Complot

Este blogue nada tem de original. Fala de assuntos diversos como a política nacional ou internacional. Levanta questões sobre a sociedade moderna. No entanto, pelo seu título - Complot -, algo está submerso, mensagens codificadas que se encontram no meio de inocentes textos. Eis o desafio do século: descobri-las...

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segunda-feira, novembro 20, 2006

As vitórias do Ocidente


A vitória de Ségolène Royale para as eleições internas do Partido Socialista francês, com vista às próximas eleições presidenciais, tem um significado muito mais importante do que uma simples eleição dentro de um partido político. Esta vitória revela o que muitos supuseram relativamente ao século XXI: o século da mulher. A ascensão das mulheres em cargos políticos e empresariais é um fenómeno progressivo que não obedece a quotas. Mulheres como Angela Merkel, Cynthia Carrol, Ségolène Royale, Hilary Clinton ou até Condolezza Rice têm vencido graças às suas competências, inteligência e capacidade de persuasão. Tal como o homem.

Pode-se discutir se estas vitórias femininas não vêm com atraso, visto que a igualdade de oportunidades entre sexos existe há muito. Daí o Governo português ter legislado a atribuição de quotas para os partidos políticos, o que acontece também com outros países da Europa no ramo empresarial. A discussão continua sobre a pertinência das quotas femininas, mas o que verdadeiramente vale é que as mulheres supra-citadas chegaram ao topo sem precisarem de medidas legislativas em seu favor.

No entanto, no meio deste regozijo, alguma sombra paira no solo europeu. Enquanto estas e outras mulheres se impõem em todas as áreas da sociedade, outras escolhem o caminho inverso ao da emancipação; escolhem o caminho da submissão ao homem a mando da religião. Esta afirmação é polémica e, noutro país, com outro autor, poderia levar a uma situação grave: ameaças de morte. Mas a realidade apresenta-se assim e ninguém a pode negar.

A interpretação mais radical do Corão tem levado a uma certa incompreensão por parte dos cidadãos ocidentais sobre certas formas de vida que supostamente o Corão defende. A questão da submissão da mulher em relação ao homem é a mais fracturante. Longe vai o tempo em que os ocidentais tinham os mesmos preceitos. Actualmente, ninguém se imagina em voltar atrás. Pelo menos, à primeira vista, parece que assim se pensa. O problema reside na legitimição ou não de querer "impor" estes ideais igualitários a outros povos. Deste modo, o choque cultural, sob a capa religiosa, existe. Muitos países, para nao serem considerados de xenófobos, têm aceite certas prátricas culturais que ofendem os direitos do Homem - mais concretamente os da mulher. Desde o uso de roupas que cobrem toda a mulher, os casamentos combinados até à poligamia, as autoridades nao sabem como lidar a situação e fechem os olhos. Ao mesmo tempo, reforçam-se as leis para punir a violência doméstica e os abusos sexuais. Eis o paradoxo no seu melhor. Obviamente, este assunto é delicado e não se ataca extremismos com outros.

Voltando às mulheres de sucesso que "abundam" na nossa sociedade. Esta é a forma mais genuina para lutar contra os neo-radicalismos e mostrar às mulheres muçulmanas que há uma alternativa à vida submissa que propõe o Corão. Mas ao mesmo tempo, sem ferir susceptiblidades, a nossa sociedade dá-lhes a liberdade de poder viver como manda o livro sagrado dos muçulmanos ou, pelo menos, como interpretam aqueles que o representa.

Nos valores da liberdade, nada mais belo do que poder escolher entre estes e a submissão. A imposição de qualquer um deles acaba por anular a livre escolha de qualquer indivíduo.

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