Os Born Again in USA
O que se passa com os Estados Unidos da América? O país da liberdade e da tolerância para com as diferenças sociais, culturais e étnicas; o país que mais contribuiu para a evolução das ciências exactas; o país que mais investigadores e laboratórios de pesquisa científica apoia parece ter dado um passo atrás na sua visão do Homem e do mundo. Poderá o governo americano, chefiado por George W. Bush, ter alguma influência neste novo pensamento que se espalha por todo o país?
É cada vez maior o número de escolas e universidades americanas que rejeitam a teoria da evolução das espécies, dando lugar à teoria do Criacionismo – teoria que defende que toda complexidade da vida só pode ser obra de um criador (Deus). É preciso reconhecer que a ciência, ao responder a muitas perguntas da humanidade, levantou problemas outrora inexistentes (por exemplo a dificuldade em definir quando começa e acaba a vida). Mas o seu contributo para a evolução do homem em todos os domínios é inestimável. Sendo o país do tamanho da “antiga” União Europeia dos 15 em termos geográficos como demográficos, este tema é alvo de grandes polémicas e debates. No entanto, são cada vez mais os americanos, e sobretudo os jovens, que são seduzidos pela teoria do Criacionismo. A questão podia ser arrumada logo à partida: as escolas são laicas, por isso a religião não pode ser incluída nos programas em disciplinas de ciências.
A educação sexual nas escolas é ensinada de forma radical. Não aceitando que os jovens possam ter uma vida sexual activa e consciente, a regra da abstinência é a que impera. É verdade que não existe melhor receita para combater as doenças sexualmente transmissíveis e gravidezes indesejadas. Contudo, nas aulas não se ensina como funcionam os diversos métodos contraceptivos. Ensina-se, por exemplo, que o preservativo pode falhar apresentando estatísticas ridículas. E nem pensar mostrar como colocar uma “camisinha”. Em paralelo, existe um organismo, subsidiado pelo estado, que anda pelas escolas apelando aos jovens para que a actividade sexual só comece depois do casamento, aconselhando-os a fazer uma espécie de juramento de virgindade com o/a parceiro(a). De facto, é uma questão sensível em que muitas pessoas terão posições antagónicas. Todavia, está completamente alheia do século XXI. Depois dos Hippies – fenómeno dos anos 60, tipicamente americano –, a sexualidade deixou de ser encarada oficialmente como um acto somente reprodutor.
Na cidade de São Francisco, Califórnia, a capital dita dos Gays, foi anulado o casamento de milhares de homossexuais, aquando da investidura do actor Arnold Schwarzeneger como Governador daquele Estado. Noutros Estados, proíbe-se o aborto, que dantes era legal, e até algumas farmácias recusam-se a vender a pílula do dia seguinte.
Da distância de um pequeno país como Portugal, torna-se difícil compreender as causas que levam o país da liberdade, que possui a maior industria pornográfica do mundo, a pôr em causa alguns direitos individuais dos seus cidadãos em nome de um “criador”.
Conhecemos e tememos o fundamentalismo islâmico. Mas o que se pode esperar de um fundamentalismo de tipo cristão? Como diz o Presidente dos Estados Unidos depois de um discurso: God bless America, que ela bem precisa.
É cada vez maior o número de escolas e universidades americanas que rejeitam a teoria da evolução das espécies, dando lugar à teoria do Criacionismo – teoria que defende que toda complexidade da vida só pode ser obra de um criador (Deus). É preciso reconhecer que a ciência, ao responder a muitas perguntas da humanidade, levantou problemas outrora inexistentes (por exemplo a dificuldade em definir quando começa e acaba a vida). Mas o seu contributo para a evolução do homem em todos os domínios é inestimável. Sendo o país do tamanho da “antiga” União Europeia dos 15 em termos geográficos como demográficos, este tema é alvo de grandes polémicas e debates. No entanto, são cada vez mais os americanos, e sobretudo os jovens, que são seduzidos pela teoria do Criacionismo. A questão podia ser arrumada logo à partida: as escolas são laicas, por isso a religião não pode ser incluída nos programas em disciplinas de ciências.
A educação sexual nas escolas é ensinada de forma radical. Não aceitando que os jovens possam ter uma vida sexual activa e consciente, a regra da abstinência é a que impera. É verdade que não existe melhor receita para combater as doenças sexualmente transmissíveis e gravidezes indesejadas. Contudo, nas aulas não se ensina como funcionam os diversos métodos contraceptivos. Ensina-se, por exemplo, que o preservativo pode falhar apresentando estatísticas ridículas. E nem pensar mostrar como colocar uma “camisinha”. Em paralelo, existe um organismo, subsidiado pelo estado, que anda pelas escolas apelando aos jovens para que a actividade sexual só comece depois do casamento, aconselhando-os a fazer uma espécie de juramento de virgindade com o/a parceiro(a). De facto, é uma questão sensível em que muitas pessoas terão posições antagónicas. Todavia, está completamente alheia do século XXI. Depois dos Hippies – fenómeno dos anos 60, tipicamente americano –, a sexualidade deixou de ser encarada oficialmente como um acto somente reprodutor.
Na cidade de São Francisco, Califórnia, a capital dita dos Gays, foi anulado o casamento de milhares de homossexuais, aquando da investidura do actor Arnold Schwarzeneger como Governador daquele Estado. Noutros Estados, proíbe-se o aborto, que dantes era legal, e até algumas farmácias recusam-se a vender a pílula do dia seguinte.
Da distância de um pequeno país como Portugal, torna-se difícil compreender as causas que levam o país da liberdade, que possui a maior industria pornográfica do mundo, a pôr em causa alguns direitos individuais dos seus cidadãos em nome de um “criador”.
Conhecemos e tememos o fundamentalismo islâmico. Mas o que se pode esperar de um fundamentalismo de tipo cristão? Como diz o Presidente dos Estados Unidos depois de um discurso: God bless America, que ela bem precisa.
0 Comentários:
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial