Complot

Este blogue nada tem de original. Fala de assuntos diversos como a política nacional ou internacional. Levanta questões sobre a sociedade moderna. No entanto, pelo seu título - Complot -, algo está submerso, mensagens codificadas que se encontram no meio de inocentes textos. Eis o desafio do século: descobri-las...

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segunda-feira, maio 19, 2008

Caro Pedro,
Pela admiração e amizade que nutro por ti, enceto aqui um momento de debate e discussão de ideias, não sobre o Iraque, não sobre o governo de Sócrates, muito menos sobre se fumar num avião pode prejudicar a saúde das nuvens. Vou falar de Lost.

Previously on Lost

Já tínhamos tido essa discussão. Podíamos tê-la novamente com um charuto numa mão e copo de Whisky noutra, mas opto por te responder usando este meio. Continuo a discordar do termo telenovela conforme o defines baseando-te na definição do site que consultaste. Discordo e passo a explicar.


Qualquer história ou filme apresenta um mistério, algo cuja resolução será revelada no fim. Este princípio é óbvio e aplica-se a quase todos os filmes que vemos no cinema. As séries americanas de sucesso têm-se pautado por esse modelo de entretenimento (CSI, Prison Break, etc.). Lost, nesse ponto, não se distingue das outras séries. Discordo totalmente do teu ponto de vista sobre as personagens. Não são nada estereotipadas: o “gordo” é um homem com graves problemas psicológicos e cujo azar tem lhe feito a vida negra. O médico é o líder por acaso e por mérito mas que, na sua vida antes do acidente, sempre fora refém dos seus sentimentos e fraquezas. O caçador é uma personagem estereotipada? Não sei como.


No entanto, para mim, a novidade incide no processo de escrita do argumento. Não me digas que seguem as tendências, desejos do público porque o contrato que assinaram com a produtora é ate 2010 e isto vai ter um fim que já está previsto, acrescentando que na quarta temporada, os espectadores já sabem quem serão as personagens que sairão da ilha são e salvos (os Ocean 6).


Para organizar o seu texto e contextualizar as acções e personagens, muitos autores da literatura de ficção apostaram no recurso à analepse (salto no passado). No cinema é o chamado “flashback”. Com menos frequência, também se usa a prolepse (salto no futuro). O que eu não sabia é que no cinema chamam a este processo narrativo de “fast forward”. Isto só pode ser feito se o argumento foi já escrito pensando no que irá acontecer à acção principal e se já se determinar o futuro de cada personagem.


Há um ponto interessante que posso acrescentar. O desafio dos produtores foi provar que conseguiam criar um programa de ficção melhor do que aqueles programas de reality show, em particular o Survivor. Pois é, foi nisto que se basearam os criadores de Lost.

Podemos continuar o debate em próximos “posts” (um pouco fútil se olharmos para os problemas do mundo). Não quero deixar de te sugerir um blogue português que analisa a série e as teorias conspirativas que já deram muito que falar:

2 Comentários:

Blogger Carolina Almeida disse...

Já experimentou "Donas de Casa Desesperadas"?

Ora aí está outra série fabulosa!

10:29 da tarde  
Blogger PedromcdPereira disse...

Esta acaba por ser, como esperava, uma discussão onde se podem ir buscar os argumentos que quisermos. E daí, conclusões sólidas só se o professor Marcelo falar sobre isso no seu programa.

Eu entendo a estereotipia de persoonagens à luz do século XXI. Basicamente, concordei desde sempre que algo como o Lost é bem diferente de Dallas. Isso deve-se à complexificação do pensamento humano, inclusivamente dos argumentistas isso é claro.

A verdade é que um dos sites americanos mais vistos sobre programação televisiva (referido no link que faço no Zurze) considera o Lost como Prime Time Soap Opera.

10:29 da manhã  

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