Complot

Este blogue nada tem de original. Fala de assuntos diversos como a política nacional ou internacional. Levanta questões sobre a sociedade moderna. No entanto, pelo seu título - Complot -, algo está submerso, mensagens codificadas que se encontram no meio de inocentes textos. Eis o desafio do século: descobri-las...

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segunda-feira, outubro 15, 2007

Viver com a corda ao pescoço




O país atravessa grandes dificuldades financeiras e económicas que acabam por afectar a vida dos portugueses em geral. Esta crise parece não ter fim à vista e o actual governo, que no início do seu mandato criou grandes expectativas, optou por uma estratégia que não foge muito às políticas de restrição financeira dos anteriores governos do PSD – a única diferença foi de as ter ampliado. No Orçamento apresentado para 2008, ao contrário do que foi dito dias atrás pelo Ministro das Finanças, há um imposto que sobe: o IRS. Se que bem que localizado, não deixa de ser um aumento e por isso significa o contrário do que foi anteriormente dito.





Como tem sido referido pela oposição, a diminuição do défice público tem sido feito mais à custa do aumento dos impostos do que propriamente com o contributo da receita. E aqui os portugueses, já impacientes e com a corda ao pescoço, ficam perplexos: afinal, com tantos doutores em finanças e economia, a única forma que os governantes encontram para resolver o problema é recorrendo a medidas que qualquer contabilista médio saberia implementar? Para obter dinheiro facilmente quando se está em situação de aperto, aumentam-se os impostos. Quando todo os impostos são aumentados e não se consegue, mesmo assim, resolver o problema acaba-se com o sistema de justiça social e justifica-se a decisão em nome de uma falsa “igualdade social”. Concretizando, será mesmo justo penalizar reformados que auferem uma pensão de seiscentos e poucos euros? Será justo considerá-los de pensionistas de luxo? Se assim é, o país está mesmo muito mal.





Neste e nos anteriores orçamentos, não se encontraram medidas engenhosas que dessem conta das dificuldades. Desta forma, não há dúvidas de que mais ano, menos ano o défice será quase irradiado, porém, o país estará completamente esgotado porque os sinais que vêm do estrangeiro não são nada animadores. Existe a possibilidade de uma recessão económica. A Europa que, ainda há pouco, dava sinais de retoma recua, mantendo altas taxas de juro. O dólar está desvalorizado em relação à moeda europeia o que dificulta as transacções financeiras para a zona euro. Os índices de confiança estão muito baixos o que leva as bolsas mundiais a negociar a preços incipientes.





Portugal precisa do exterior para atrair investimento estrangeiro e para poder exportar os seus produtos. Estes são os dois factores que podem verdadeiramente ajudar o país na sua retoma; sem isso nada feito. Os resultados visíveis da actual política são o aumento do desemprego, a disparidade social, uma nova vaga de imigração, a diminuição de emigrantes que já não vêem interesse em instalar-se no nosso país e o aumento da criminalidade em geral. Este é o cenário negro ao qual assistimos e pelo qual rezamos que não nos atinge. Todavia, aproxima-se devagar.





Quando Luís Marques Mendes defendia a diminuição de certos impostos – ao contrário de Luís Filipe Menezes –, tinha razão de ser. Presentemente, com a orientação deste governo e a conjuntura internacional, a mensagem é clara: esperamos até melhor dias, por isso é favor manter os cintos apertados. Todavia, os cintos já não têm mais por onde apertar e só resta agora o pescoço. Já não se pode esperar mais. É preciso dinamizar a economia do país a partir de dentro e não com base em expectativas que dependem de factores externos.




O choque tecnológico é um princípio inteligente para dar um novo alento mas, mais uma vez, quando posto em prática é um autêntico conjunto de medidas avulso para inglês ver; a tal propaganda. A última vez que houve um choque tecnológico em Portugal remonta ao século XV com o Infante D. Henrique. E naquela altura o investimento em conhecimento e tecnologia ultrapassou em muito a actual barreira dos 3% do PIB estabelecida pela União Europeia. A falta que faz ter visionários a liderar um país…

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