Complot

Este blogue nada tem de original. Fala de assuntos diversos como a política nacional ou internacional. Levanta questões sobre a sociedade moderna. No entanto, pelo seu título - Complot -, algo está submerso, mensagens codificadas que se encontram no meio de inocentes textos. Eis o desafio do século: descobri-las...

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domingo, junho 17, 2007

Balanço final de ano lectivo


Para milhares de estudantes, a semana que findou foi a última em termos de calendário escolar. As aulas acabaram, começam as merecidas férias. Os alunos do 12º, pelo contrário, entram na fase decisiva dos exames nacionais. Para a maioria deles, há um misto de stress e de esperança devido à incógnita em determinar o rumo a seguir. Porém, uma certeza: a prossecução dos estudos no Ensino Superior é o melhor caminho para se ser bem sucedido na vida. As escolas básicas e secundárias iniciam, por sua vez, o processo mais burocrático da actividade escolar que consiste em tratar de matrículas, de constituir turmas, de fazer vigilância de exames e de elaborar horários. Tudo em prol do ano lectivo que virá a seguir, em Setembro. Na verdade, a escola é uma máquina que nunca pára.



O Ensino em Portugal, democratizado e massificado desde 1974 tem sofrido reformas ao longo de décadas que nem sempre favoreceram a aprendizagem e o sucesso dos jovens na sua vida pessoal e profissional. Por esta altura do ano, deveria haver uma paragem das actividades escolares, nomeadamente burocráticas, para deixar os professores e Conselhos Executivos meditarem no que correu bem e no que correu mal, analisando, para isso, as estatísticas de reprovação e progressão, as suas possíveis causas com um intento prospectivo. Mas as escolas não vivem só exclusivamente do que é leccionado nas aulas. Há muita vida nos corredores, nas bibliotecas, nos pátios, nos campos de jogo, nas salas de convívio. A escola é uma micro-sociedade com as suas regras próprias que precisa constantemente de se revalorizar e reformular. Como fazer com que os alunos gostem e tenham mais vontade em ir para a escola?



Quando se cria uma escola nova, de raiz, torna-se mais fácil aproximar-se dos patamares da escola dita "ideal". Porém, temos de viver com o que temos. Portugal, terra de brandos costumes, reflecte essa filosofia de vida nos estabelecimentos de ensino. Há relativamente pouco tempo que os Conselhos Executivos, por pressão da sociedade, têm tido uma preocupação com o ambiente e com a saúde dos seus alunos. As cantinas e bares propõem alimentação mais saudável e os pátios enchem-se de contentores para reciclagem. No entanto, perante a autonomia crescente concedida às escolas, estas pequenas novidades sabem mesmo a pouco. Uma nova batalha tem sido travada com algum sucesso. A proibição total do consumo de tabaco tem sido feliz, apesar de mais uma vez ir ao encontro dos sinais dos tempos. Funcionários, professores e, claro, alunos não podem fumar no recinto escolar. Esta regra não é seguida em todo o lado mas vai, aos poucos, ganhando novos seguidores. No entanto, os alunos podem sair livremente da escola durante os intervalos para fumarem. Se o problema não fica resolvido, ao menos, a escola já não pode ser responsabilizada. Aqui, com algum engenho e autoridade, se pode resolver o problema. As saídas não controladas do recinto escolar representam um problema nunca aflorado com seriedade por parte de quem manda na Educação. Aos alunos que frequentam o ensino obrigatório deveria ser peremptoriamente proibida a saída da escola dentro do seu horário escolar. É óbvio que isto implica um controlo rigoroso e moroso nem sempre compreendido. Mas os riscos de todo o género que podem ocorrer pelo facto de um aluno estar fora da escola quando devia estar dentro são altíssimos. De quem a responsabilidade se acontecer algo de grave? Nunca se pensou bem no assunto, porque, provavelmente, nunca nenhum encarregado de educação pediu satisfações a quem de direito.



Em pequenas coisas do ponto de vista da organização se pode tornar a escola mais segura e mais acolhedora. Dos anos que por lá passam, os alunos guardam na sua memória mais aquilo que viveram do que aquilo que aprenderam. Depois de tratada a questão de como tornar o ambiente escolar mais propício ao sucesso da aprendizagem é que se poderá realmente tratar dos problemas do insucesso e abandono escolares que assolam o nosso país.
(Continua numa próxima "postagem")

1 Comentários:

Blogger Lisa disse...

Bem, o teu blog é uma injecção de sabedoria na tua área de especialização! Gostei bastante da tua perspectiva sóbria, consciente e realista sobre determinados assuntos relacionados com a educação em Portugal. Parabéns! Em relação ao marcador de livros, basta apenas dizeres que tipo de marcador te agrada que estou disponível para o fazer. Ah, e obrigada pela visita! :)

11:48 da tarde  

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