A treta do costume
“Fala-se em Portugal na época dos incêndios com a mesma normalidade com que se fala das férias, do Natal ou dos saldos.” Subscrevo a citação acima transcrita do jornalista Thomas Fisher da cadeia ZDF. Depois de ter voltado das suas merecidas férias, o primeiro-ministro, em nome do governo, promete a limpeza coerciva das florestas. O ministro da Agricultura promete isenções fiscais para os proprietários que limpem as matas. O ministro da Administração Interna promete meios aéreos para combater fogos em 2006. O Conselho de Ministros aprova uma resolução que dispensa os funcionários públicos que sejam bombeiros voluntários para dar um maior apoio no combate aos incêndios – um pequeno detalhe: estamos a chegar ao fim do mês de Agosto e, em consequência, as temperaturas descem consideravelmente, diminuindo assim o risco de grandes fogos. Isto não soa a novo, nem sequer é encarado como uma mensagem de esperança, soa a déjà vu. Há três anos que os portugueses ouvem uma conversa parecida.
Este conjunto de promessas não anima as pessoas. Até há quem diga que, com as eleições e os primeiros ventos de Outono, as pessoas terão esquecido o flagelo que destrói o nosso património florestal. Como disse o ex-ministro da Agricultura, Costa Neves, sobre o assunto: “Os problemas estão identificados e as soluções pensadas. Falta executá-las.” Esta citação pode servir de máxima para o panorama político português e ser aplicada noutras áreas de intervenção governativa.
Este é o verdadeiro problema do país e dos seus representantes. Ou por falta de coragem, ou por incompetência, ou então por causa de uma herança cultural de brandos costumes, acaba-se por não pôr em prática aquilo que se idealiza. Um exemplo: somos um país com uma legislação muito rica e extensa, no entanto, muitas das leis não são respeitadas ou aplicadas porque são impraticáveis! Funcionamos à base do “jeitinho” e da cunha.
José Sócrates foi eleito com uma maioria sólida. No princípio, do primeiro-ministro emanava uma aura que transmitia confiança aos portugueses, ele tinha a tal pose de estado: falava pouco mas era certeiro. Seis meses depois (só!), esta imagem desvaneceu-se. Todas as decisões são tomadas a reboque dos acontecimentos. E muitas delas são para que o povo aperte ainda mais o cinto. Prefere-se o engenheiro José Sócrates do que o primeiro-ministro José Sócrates.
Esta análise pode ser demasiada severa, mas a possibilidade de Mário Soares e Cavaco Silva se candidatarem a presidentes da república é uma prova inequívoca da falta de uma geração nova de bons políticos. Mas, mais grave ainda, é a prova que o sebastianismo ainda não morreu.
Este conjunto de promessas não anima as pessoas. Até há quem diga que, com as eleições e os primeiros ventos de Outono, as pessoas terão esquecido o flagelo que destrói o nosso património florestal. Como disse o ex-ministro da Agricultura, Costa Neves, sobre o assunto: “Os problemas estão identificados e as soluções pensadas. Falta executá-las.” Esta citação pode servir de máxima para o panorama político português e ser aplicada noutras áreas de intervenção governativa.
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2 Comentários:
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