Complot

Este blogue nada tem de original. Fala de assuntos diversos como a política nacional ou internacional. Levanta questões sobre a sociedade moderna. No entanto, pelo seu título - Complot -, algo está submerso, mensagens codificadas que se encontram no meio de inocentes textos. Eis o desafio do século: descobri-las...

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segunda-feira, novembro 21, 2011

O ano da morte dos políticos



Muitos consideram que a Democracia está em perigo na Europa por estar refém dos mercados. Governos vão mudando por pressão da conjuntura económica. Eleições antecipadas e governos de unidade nacional fazem tremer aqueles que sempre sonharam com a soberania total das nações, monitorizadas pelos tribunais e pela “sapiência” cívica dos cidadãos aquando de eleições.

Ainda há bem pouco tempo, o mundo era, anualmente, assustado com o perigo de uma pandemia global. Da gripe das aves, dos porcos, até à gripe oriunda do México, não havia Inverno que passasse sem andarmos todos de coração nas mãos. Até agora, os sistemas preventivos de saúde têm sido eficazes. Infelizmente, a pandemia global venceu na mesma, mas sob uma outra forma: a crise da dívida soberana. Os países vão caindo uns atrás dos outros. Não parece haver solução e as teorias da conspiração multiplicam-se. Afinal, quem fica a ganhar com isto? Quem manda nas Democracias?

Muitos políticos andam preocupados com o evoluir da coisa. Dizem que as Democracias se subjugaram aos mercados e ao “capitalismo selvagem”. Defendem que é preciso retomar o controlo da situação. Como? Respondem que é preciso renegociar a dívida e que é preciso líderes políticos fortes, e não tecnocratas, que saibam dar a resposta adequada e exemplar aos mercados.

Bonito, mas nas últimas décadas todos os países democráticos foram liderados por políticos. Há mais de trinta anos que Portugal tem sido sucessivamente chefiado por políticos. Por isso, pergunto: será que a solução da crise passa pela mão dos tais políticos?

Eles, políticos portugueses e estrangeiros, tiveram a oportunidade de impedir que o actual desaire acontecesse. Antes pelo contrário, sabemos como, ao longo dos anos, muitos deles caíram na embriaguez do poder, misturando o plano pessoal com o plano político, cometendo ilegalidades a seu favor. Quantos, de pequenos autarcas a ministros, usaram o cargo político para enriquecer de forma despudorada, prometendo “ilusões” aos cidadãos. Por essas e por outras, o desprestígio da classe política acaba por não ser surpresa para ninguém.

O novo Primeiro-ministro italiano disse-o de forma cruel mas autêntica: ao convidar técnicos para formar o seu governo, ao invés de políticos, fê-lo, disse ele, justamente para evitar o “embaraço” em que se transformou a classe política italiana.

Neste momento, a actual classe política faz parte do problema, não da solução. Não é por causa dos mercados que a nossa Democracia está suspensa. Foi por causa da irresponsabilidade, da incompetência e da demagogia de muitos políticos. Estamos todos a pagar a factura desse “contrato democrático” que fizemos ao longo de dezenas de eleições. Prometeram-nos o melhor dos mundos. Prometeram-nos cuidados de saúde, acesso à educação, boas condições de trabalho, enfim, um futuro risonho para todos se votássemos neles. Agora, dizem-nos, é preciso saber viver com menos, trabalhar mais, ganhar menos, pagar impostos, e pagar todos os serviços que o Estado providencia.

Esta é a receita para o retrocesso na nossa qualidade de vida.

Presentemente, a população aceita esta austeridade e compreende os sacrifícios exigidos porque está ciente do drama da situação. No entanto, fá-lo sob uma única condição: que seja possível resolver o problema, permitindo não perder demasiado aquilo que se foi conquistando nas últimas décadas. Sacrificar-se agora para recuperar o futuro.

Com isto tudo, não renego a política. Denuncio os protagonistas políticos do costume. Não duvido de que os partidos fazem parte do problema, mas ao mesmo tempo são os instrumentos essenciais para a resolução da crise. Por isso, apelo a que os indignados das ruas passem à acção. E com isto refiro-me à participação activa na política, integrando os partidos existentes ou criando novos partidos políticos. A raiz da Democracia reside na participação das pessoas na construção da sua vida dentro da comunidade em que se inserem. Alhear-se desse espírito é desistir da luta pela liberdade e pelo bem-estar.

Os partidos políticos só têm a ganhar ao chamar elementos de fora dos seus quadros e que sejam competentes em áreas profissionais e científicas. Até agora, o recrutamento de políticos com base no seu percurso político - que começa nas “jotas” – em detrimento do seu percurso profissional comprovou ser a opção errada.

Veremos se os tecnocratas vencerão onde os políticos falharam.

1 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Por falta de justiça, falta de interesse em defender os mais fracos, não esquecendo o trafico de influências em que os organismos do estado deixaram as 112 familias despedidas em substituição da precariedade.
Os trabalhadores do despedimento colectivo do Casino Estoril, desejam a vossas Exªs, um Feliz Natal com o mesmo bem e interesse que mostraram em nós.

6:01 da tarde  

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