Complot

Este blogue nada tem de original. Fala de assuntos diversos como a política nacional ou internacional. Levanta questões sobre a sociedade moderna. No entanto, pelo seu título - Complot -, algo está submerso, mensagens codificadas que se encontram no meio de inocentes textos. Eis o desafio do século: descobri-las...

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domingo, novembro 14, 2010

As redes sociais



Depois de ter visto o filme “The Social Network”, de David Fincher, reitero as minhas conclusões sobre as redes sociais: não, afinal, não estamos a caminho da criação de um mundo alternativo e virtual. Parafraseando Henrique Raposo: as redes sociais são ferramentas da realidade e não uma realidade paralela.


Não faltam estudos e ensaios sobre a temática das redes sociais. Esta nova forma de interagir ciberneticamente com outras pessoas ainda se encontra nos primórdios, por isso é difícil de fazer prognósticos quanto ao seu futuro. Mas há uma conclusão que é cada vez mais consensual ente os curiosos e estudiosos da coisa: quanto mais as pessoas estão conectadas, maior é o seu desejo do contacto real. Este paradigma é novo porque vai de encontro ao pensamento ainda recente de que o virtual se ia sobrepondo ao real.


A Internet trouxe igualmente um novo paradigma na relação Homem e ecrã. Ao contrário da televisão ou do cinema que torna o espectador um mero elemento passivo, na Internet, qualquer pessoa torna-se um agente participativo, um actor na construção e evolução da rede cibernética. Através dos sites, dos blogues e das redes sociais, esta interacção trouxe mais dinamismo e, por consequência, é mais atractiva. No entanto, o cinema ou a televisão não se encontram ameaçados; há, digamos, uma complementaridade entre estes elementos. E, de facto, é interessante notar que as redes sociais, como o Facebook, oferecem uma nova forma de percepcionar as qualidades e o imaginário de um indivíduo que dantes só eram atribuídos às estrelas de cinema. Por outras palavras, todos nós podemos ser como as “estrelas de cinema” graças às redes sociais. Pelas fotografias que lá pomos, pelos comentários que lá colocamos, pelo número de “amigos” que adicionamos - muitos deles totalmente desconhecidos e até residentes noutros países -, atingimos uma nova forma de estrelato. Aliás, as verdadeiras estrelas é que são compelidas a abrir uma conta no Facebook para não se sentirem excluídas desta sociedade hiper-moderna.


Nos homens é comum colocarem fotografias em ambientes de natureza diversificada, como que a quererem demonstrar o seu espírito aventureiro. O feminismo e a sensualidade são critérios que, de forma consciente ou não, predominam nos respectivos perfis das mulheres e raparigas adolescentes. Mas todos – de ambos os géneros - gostam de exibir a sua felicidade e sua sociabilidade ao colocar fotografias com muitos amigos e familiares e ao descrever de forma sucinta para onde foram de férias ou no fim-de-semana. O negativo, a tristeza ou os infortúnios não são aspectos bem-vindos na rede social, apesar de constarem da vida quase diária de cada um de nós.


Tal como no cinema, o faz-de-conta impera nas redes sociais. Contudo, a realidade carne e osso encarrega-se de nos recordar todos os dias que a vida também tem o seu lado negro e cinzento. E ainda bem.

1 Comentários:

Blogger euexisto disse...

"O negativo, a tristeza ou os infortúnios não são aspectos bem-vindos na rede social..."

muito bom, algo que já tinha reparado. na net a vida é melhor, somos todos bonitos, sorridentes, felizes.

3:28 da tarde  

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