O experimentalismo educativo nos Açores
É com particular interesse que tenho
acompanhado as opiniões do Secretário da Educação, Luís Fagundes Duarte, sobre
as políticas educativas. Sempre achei estranho que um político com um cargo
executivo publicasse textos de opinião. No entanto, Luís Fagundes Duarte tem o
mérito de não se aproveitar do seu estatuto para a chicana política, preferindo
partilhar com os cidadãos o que lhe vai na alma relativamente à pasta que
chefia. Mas quem anda à chuva, molha-se.
Refuto a alegada ideia veiculada por
Fagundes Duarte de que o governo tem feito o seu trabalho “ou o que lhe compete
fazer”. Será que o governo regional acertou em tudo o que fez para melhorar o
desempenho dos alunos açorianos? A criação dos mega-agrupamentos é mesmo uma
mais-valia para o sistema educativo açoriano? A extrema regionalização do
ensino – que culminou com os exames de caráter regional (PASE) – contribuiu para
diminuir as assimetrias com o sistema de ensino no continente? A aposta no
betão em detrimento dos recursos humanos ajudou a diagnosticar precocemente quais
os alunos com dificuldades e a apoiá-los na resolução dos seus problemas?
Foi mais de uma década a fazer experiências
com os alunos açorianos. É tempo de ação. Acabar com as multas aos pais foi a
primeira. Mas foi a mais fácil.
2 Comentários:
Toda e qualquer intervenção ao nível educativo, só resulta tardiamente, anos depois.
Isto está nos livros.
Trocar escolas com meia dúzia de alunos e sem condições, por outras maiores e modernamente equipadas não é exclusivo dos Açores. Faz-se à décadas nos Estados Unidos e nos países mais avançados da Europa.
Um país com recursos escassos como Portugal, não pode manter a extensa rede escolar montada por Salazar, numa altura onde a demografia jovem pesava.
Os docentes deste país, que encheram Lisboa de protestos porque não queriam "papelada a mais" perderam o pio ante o desemprego, os cortes nos salários, as turmas com 40 alunos e o aumento da carga horária.
Bonito...
Caro anónimo,
Os resultados das políticas educativas encetadas nos Açores deram até agora resultados preocupantes.
Quando se fala nos mega- agrupamentos, vem logo o estigma de Salazar quando a comparação é totalemtne despropositada. Uma coisa é renovar escolas ou até construiur de raiz, outra é criar uma "fábrica" com milhares de alunos, centenas de professores e funcionários.
Para falar dos Estados Unidos é preciso bom rigor. Um exemplo que refuta a ideia do meu caro amigo: um dos sucessos do presidente da Câmara de Nova Iorque, Bloomberg, foi justamente no domínio da Educação.
Um dos objetivos foi precisamente o de encerrar escolas degradadas de grande dimensão (encerrou 164 escolas) e criou 656 escolas de pequena dimensão, repartindo assim os alunos.
Na Finlância que dos melhores sistemas de ensino o mesmo acontece. Deixo aqui um link bastante esclarecedor sober o assunto.
http://portuga-coruche.blogs.sapo.pt/419960.html
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