O rei e os professores
O nobre deputado do PPM, Paulo
Estêvão, defende que é preciso acabar com a preferência regional na colocação
de professores. Se fosse por uma questão de igualdade de direitos eu até me
calava. Porém, o aristocrático deputado insinua que parte do insucesso dos
alunos se deve à má formação dos professores que tiraram o curso na
Universidade dos Açores. Alto aí que essa é para mim.
Primeiro, como professor formado na
UA - e contratado há 14 anos -, tive o privilégio de conhecer centenas de
professores em diversas escolas dos Açores. Lembro que grande parte desses
colegas, açorianos ou continentais, se formou em instituições superiores do
continente.
Segundo, quando penso em professores
da UA como Machado Pires, o saudoso Martins Garcia, Vamberto Freitas, Urbano
Bettencourt, Rosa Goulart, Paulo Meneses ou Rosa Funk acho que o deputado do
Corvo está muito enganado. Sinto-me ofendido até.
Compreendo que Paulo Estêvão tenha
uma questão do foro pessoal com a Directora Regional da Educação, Graça
Teixeira. No entanto, a minha veia minhota aconselha-lhe a seguir a máxima
“Quem se mete com PS, leva” e a ser, deste modo, mais pragmático. Ao invés de
oratória de peito inchado no Parlamento, seguida de propostas de lei, porque
não usar um cacete para resolver o problema de vez?
Entre o partido político que gosta
de dar lições de democracia, mas que nunca foi a votos e aquele que vai a votos
para defender que quem deve mandar é o filho de sangue azul, inspiro-me, com
benevolência, numa obra de Miguel Esteves Cardoso e digo “A democracia é
fodida”.
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