Complot

Este blogue nada tem de original. Fala de assuntos diversos como a política nacional ou internacional. Levanta questões sobre a sociedade moderna. No entanto, pelo seu título - Complot -, algo está submerso, mensagens codificadas que se encontram no meio de inocentes textos. Eis o desafio do século: descobri-las...

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segunda-feira, maio 13, 2013

A candidatura mata-mata



           


 A reação ao anúncio da coligação PSD/CDS para Angra não foi pacífica dentro dos respetivos partidos. Pelo lado dos adversários, há quem, por má-fé, compare esta união com a coligação Coelho/Portas; há quem entre na análise puramente partidária, procurando avaliar quem de entre os dois partidos fica a ganhar; e há quem advoga que só pelo facto de se terem coligado já perderam as eleições. Afigura-se, contudo, uma certeza: se o PS vencer, António Ventura e Artur Lima dificilmente terão condições para manter os seus cargos de dirigentes. Então, por que se juntaram?

            Faço, desde já, a minha declaração de interesse: apoio esta coligação e encaro-a com entusiasmo porque, à luz dos interesses da cidade, esta candidatura tem o mérito de juntar dois políticos que mais têm lutado pela Terceira e por Angra. Quero crer que se eles foram capazes de dirimir as suas diferenças para se juntar numa só candidatura é porque, com eles, os interesses do concelho estarão sempre em primeiro lugar.

            Apesar das candidaturas atribuladas do PS nas últimas eleições, desta vez o candidato escolhido, Álamo Meneses, aparenta ter mais credibilidade. Mas mesmo assim não apaga o triste passado da governação socialista. Ao concorrer sozinho, o PSD arriscaria obter o mesmo resultado anterior ou ainda pior. Perante estas improváveis equações, é compreensível que a estratégia passe pela rutura do passado, com a aspiração de juntar aqueles que mais têm denunciado a inércia socialista. “Unidos por Angra” bem poderia ser o lema de campanha para a dupla Ventura/Lima. 

            Quem detém quase todas as câmaras da Região é justamente o PS que, pela lógica, deveria prestar contas juntos dos seus munícipes. Mas tornou-se óbvio que, com a crise, a lógica já não é o que era. Assim, torna-se difícil prever até que ponto os açorianos quererão castigar os candidatos da Direita nas autárquicas por causa do governo Coelho/Portas. Com sorte, o PS/Açores ganha outra vez em todo o lado, porque a culpa, já sabemos, é de Lisboa. No continente, esta ideia vai ganhando adeptos graças à estratégia comunicacional dos partidos da oposição e à complacência do próprio Passos Coelho que desistiu há muito do seu partido.

            Ao contrário de Vasco Cordeiro, Duarte Freitas tem o seu primeiro grande desafio. Enquanto o primeiro vive folgado com a sua maioria parlamentar, o seu leal governo e o seu submisso partido, o segundo tem de encarar cada ato eleitoral como um combate à sua sobrevivência. E é notório que o PSD, nomeadamente em São Miguel, não está pacificado.

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