Complot

Este blogue nada tem de original. Fala de assuntos diversos como a política nacional ou internacional. Levanta questões sobre a sociedade moderna. No entanto, pelo seu título - Complot -, algo está submerso, mensagens codificadas que se encontram no meio de inocentes textos. Eis o desafio do século: descobri-las...

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sábado, dezembro 03, 2011

Será Angra amaldiçoada?

Foto: Rúben Tavares


Na Praia da Vitória, o presidente da Câmara, Roberto Monteiro, apresentou recentemente o orçamento para 2012. Dois objectivos destacaram-se na apresentação: poupança e melhor eficiência na gestão dos recursos. Roberto Monteiro soube, com sobriedade, transmitir uma palavra de confiança a todos os trabalhadores da autarquia, bem como os das empresas municipais, garantindo-lhes que os seus postos de trabalho não estão em causa. Para além disso, o edil apresentou uma estratégia de desenvolvimento para o concelho que assenta na revitalização do centro histórico e na dinamização do comércio tradicional. É preciso aprender a fazer, no mínimo, o mesmo com menos dinheiro.

Em Angra, o caos está instalado. E o pior é que os angrenses já passaram por isso. Parece uma telenovela manhosa em que a história se repete, mas com novos protagonistas.

Com a demissão de Andreia Cardoso, eu pergunto-me: mas que mal fizeram os angrenses por merecer isto? No plano estritamente pessoal, penso que eu e todos os angrenses estamos solidários para com Andreia Cardoso. Mas no plano político, esta saída não podia acontecer em pior altura.

É verdade que ninguém manda no destino de cada um. Quando a tragédia chega, não avisa. Mas não deixa de ser um facto que a presidência da câmara estava há muito fragilizada por causa de conflitos irreconciliáveis com a oposição. As suspeitas de favorecimentos políticos e pessoais, e as acusações de incompetência eram recorrentes na Praça Velha. O próprio Partido Socialista da Terceira sente um sufoco crescente por não saber como lidar com a situação. Provavelmente, alguns socialistas já não a apoiavam como seria desejado e necessário.

Mas a vida continua. O tempo não pára.

Relativamente aos munícipes angrenses, esta situação é delicada porque a instabilidade política só vai trazer prejuízos. Seria mais aconselhável manter a actual presidência até às novas eleições. Sejamos sinceros: quem criou este problema foi o Partido Socialista. É sua obrigação resolver este imbróglio. O problema é que falta ainda muito tempo até à data oficial das eleições. O actual vice-presidente da Câmara de Angra, Francisco Cota Rodrigues, dispõe de todas as condições legais para tomar conta da edilidade. Contudo, faltam-lhe condições políticas. Não me parece que o PS o apoie nesse caminho. Relativamente ao PSD e CDS/PP, é claro que as eleições antecipadas representam o único desfecho possível. Por uma questão de decoro, a haver eleições antes do tempo, cabe à presidência camarária – e não à oposição - demitir-se e pedir que os angrenses decidam sobre o destino do concelho.

Sim, angrenses, lá vamos nós a mais uma eleição.

O orçamento para 2012 ainda não foi aprovado, o que complica de sobremaneira os destinos do concelho. Tendo em conta o peso da oposição na votação do documento, Angra encontra-se num impasse cuja saída passa, a meu ver, pela governação por duodécimos (o orçamento do ano anterior deve ser dividido por doze e é essa a verba máxima a despender nesse mês) até a realização das eleições, cabendo ao partido vencedor definir o orçamento para os restantes meses de 2012.

Mas o problema não fica resolvido por causa das eleições. E, pela experiência, os angrenses sabem muito bem disso. Quem vão ser os candidatos?

Serão António Ventura e Artur Lima os candidatos ideais pelos seus partidos? No PS, a questão coloca-se nos mesmos moldes: qual será a melhor figura para concorrer à eleição? Os socialistas sofrem de um grande desgaste. Os angrenses perderam a paciência com tanta instabilidade. Aliás, o facto de já haver quem fale no nome de Sérgio Ávila para a presidência mostra o quanto o PS de Angra se encontra desprovido de personalidades que possam fazer a diferença.

Gostava que independentes ilustres do concelho se mostrassem disponíveis para participar nas eleições. Enquanto não houver estabilidade política na Câmara de Angra, é toda a ilha Terceira que fica prejudicada.

Angra, mais do que ser património, faz parte das nossas vidas.

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