Complot

Este blogue nada tem de original. Fala de assuntos diversos como a política nacional ou internacional. Levanta questões sobre a sociedade moderna. No entanto, pelo seu título - Complot -, algo está submerso, mensagens codificadas que se encontram no meio de inocentes textos. Eis o desafio do século: descobri-las...

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domingo, dezembro 21, 2008

O dia em que o PSD perdeu as eleições


Na política, as sondagens servem de indicador para perceber as intenções de voto das pessoas, a simpatia para com um determinado político ou medida política. As sondagens têm por objectivo reflectir o pensamento dos cidadãos: elas são uma consequência do que os representantes da Nação fazem ou dizem. Confrontados com os resultados, que frequentemente não abonam a favor deles, os políticos recorrem à máxima de “as sondagens valem o que valem”. Por ser um país pequeno e por isso previsível, em Portugal, as sondagens raramente falham. Quando indicam que o PSD continua a cair nas intenções de voto, não se trata de uma suposição. Neste caso, é a consequência lógica de uma liderança destinada a um desastre eleitoral.

Há duas semanas que o PSD passa por provas de força de carácter e de liderança em que, à medida que os obstáculos aparecem, falha redondamente. Por causa da falta dos deputados, por causa da estratégia de voto para o estatuto dos Açores, por causa da escolha do candidato à Câmara de Lisboa, e até por causa da mensagem de Natal inoportuna, com um cenário ridículo. Em duas semanas, o PSD mostrou-se incoerente, titubeante e frágil perante pressões internas e externas ao partido. Num momento de crise tão dramática e recheada de incógnitas, ninguém votará num partido neste estado. A menos de um ano de eleições nacionais e por mais que me custe escrevê-lo, o PSD já as perdeu.


Analisando estes tristes incidentes. Não está em causa o facto de os deputados faltarem. O que está em causa é a falta de coordenação e sentido estratégico da liderança parlamentar laranja. O voto que obrigava à suspensão da avaliação aos professores podia ser um momento de choque para a maioria socialista que sofre actualmente fracturas internas graves. Muita da contestação que se vive podia ser resolvida na Casa da Democracia, utilizando os instrumentos dignos que ela disponibiliza para limitar a actuação prepotente do Governo. Não se fizeram as contas, não se fizeram os telefonemas e deu no que deu. Na votação sobre o estatuto dos Açores, a mesma coisa, a mesma idiotice. É-se a favor, depois é-se contra porque o Presidente da República tem dúvidas; chora-se porque a cooperação estratégica entre governo e presidente pode estar em causa. Mas o que é que o PSD perde se a cooperação acabar? Aliás, é melhor para o PSD: o PS, com essa teimosia, ter-lhe-á dado um enorme jeito. Sobre a escolha de Santana Lopes, não se compreende que a anterior atitude de Manuela Ferreira Leite fosse de algum desprezo para com ele e que agora o escolha como candidato a Lisboa como se todos tivéssemos memória curta, nomeadamente o visado. Pacheco Pereira, fervoroso apoiante e apelidado ultimamente seu “tradutor”, já se demarcou dessa iniciativa e provavelmente entrará em ruptura por sentir que, somadas as coisas, assim não se vai a lado nenhum.

Também de nada serve pedir novamente eleições antecipadas. Não há tempo, não há paciência. O que resta é acreditar em milagres e rezar para que aconteçam. Em política nunca se diz nunca.


O PSD Açores também não tem muito de diferente em relação ao PSD Nacional. A nova presidente chegou tarde à festa e pretende ficar com os melhores restos, aqueles que supostamente Carlos César deixará quando sair do poder. Esta jogada é tão previsível e denota tanto amadorismo que só pode resultar no seu contrário. A jogada seguinte cabe ao PS Açores que tem a vantagem de ver as cartas que estão na mesa. Preparando-se para o próximo escrutínio eleitoral, quem será o seu candidato para a Câmara de Ponta Delgada? E a seguir, quem será o próximo líder do PS Açores?


O que vale para aqueles que simpatizam com ambas as lideranças laranjas e pode servir de consolo é que as minhas previsões costumam sair goradas. Já não digo o mesmo das sondagens.

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