Complot

Este blogue nada tem de original. Fala de assuntos diversos como a política nacional ou internacional. Levanta questões sobre a sociedade moderna. No entanto, pelo seu título - Complot -, algo está submerso, mensagens codificadas que se encontram no meio de inocentes textos. Eis o desafio do século: descobri-las...

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domingo, setembro 23, 2012

Os “Sopranos” do PSD Terceira


1. Na campanha para as últimas eleições autárquicas, o PSD de Angra deu que falar a nível nacional por causa de uns vídeos em que participavam candidatos às Juntas de Freguesia do concelho. Divulgados pelo programa de televisão dos “Gato Fedorento” - “Esmiuçar os Sufrágios” -, os vídeos não deixaram ninguém indiferente, tanto havendo reações positivas como negativas.

    A campanha era feita com a prata da casa e com poucos recursos, daí algum amadorismo na produção, mas no essencial reconhecia-se e louvava-se a coragem e a determinação quer dos candidatos, quer do líder António Ventura: era gente do povo, sem superficialidades, nem tiques de caciquismo político.


    Com o tempo, o uso das novas tecnologias melhorou substancialmente. Alguns açorianos optam por criar arte ou fazer humor através de vídeos originais ou manipulados. Muitos conhecem o “remake” do diálogo entre Darth Vader e o filho Luke Skywalker dobrado em micaelense. Mais recentemente, a política entrou nesse campo criativo e irreverente. O vídeo “Os Açores explicados aos continentais” é daqueles que manifestamente perdurará como um projeto original, engraçado e, por isso, saudado por todos os ilhéus, independentemente de ter sido realizado com o intuito de apoiar Berta Cabral. Porém, há outros que de humor têm muito pouco. O que deles sobressai é puro veneno, roçando a difamação. A liberdade de expressão tem dessas coisas, e ainda bem.


    Circula, pelas redes sociais e pelos blogues, um vídeo que coloca uma caricatura dos responsáveis do PSD Terceira conspirando sobre o partido e sobre as eleições num ambiente baseado na série “Os Sopranos”. De humor não tem nada a não ser para aqueles que não vão com a cara dos protagonistas ou que detestem o PSD. Talvez esse vídeo seja uma resposta a outro que põe em cena Carlos César, Vasco Cordeiro e José Sócrates num cenário que recria a máfia e que é simplesmente imbecil. Mas mais uma vez, tendo em conta o que se passa pelo mundo com as caricaturas de Maomé, ainda bem que a nossa civilização é livre para proferir os disparates que bem entende, cabendo à justiça pôr um freio quando o limite da razoabilidade é ultrapassado.


    Só espero que o PSD Terceira seja superior a este tipo de provocações e não responda pela mesma moeda. Sei que não faltariam ideias “engraçadas” como a de colocar Sérgio Ávila no papel de rei, num excerto revisitado da “Guerra dos Tronos”, em que ele manda decapitar quem questione à sua liderança, sempre rodeado por um criado zeloso, protagonizado por Berto Messias (nem preciso de dizer quem seria a rainha). Mas isto não passa de puro veneno e infantilidade.


    Obviamente que estes vídeos não influenciam em nada os resultados eleitorais, somente contribuem para acicatar ainda mais as já fracas relações entre o PSD e o PS. Neste contexto, a partidarite assemelha-se à febre clubística do futebol. Se não tivéssemos em crise, ainda haveria dinheiro para fazer uns cachecóis a ilustrar a situação. Como disse o fundador das Relações Públicas, Ivy Lee: “Falem bem ou falem mal, o que importa é que falem de mim”.


2. No seguimento do famoso vídeo. Constituir uma lista de deputados em cada círculo eleitoral é sempre ingrato e, depois de apresentada, há sempre quem não esteja satisfeito e a critique. A liberdade dentro de um partido tem de permitir este tipo de divergências. O unanimismo – ou subserviência – só minam a credibilidade da política e dos seus responsáveis.


Se fosse eu a escolher, faria diferente, como qualquer outra pessoa. Por exemplo, nunca poria Joel Neto como mandatário. Por mim, ele pertenceria à lista e num lugar elegível. Mas não conheço o teor das conversas entre o jornalista e o PSD, nem os compromissos de cada um. A minha única certeza é que se o PSD ganhar, há pelo menos duas Secretarias Regionais na Terceira que merecem o seu contributo. A política tem carecido de gente com inteligência, independência e criatividade, qualidades que não lhe falta.


    Já sabemos que a lista para deputados do PS Terceira é consensual, fantástica e vencedora. Anos de supremacia política permitem este inquestionável luxo “democrático”.

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