Complot

Este blogue nada tem de original. Fala de assuntos diversos como a política nacional ou internacional. Levanta questões sobre a sociedade moderna. No entanto, pelo seu título - Complot -, algo está submerso, mensagens codificadas que se encontram no meio de inocentes textos. Eis o desafio do século: descobri-las...

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Localização: Praia da Vitória, Terceira, Portugal

domingo, julho 28, 2013

A marca PS




            Os placards do candidato do PS à Câmara de Angra, Álamo Meneses, são agradáveis à vista, pois mostram locais emblemáticos da cidade. Esta estratégia de campanha pouco usual acaba por demonstrar o peso que o Partido Socialista tem na sociedade açoriana, porque, se a foto do candidato não está presente, o símbolo do PS está lá bem patente. 

            Esta é a marca que os socialistas ostentam com orgulho, porque muito açoriano assina de cruz, sem precisar de conhecer realmente o candidato ou as suas ideias. Nos últimos anos, o concelho de Angra tem vivido uma situação anómala. Em termos políticos, prevaleceu o interesse partidário ao invés do concelho. Os angrenses sabem que a Praça Velha tem servido de palco para a dança de cadeiras na presidência, onde a única coisa que nunca falha é a lealdade para com o partido, disfarçada por um silêncio constrangido, mas cúmplice. Há quem louve um partido político assim; eu cá prefiro a liberdade na expressão de convicções e na manifestação de carácter. 

            Na Praia da Vitória, a marca PS já não é tão relevante, porque o seu candidato, Roberto Monteiro, vale por si só. Apesar da enorme margem de conforto nas hipóteses de recondução, Roberto Monteiro tem pugnado por um discurso crispado contra as duas instituições mais marcantes da cidade: as Forças Aéreas Portuguesa e Americana. 

            Discordo de uma tese que tem veiculado sobre o alegado prejuízo que a Terceira tem sofrido pelo facto de receber poucas escalas técnicas de aeronaves. Primeiro, considero que certas pessoas deviam remeter-se ao silêncio neste e noutros assuntos porque defender a ilha Terceira não pode rimar com demagogia, nomeadamente quando há eleições à porta. Segundo, porque a presença militar portuguesa e, sobretudo, americana tem rendido milhões à economia da Praia. Dos salários dos trabalhadores, aos contratos para empreitadas e prestação de serviços, não me parece que haja escalas técnicas que rendam tanto dinheiro. Ter uma base militar tem os seus inconvenientes, mas as últimas décadas comprovam, pelo contrário, um enorme proveito. 

            A actual crise, com a agravante da redução de militares americanos, não pode alimentar um discurso revanchista relativamente a quem tanto deu e fez por esta terra. Não se pode reescrever a história da Base das Lajes ao sabor de estados de alma (tanta falta que faz um Museu da Base). 

            Felizmente, ainda há quem não tenha desistido e lute nos corredores de Washington e do Pentágono para defender a nossa Base. Benditos lusodescendentes.

            Perante um cenário negro, o Concelho da Praia não precisa de uma Câmara forte, precisa é de uma oposição reforçada. Os últimos quatro anos provaram que de nada vale ter um partido único a mandar na autarquia, na Assembleia Municipal ou nas freguesias. Ninguém esquecerá alguns episódios lamentáveis de compadrio, arrogância política e abuso de poder. Não fosse o bailinho dos idosos o exemplo mais marcante e baixo dessa situação. 

            Por isso, o facto de ter até agora três candidatas (PSD, CDS e Bloco) é manifestamente uma sinal encorajador que vai no sentido da necessidade de pluralidade democrática no seio da autarquia da Praia. Aliás é tão encorajador que o facto de serem exclusivamente mulheres nem sequer é assunto.

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