Complot

Este blogue nada tem de original. Fala de assuntos diversos como a política nacional ou internacional. Levanta questões sobre a sociedade moderna. No entanto, pelo seu título - Complot -, algo está submerso, mensagens codificadas que se encontram no meio de inocentes textos. Eis o desafio do século: descobri-las...

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domingo, outubro 05, 2008

Acerca da campanha eleitoral


Em breve, os açorianos saberão quem governará a região para os próximos quatro anos. Há quem não tenha dúvidas sobre qual o vencedor e, por isso, não tencione ir às urnas no próximo dia 19 de Outubro. Contudo, alguns expectam mudanças no quadro político regional, em nome de uma democracia mais pluralista e alternante. O círculo regional de compensação tem o propósito de aproveitar todos os votos, possibilitando, assim, a eleição de cinco deputados que podem representar forças políticas com menor expressão. Todos se empenham na campanha eleitoral para angariar os votos possíveis. Contudo, na imprensa, subjaz a ideia de que “no pasa nada”; de que as pessoas não estão viradas para o assunto.



Será esta campanha eleitoral assim tão aborrecida e desinteressante?



PS e PSD andam numa luta ferrenha, cada um acusando o outro pelos males de que o arquipélago padece, frisando muitas vezes a maledicência e o ataque pessoal. Nada de surpreendente. Um osso para dois cães. O que provavelmente a imprensa e muitos açorianos queriam é um pouco de sangue para dar mais gosto à coisa. Na verdade, será preciso aguardar pelos últimos dias e pelos últimos cartuchos que cada um dos partidos utilizará para atingir o outro. “Ideias!” – dirão, desesperadamente, os ingénuos em busca da política genuína. Ideias não faltam; o problema é que estes mesmos idealistas da política têm de ler os manifestos e programas eleitorais de todos os partidos; o que, por sinal, muito trabalho dá para quem lê tão pouco. Ideias todos têm e, em abono da verdade, todos os partidos acabam por ter sempre algumas propostas interessantes e inovadoras. Às tantas, mais valia criar um partido que compilasse as melhores propostas quer da Esquerda, quer da Direita. Não faz mal, quem ganhar pode fazer o mesmo que ninguém se importa e alguns até agradecerão em surdina para, a seguir, exclamar: “Conseguimos!”.



Carlos Costa Neves bem queria um debate a dois com Carlos César. Não era o único. Porém, caiu na armadilha da oxigenação do PS: “debate pode ser a dois, a três, a quatro… Logo que seja com todos os partidos”, disse o líder socialista. De facto, este molde de debate é democraticamente mais correcto. Aliás, teria sido deveras interessante ver o presidente do governo debater o futuro da região com o candidato do PPM, por exemplo. Mas Carlos César teria um preço político a pagar por tamanha oxigenação democrática: a do desgaste por ter de ouvir críticas vindas dos representantes de todos os partidos, fundadas e ser obrigado a responder por elas. Muitos açorianos ficariam a saber certas verdades em poucos minutos de conversa. Carlos César foi esperto. O PSD não soube agarrar a bola que lhe passou pela mão.



Por cá, o PS Terceira está ao nível da acção dos seus deputados nos últimos anos, ou seja, zero, nada. Nada pelos seus eleitores e pela sua terra; tudo pelo seu governo. Nada de novo por diversas razões. Nada de novo no elenco dos principais candidatos a deputados. São os deputados do costume, antigos secretários regionais, directores regionais ou deputados candidatos ao mesmo. Isto apesar de culpar o PSD Terceira por não ter renovado a sua frota de deputados. Nessa lista, os candidatos que realmente interessam pela sua novidade e possível “frescura” estão em lugar inelegível, ou seja, é como se não existissem. E também nada de novo apesar de ter incluído uma independente no segundo lugar da lista mas que, pelo que se sabe dos bastidores, já está a provocar celeuma no partido local. E, por último, nada de novo em relação ao desprezo que tem pelos seus eleitores locais e pela prepotência demonstrada ao deixar panfletos nas caixas de correio, alegando obra feita mas que ainda se encontra em projecto e sem colocar os nomes dos candidatos a deputados, deixando perpassar a ideia de que, por terem sido tão prestimosos para com os terceirenses, os repetentes-rosa dispensam quaisquer apresentações. Errado. Talvez o sinal de que o PS Açores tenha de actuar de outra forma parta da ilha dos Bravos.



Apesar de tudo, e para graça do PS, Carlos César é um figurão. No sentido positivo, claro. A perspicácia e o faro político levaram-no a manter-se a ele e ao PS no poder ao longo desta última década. Quando se for embora, ele será também a desgraça do PS, porque os verdadeiros líderes só aparecem uma ou duas vezes por cada século. E ele teve a “ousadia” de fazer a transição entre o século XX e o XXI…

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