Complot

Este blogue nada tem de original. Fala de assuntos diversos como a política nacional ou internacional. Levanta questões sobre a sociedade moderna. No entanto, pelo seu título - Complot -, algo está submerso, mensagens codificadas que se encontram no meio de inocentes textos. Eis o desafio do século: descobri-las...

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sábado, maio 14, 2011

Um PS dentro do PS Açores





No meio político, é sabido que o desejo de protagonismo, a subserviência para com um líder partidário ou o instinto de sobrevivência política, levam certos responsáveis políticos a manifestar o que há de pior dentro de si. Intrigas, traições, mentiras e hipocrisia são os nomes que melhor definem a personalidade do Chico-esperto político que abunda pelos partidos.




A Terceira foi uma vez mais palco dessas intrigas palacianas que envolveram duas figuras com altas responsabilidades políticas na ilha, a saber Andreia Cardoso e Cláudia Cardoso, respectivamente Presidente da Câmara de Angra e Secretária da Educação e Formação.




Por mais que o PS queira disfarçar ou relativizar este episódio, a telenovela das querelas do PS Açores não é inédita na Terceira. E, ou por motivo de coincidência ou simplesmente como prova de que o meio é pequeno, a último intriga envolveu o anterior Presidente da Câmara de Angra, que é também pai de Cláudia Cardoso. Sim, posso estar a especular mas há coincidências que são incríveis. Convinha relembrá-las.




Na altura, o PS dispunha de maioria alargada na edilidade de Angra, porém as trapalhadas acumulavam-se e o Concelho mantinha um atraso e uma falta de vivacidade que obrigaram o PS a desautorizar José Pedro Cardoso, compelindo-o a demitir-se. As eleições estavam à porta e a perda da Câmara para o PSD tornava-se uma possibilidade.




Andreia Cardoso chegou ao poder e mais tarde venceu as eleições pela margem mínima. Conclusão: apesar de fragilizado, o PS mantinha aquilo que pretendia. Fê-lo a todo o custo e usando as manigâncias necessárias para tal. A clientela PS agradecia e suspirava de alívio.




Actualmente, a oposição PSD/CDS tem sido incómoda, mas sobretudo certeira ao denunciar casos de incumprimento ou simplesmente de incompetência política por parte do executivo camarário. Em contraposição, a estratégia da Edil é simples: aguentar até 2012, altura em que serão inauguradas várias obras do Governo Regional, o que irá disfarçar o far niente da Câmara.




O plano parece fácil, mas há incompetência política que se torna indisfarçável de tão gritante que é. O episódio da escola de Santa Bárbara é a prova irrefutável do desaire em que se encontra o PS Terceira.




Voltando às coincidências. Bem estranhei quando a Presidente da Câmara de Angra iniciou as suas lides “literárias” enquanto cronista do Diário Insular logo após a nomeação de Cláudia Cardoso como Secretária Regional de Educação. Eu sei; podem alegar que se trata de uma simples coincidência. É verdade que nos primeiros textos de opinião, Andreia Cardoso abordou questões da Educação. Admito, podem alegar que não passa de uma simples coincidência. É indesmentível que o pai de Cláudia Cardoso foi Presidente da Câmara e que foi, depois, despedido pelo seu próprio partido, sendo substituído por Andreia Cardoso. Concedo: podem alegar que se trata de meras coincidências e podem acusar-me de ter imaginação fértil, mas até agora só referi factos e, tal como disse no início, o desejo de ascensão ou de vingança políticas pode trazer à tona o que há de pior nas pessoas.




Mas não me venham com tretas: ninguém duvida de que existe um litígio político entre estas duas personalidades do PS, porque podiam - e até deviam - ter resolvido o diferendo de forma discreta, no recato dos respectivos gabinetes. No entanto, optaram por “lavar a roupa suja” na comunicação social, evidenciando a divisão interna do partido que há muito se faz sentir, mas que os socialistas tentam dissimular em vão. Alguma oposição aproveitou por clamar o tradicional “Demite-se!”, como se isso ajudasse ou prejudicasse, conforme os interesses. Na verdade, e por mais que me custe, o PS pode fazer asneira da grossa que nunca será verdadeiramente penalizado nem devidamente denunciado: os Açores são socialistas e mais nada.




Sem sombra de dúvida que Carlos César arbitrará este "catfight", colocando, no final, as duas senhoras a apertarem a mão e a sorrirem para as câmaras fotográficas. Não basta ser-se mulher de César, é preciso parecê-lo.


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