Isto vai aquecer
Um
novo período eleitoral avizinha-se. Por serem de cariz local, as eleições
autárquicas levam o fervor partidário ao rubro. Na Terceira, como nos Açores, o
domínio autárquico do PS é avassalador e sufocante. Será que a estratégia de
culpar Passos Coelho por todos os males do país vai também ser utilizada pelos
candidatos do PS para justificar os problemas das respetivas autarquias?
Na
Terceira, já temos nomes. Relativamente ao candidato socialista para Angra,
mais do que saber quem vai encabeçar a lista, importa conhecer os restantes
elementos, pois, à luz da história recente, o principal candidato tem por
hábito desistir da Câmara. Com isto, não está em causa a pessoa de Álamo
Meneses, cujo currículo político fala por si. O que está em causa é o PS que, com
os seus experimentalismos, tem demonstrado pouca consideração por Angra. Nunca
será de mais relembrar que, ao longo dos últimos anos, o PS fez o quis com os
seus candidatos eleitos, não tendo pudor nenhum em “afastá-los” do lugar quando
as coisas corriam mal. Parafraseando o lema do Congresso do PS: “É tempo de
mudar”.
Segundo
a imprensa, António Ventura volta a candidatar-se à presidência da cidade-património
pelo PSD. Apesar de não ser costume um candidato derrotado concorrer novamente,
António Ventura é conhecido pela sua perseverança. Por isso, esta solução não
surpreende. Se há quatro anos tivesse ganho, Angra teria sido bem servida, por isso
não há razões para deixar de o ser em 2013. É a lógica da resiliência política.
Do lado do CDS, o mistério ainda paira no ar. Mas, nas últimas eleições, Artur
Lima fez um combate político aguerrido e conquistou uma parte substancial dos
votos dos angrenses. A soma de votos dos dois partidos de Direita chegou a ultrapassar
a votação socialista. Daí a imprensa adiantar a possibilidade de coligação PSD/CDS.
Esta
hipótese é um desafio extraordinário se atendermos às personalidades de António
Ventura e de Artur Lima. Como consensualizar propostas e posições entre os
dois? As coligações obrigam a uma flexibilidade na atitude e nas ideias
bastante complicada. Mas não há dúvidas de que ambos são reconhecidos por serem
acérrimos defensores da ilha Terceira. Assim sendo, se conseguem dirimir as
suas diferenças e criar um programa eleitoral para uma única candidatura, só
pode significar que os interesses de Angra serão colocados no topo das
prioridades.
Do
lado da Praia da Vitória, o tabu foi criado à volta da recandidatura de Roberto
Monteiro, que tem tido um final de mandato difícil (a última conferência de
imprensa na qual ameaçou processar os órgãos de comunicação social que lhe fizessem
frente foi muito infeliz). Perante esta indefinição, surge esta hipótese, mesmo
que remota: o PS tem receio de apresentar uma alternativa, por isso irá reconduzir
o atual presidente, conquistando mais uma vitória, para posteriormente o substituir.
Na política, há modas que pegam.
Judite
Parreira é candidata pelo PSD. Atualmente deputada na Assembleia Regional e
presidente da concelhia dos laranjas na Praia, Judite Parreira é a candidata
natural do partido. Isto porque o anterior candidato, Berto Cabral, terá
declinado recandidatar-se, invocando razões pessoais.
Em
conversa com a candidata, disse-lhe que o PSD não devia apresentar candidato
nenhum tendo em conta o montante das dívidas contraídas pelo atual executivo.
Mas entre o que uma pessoa acha e o que deve ser vai uma grande distância: Por
isso, o PSD irá concorrer de cabeça erguida com o objetivo de superar o desaire
das últimas eleições. E é bom perceber que se muita coisa foi feita na Praia da
Vitória, não foi infelizmente possível incutir mais dinamismo económico e
social ao concelho. Por mais que se tenha apostado em infraestruturas, os seus
benefícios, nalguns casos, têm tido pouco proveito - sem falar das empresas
municipais que se transformaram em autênticos bunkers do PS, onde grassa caciquismo do pior. Com a crise e o
problema crescente da Base Americana, a política exige um novo paradigma para o
desenvolvimento local, focando-se principalmente no combate ao desemprego e à
pobreza, isto é a coesão social.
Nos
próximos tempos, muita tinta ainda vai correr e com isso muita guerrilha
política. Esperemos que haja bom senso para que se gaste o mínimo possível em
campanha. Os contribuintes depenados agradecem.
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