Brincar com a saúde é democrático
O Secretário Regional da
Saúde, Luís Cabral, acha que inaugurou uma nova forma de fazer política.
Apresenta uma proposta de reforma para o setor baseada em não se sabe bem o quê
e põe todos os açorianos a discuti-la, inclusive os membros do PS. Se omitirmos
o susto aos profissionais de saúde, às populações e a revolta de responsáveis
políticos e militantes socialistas, Luís Cabral não tem pejo em manifestar o
seu contentamento, reclamando para si o valor democrático da iniciativa. Mas há
muito boa gente a achar que mais incompetente é difícil.
Imaginem
se todos os governantes fizessem o mesmo, se todas as reformas passassem pelo
mesmo processo. Para quê ter partidos? Para quê ter um governo? Para que
serviriam os políticos?
A
proposta é má ao ponto de se saber a
priori que ninguém iria caucionar que uma determinada unidade de saúde
perdesse especialidades, que nenhuma ilha aceitaria que o seu centro de saúde
fosse despromovido nas suas funções: Também não é difícil perceber que a
centralização numa ilha só pode originar mais desigualdade no acesso aos
cuidados de saúde. No entanto, o Secretário da Saúde achou por bem ouvir da
boca dos açorianos aquilo que todos já sabiam.
Numa
espécie de “tournée do desastre”, viajando de ilha em ilha a ouvir a fúria dos
ilhéus e até de camaradas do partido, Luís Cabral declara que lá vai tomando
nota do contributo das pessoas. No final, será importante comparar o resultado
final dessa auscultação com a proposta inicial. Era bom que, a seguir, alguém
no Governo tirasse ilações desta experiência “democrática”.
0 Comentários:
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial