot -, algo está submerso, mensagens codificadas que se encontram no meio de inocentes textos. Eis o desafio do século: descobri-las...

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domingo, junho 21, 2009

Paraíso Perdido XXI





De bolha em bolha

Para sair da Grande Depressão de 1929-33, o governo americano optou por um programa de grandes obras públicas que serviu de motor económico para o progresso daquela nação. No fim dos anos 90, o modelo de desenvolvimento assentou nas novas tecnologias com aposta na Internet. Contudo, no limiar do novo século, deu-se o colapso das “dot.com”, com o rebentar da bolha tecnológica. A expectativa, e respectiva especulação bolseira, levaram a uma crise profunda do meio financeiro. A saída desta crise assentou na expansão do mercado imobiliário e financeiro que, passados poucos anos, fez rebentar uma nova bolha: a bolha imobiliária. Como sair agora desta crise?

Cada vez que irrompe uma crise, os governos encontram um novo sector de desenvolvimento para relançar as respectivas economias. Para a actual crise em que nos encontramos, a teoria keynesiana dos investimentos em obras públicas voltou à linha acompanhada da aposta na economia da energia. Se a primeira não é consensual por causa da acumulação de dívida, na segunda, infelizmente, pairam algumas dúvidas.

Há cada vez mais empresas ligadas ao sector das energias renováveis, no entanto, os resultados imediatos têm sido parcos e os dividendos cingem-se às empresas não havendo ainda um retorno mais amplo que possa relançar no curto prazo as economias nacionais e a oferta de emprego. E não é líquido que o mercado bolsista volte brevemente ao vigor de outrora.

Fazendo um balanço das medidas anti-crise desencadeadas ao longo dos séculos XX e início do XXI, é interessante verificar que todas elas foram tomadas para melhorar a vida das pessoas de forma directa e imediata. Se até agora o objectivo foi nobre, a expectativa criada foi desmesurada o que acabou por lançar sementes para uma nova crise.




Se um amansa, o outro exalta-se

Quando iniciou o seu mandato, José Sócrates era um homem determinado cujo tom mais autoritário até nem era mal visto, considerando a tibieza das governações anteriores. Com o tempo, essa determinação passou a arrogância e o seu autoritarismo é adjectivado de perigoso porque Sócrates recorre a meios de pressão que o seu cargo lhe confere cada vez que se sente contrariado. Estes são traços de uma personalidade forte mas que leva a que mais pessoas, nomeadamente no Partido Socialista, se distanciem dele.

A derrota nas eleições europeias obrigou-o a uma transformação fingida de personalidade que está a resultar num desastre em termos de propaganda. Logo à primeira, a comunicação social tratou de desmitificar um homem que se quer fazer passar por manso, quando esta atitude é exactamente oposta àquilo que ele é por natureza. Aliás, se Sócrates acha que ganha alguma coisa com isso, o primeiro ensaio tratou de mostrar que está bem enganado.

Pelo contrário, provavelmente por estar há demasiado tempo no poder, Carlos César transforma-se num animal político feroz que, quando contrariado, não tem pejo na língua. Insatisfeito com a alta abstenção, não só quer que a votação em eleições seja obrigatória como até chama de estúpidos àqueles que, consciente ou inconscientemente, não votaram. De facto, com políticos assim, bem apetece ficar em casa em vez de pôr uma cruz num papel que irá dar emprego a pessoas que deixaram de merecer confiança por parte dos eleitores.



Açores sobrevalorizados

Numa terra que só tem 250 mil habitantes, que conta com um governo, secretários, directores regionais e respectivos assessores, uma assembleia com um presidente, dezenas de deputados e respectivos secretários, e com um peso enorme em termos de funcionários públicos, a colocação de dois deputados açorianos para a Europa, quando os conterrâneos se marimbaram para este eleições, pôs uma verdade inconveniente a nu.

Os Açores estão politicamente sobrevalorizados para aquilo que de facto representam. De quem é a culpa? Dos estúpidos que não votam ou daqueles que, com o poder que os votos lhe dão para mandar, adulteram o sistema político em proveito próprio?

Nunca vi ninguém a pôr em causa o facto de o filho de Carlos César, Francisco César, ser deputado pelo PS na Assembleia Regional, nem nunca ouvi ninguém questionar o facto de João Melo, o filho de Rui Melo, presidente da Câmara de Vila Franca do Campo, ser director do Pavilhão Multiusos dessa mesma vila. Nestes dois cargos, não há concurso público: é-se recrutado segundo os critérios de confiança política. Tal como os Sopranos, não há maior confiança do que aquela que se deposita num familiar.

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